Geronimo, in http://usaguns.net/cowboys/shooters.html
Foi exactamente no dia 4 de Setembro de 1886 que o velho guerreiro baixou as armas e se entregou às tropas norte-americanas comandadas pelo General Nelson Miles, em Skeleton Canyon, Arizona, sendo conduzido para Fort Pickens, na Flórida, onde ficou prisioneiro com os seus bravos, separados das suas famílias que foram enviadas para Fort Marion. No ano seguinte foram todos reunidos e transferidos para Mount Vernon Barracks, no Alabama, e em 1894 mudaram-se para Fort Sill, Oklahoma. Terrível sina a desta celebridade que nunca mais regressou à terra onde nasceu (Bedonkohe, próximo a Turkey Creek, atual Novo México), falecendo de pneumonia em 1909 em Fort Still, onde foi sepultado como prisioneiro de guerra. Nos seus últimos anos, Geronimo era convidado a aparecer em eventos festivos populares, tais como a Feira Mundial de 1904 de St. Louis, vendendo souvenirs e histórias do seu heróico passado. Este carismático chefe rebelde dos apaches chiricahua é uma das lendárias figuras da resistência indígena à presença dos europeus na América Selvagem, o mais famoso dos índios renegados que lutou contra a imposição branca de reservas tribais.Curiosamente, segundo uma notícia do DN Globo ficamos a saber que o seu povo pretende recuperar uma das suas relíquias, cuja importância, dada a sua lendária grandeza e o histórico carácter guerreiro dos apaches chiricahua, será certamente sagrada para os que deste povo ainda sobrevivem – nada mais, nada menos do que a sua caveira de Geronimo! Eis a notícia “com História”:
Apaches querem recuperar caveira de Geronimo
Nos anos 1980, a caveira a que os membros da sociedade secreta de Yale chamam carinhosamente "Geronimo" foi entregue ao chefe apache Ned Anderson. Mas, realizados os testes necessários, concluiu-se que esta não correspondia aos registos do líder militar índio que se destacou no combate a mexicanos e americanos em finais do século XIX. E foi então devolvida à sociedade secreta a que pertencem várias gerações da família Bush. Agora, o Departamento de Justiça dos EUA pediu aos tribunais para rejeitarem um novo pedido dos descendentes de Geronimo que pretendem recuperar os seus ossos para os voltarem a enterrar.
A 20 de Fevereiro, descendentes do guerreiro índio apresentaram uma queixa contra o Presidente Barack Obama , o secretário de Estado, Robert Gates, e o secretário do Exército, Peter Geren, enquanto responsáveis federais. Os Apaches garantem que estes, bem como a Skulls and Bones, estão a violar uma lei de 1990 que protege o direito dos nativos aos restos mortais dos antepassados.
Os índios exigem que as ossadas lhes sejam devolvidas. Segundo eles, os restos mortais de Geronimo terão sido roubados em 1918 ou 1919 por membros da Skulls and Bones. "Queremos libertar os ossos de Geronimo depois de cem anos reféns em Fort Sill, no Oklahoma [onde se situa o seu túmulo], no campus da Universidade de Yale, em New Haven, Connecticut, ou em qualquer outro local onde possam estar", escrevem os Apaches, numa queixa citada pela BBC. O Departamento da Justiça garante que a sua queixa não tem fundamento.
Os índios Apaches baseiam as suas alegações na lenda segundo a qual um grupo de membros da Skulls and Bones - do qual faria parte Prescott Bush, pai do presidente George H. W. Bush e avô do também presidente George W. Bush - terão invadido o túmulo de Geronimo e roubado a caveira e outros ossos para adornarem a sua "sede" no campus de Yale. Os responsáveis da universidade têm repetido que as ossadas não estão na sua posse e não respondem pelos actos da Skulls and Bones.
Nascido em parte incerta do então México - hoje estado americano do Novo México -, Geronimo é o mais famoso guerreiro apache. Baptizado Goyathlay (Aquele que Boceja) pelos pais, cedo se destacou na tribo Bedonkohe, sendo aceite no Conselho dos Guerreiros aos 17 anos. Em meados da década de 1850, os Bedonkohe acamparam junto a Sonora, onde o negócio era mais próspero. Um dia, enquanto os homens estavam na cidade, os mexicanos atacaram o acampamento, matando mulheres e crianças. A mulher e os três filhos de Goyathlay estavam entre as vítimas. Este triste acontecimento marcou o resto da vida do índio, que passou a odiar todos os mexicanos. O pacífico apache transformava-se assim num Chiricahua, membro do bando de guerreiros daquela tribo conhecidos pela sua ferocidade no combate.
Foi com os Chiricahua que Geronimo combateu durante anos tanto os mexicanos como os americanos, cujo avanço sobre as terras apaches parecia imparável. Terão sido os mexicanos a dar a Goyathlay o nome pelo qual entraria para a História. De facto, o seu espanto perante as técnicas de combate deste líder militar foi tal que terão exclamado: "Jerónimo!", numa evocação de São Jerónimo. O nome pegou e mantém-se até hoje.
Para além das suas qualidades de guerreiros, Geronimo ganhou ainda um lugar na história graças às fugas que protagonizou. Assim passou vários anos, matando e fugindo, enquanto ia coleccionando mulheres e filhos entre o Sul dos Estados Unidos e o Norte do México.
Geronimo acabaria por ser apanhado em 1886 e levado com os seus homens para a Florida. Separado da família, acabaria por a rever anos mais tarde, quando passou a percorrer as feiras dos Estados Unidos a contar a sua história e vender fotografias suas.
A lenda de Geronimo, que ao longo dos anos foi sendo descrito como um guerreiro feroz capaz de matar mexicanos e americanos, ganhou de tal forma o imaginário americano que o índio, que morreu de pneumonia em 1909, aos 80 anos, deu nome a três cidades dos EUA, além de a sua história ter inspirado inúmeros filmes.
In http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1279055&seccao=EUA+e+Am%25EF%25BF%25BDricasExiste um livro a respeito de Geronimo que cremos ser interessante e que sugerimos aos nossos leitores. Trata-se de Gerónimo e os Apaches e é uma autobiografia do último chefe índio, cuja capa apresentamos ao lado.
Vamos transcrever a Sinopse do livro:
“Geronimo e os Apaches” é um documento único, um dos raros testemunhos escritos deixados pelos índios norte-americanos. Não se limitando a contar-nos a sua história pessoal, Geronimo descreve pormenorizadamente a vida da sua tribo, de grande comunhão com a natureza, revelando-nos pormenores fascinantes sobre os Apaches – a sua história, religião, organização social, costumes e tradições. Testemunho emotivo, apaixonante e de inegável valor histórico, estas são as palavras do último chefe índio. São palavras simples, mas que narram uma epopeia. Enriquecida com um estudo introdutório, notas e mapas, esta obra proporciona ao leitor o conhecimento de um líder e de um povo cujo amor à liberdade persiste no nosso imaginário colectivo.
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Tenho o livro e já o li três vezes, pois Geronimo era uma pessoa por quem tenho grande admiração e por isso quero deixar aqui um reparo. Geronimo nunca foi chefe, porque na etnia Apache a sucessão é hereditária. Ele foi um xamã de guerra.Conduzia os ataques, motivava os guerreiros, deliniava a estratégia, etc. No entanto respeitava sempre os seus chefes: Delgadito, Mangas Coloradas, Mangas e Cochise. Apenas desobedecendo a Cochise quando negou render se e adotando o nome Geronimo jurou combater os brancos até à morte.
ResponderEliminarMuito obrigado pelo artigo.
Pedro Pacheco