sexta-feira, 30 de julho de 2010

Candidatura ibérica das pistas de pegadas de dinossauros

Especialistas acreditam na aprovação da candidatura ibérica das pistas de pegadas de dinossaurus.

24.07.2010 - 12:15 Por Lusa
O professor Galopim de Carvalho, ex-director do Museu de História Natural, e o investigador do Museu da Lourinhã Octávio Mateus afirmaram-se hoje confiantes na aprovação da candidatura ibérica para reconhecimento, pela UNESCO, das jazidas portuguesas de dinossauros.

Os dois especialistas acreditam que a candidatura ibérica tem boas possibilidades de ter êxito, porque consideram ambos que as jazidas de Portugal e Espanha “são suficientemente importantes”.

“Portugal está entre os países mais ricos em espécies de dinossauros, depois de países com os Estados Unidos, a Argentina, Canadá, Mongólia e China, tudo países gigantescos. À nossa escala, Portugal é o país com mais vestígios de dinossauros em todo o mundo”, disse à Lusa Octávio Mateus, que é também investigador da Universidade Nova.
O Comité do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, reúne-se em Brasília, no Brasil, de 25 de Julho a 3 de Agosto, para analisar diversas candidaturas, entre as quais a candidatura ibérica, a integrarem a lista do Património Mundial da UNESCO.

Museu do Côa é inaugurado hoje

Museu do Côa abre e fundação gere património
30.07.2010 - 08:56 Por Alexandra Prado Coelho

É o grande momento pelo qual se esperava há muito - o Museu do Côa abre hoje, 15 anos depois da decisão de não se construir a barragem no rio Côa para se preservar um conjunto de gravuras paleolíticas único no mundo e classificado como Património da Humanidade pela UNESCO.

O museu está pronto, a expectativa é muita, mas as dúvidas também. E nem a decisão de ontem do Conselho de Ministros de constituir a Côa Parque - Fundação para a Salvaguarda e Valorização do Vale do Côa, entidade que ficará encarregada de "gerir e coordenar" o novo museu, situado em Vila Nova de Foz Côa, e o Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), parece resolver todas as dúvidas em volta do projecto.

Caberá à fundação "promover a salvaguarda, conservação, investigação, divulgação e musealização da arte rupestre e demais património arqueológico, paisagístico e cultural". À saída do Conselho de Ministros, Gabriela Canavilhas classificou a nova fundação como "uma estrutura autónoma" que visa "congregar as estratégias" para o desenvolvimento sustentado da região do Douro.

A 'Torre de Babel' de Foz Côa

Por Daniel Gil, 19 Julho 2010

No Castanheiro do Vento ter-se-á erguido "uma grande torre" há quatro ou cinco mil anos.



As escavações arqueológicas no Castanheiro do Vento, concelho de Vila Nova de Foz Côa, estão a revelar uma colina monumentalizada com um possível observatório, afastando a ideia de se tratar de povoados fortificados da Idade do Cobre.
"O paradigma aqui presente altera a ideia funcionalista de isto serem povoados fortificados", pois os habitantes de então "não construíam estas células para se defenderem, mas como uma fonte de referência identitária no território", afirma Vítor Oliveira Jorge, o arqueólogo responsável pela escavação.
No topo da colina, transformada desde há cinco mil anos "numa espécie de labirinto de construções em forma de flor, como que representando o Cosmos", ter-se-á erguido "uma grande torre, que lembra a de Babel", acredita Vítor Oliveira Jorge.
A comparação parte da ideia de que uma suposta elevação de argila, "assente numa grande estrutura em pedra de xisto", poderá "ter servido de observatório", num local cuja história é hoje desvendada por voluntários de várias línguas e países, disse à Lusa.
Vítor Oliveira Jorge, professor da Faculdade de Letras do Porto, recorda a existência de uma "sociedade sem escrita" que através da construção arquitectónica "quis deixar algo ali que ficasse na memória", num processo "consciente de construção de identidade", sustenta.
"Uma sociedade cuja tensão entre as comunidades certamente existiria mas onde o que estava em causa era um processo de constituição de identidade", diz.
"Era uma população que começava a sentir a necessidade de viver um universo simbólico, numa narrativa colectiva", afirma Vítor Oliveira Jorge, equiparando este processo com "a necessidade que hoje temos em pertencer a agremiações e clubes".
A época em causa - entre três e dois mil anos antes de Cristo - marca o "começo do apego à terra que não existia no Paleolítico" e a "transição para sítios de reunião imponentes", explica o também presidente da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnografia (SPAE).
"Para aqui, sobretudo, trazia- -se coisas", referindo os milhares de moinhos manuais, percutores de pedra, machados polidos ineficientes e milhares de fragmentos cerâmicos que ali foram encontrados, afirma.
"Num certo sentido, trata-se de um protomuseu, com protovitrinas, um lugar de memória da época", preconiza Vítor Oliveira Jorge.
A escavação arqueológica supõe uma utilização do local como "mercado, feira ou sítio de troca, de pessoas, de bens e informações, e de reforço dos laços sociais", e não o povoado em si mesmo, acredita.
Desde 1998 que se efectuam escavações neste sítio da freguesia de Horta do Douro, numa cooperação da Universidade do Porto com outras universidades estrangeiras, e o Instituto Politécnico de Tomar, em parceria com a Associação Cultural Desportiva e Recreativa (ACDR) de Freixo de Numão.
DN
http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1621255

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Há 96 anos

Em 28 de Julho de 1914 o Império Austro-Húngaro declara guerra à Sérvia, como resposta ao assassinato, a 28 de Junho, do seu príncipe herdeiro, arquiduque Francisco Fernando, em Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina, por um nacionalista sérvio, contrário a ingerência austro-húngara nos Balcãs e como resposta ainda `as medidas tomadas pelo governo sérvio em relação ao crime. Estava dado o primeiro passo para aquele que viria a ser um dos mais duros conflitos do século XX – a Primeira Guerra Mundial em que Portugal participou em África, logo desde 1914, e na Europa, em 1917, após a declaração oficial de guerra pela Alemanha a 9 de Março de 1916.


Para a leitura de um excelente e detalhado artigo sobre a Primeira Guerra mundial, clique AQUI!

Imagem: assassinato de Franscisco Fernando em Sarajevo, a 28 de Junho de 1914
in http://kafekultura.blogspot.com/2007_11_01_archive.html

Avô de 'Lucy' já era bípede há 3,58 milhões de anos

Novos fósseis da mesma espécie de 'Lucy', mas 400 mil anos mais antigos, mostram melhor as suas características.
Viveu há cerca de 3,6 milhões de anos e é um "irmão mais velho" de Lucy, a antepassada humana mais popular no imaginário colectivo. Kadanuumuu, que significa "homem grande" na língua etíope Afar, é um Australopithecus afarensis como a sua famosa parente, mas tem mais 400 mil anos do que ela. O estudo dos seus fósseis permitiu agora descobrir que a locomoção bípede, de tronco direito, característica da espécie humana, é afinal muito anterior ao que se supunha.
A descoberta foi publicada ontem on line na Proceedings of the National Academy of Sciences.
Os fósseis de Kadanuumuu foram descobertos na Etiópia, na região de Afar, tal como os de Lucy. Mas ao contrário desta, que media pouco mais de um metro, o seu "novo" antepassado era bem maior do que ela: tinha 1,65 metros, o que se aproxima da estatura do homem moderno.
De acordo com a equipa internacional que fez o seu estudo, e que incluiu investigadores da Universidade de Adis Abeba, na Etiópia, do Museu de História Natural de Cleveland, nos Estados Unidos, e de outras universidades norte-americanas, os fósseis do Homem Grande, que viveu há 3,58 milhões de anos, fornece novas informações "fundamentais sobre a proporção dos membros, a forma do tórax e a forma de andar do Australopithecus afarensis", escrevem os investigadores no artigo. "Em conjunto", sublinham, "estas características permitem estabelecer que o bipedismo estava altamente desenvolvido no Australopithecus e que a sua caixa torácica diferia substancialmente da dos grandes macacos africanos".
O que faz do Homem Grande um informador tão importante sobre as características da sua espécie é, desde logo, a sua dimensão. Mas o tipo de fósseis que se recolheram dele (ossos completos dos membros superiores e inferiores, do pélvis, da omoplata, do tórax e da zona cervical) também foi decisivo.
Graças a esse conjunto de fósseis, Kadanuumuu "fornece muito mais informações sobre o pélvis, o tórax ou a proporção dos membros [do Australopithecus afarensis] do que alguma vez a Lucy sozinha conseguiu mostrar", explicou Bruce Latimer, da universidade norte-americana de Case Western Reserve e um dos autores da descoberta. O que Kadanuumuu mostra é uma locomoção bípede já bem estabelecida há 3,58 milhões de anos.

DN

Fonte: PAVAROTY, 24/06/2010, in Viseu Cidade Viriato - http://atlasdeportugal.blogspot.com/
Imagem: Id

‘Sociedade Histórica Afonso Henriques’ em Viseu


No passado dia 8 de Abril deixei aqui no Clube de História algumas notas a respeito da polémica que tem dividido vimaranenses e viseenses a respeito da data e local de nascimento do nosso primeiro rei, numa mensagem que publiquei na categoria “Figuras controversas da História Nacional”, intitulada “D. Afonso Henriques, um rei polémico”.

Parece-me, e bem, por mais uma notícia ”com História”, abaixo transcrito, que os adeptos da «tese de Viseu» se mantêm determinados em reafirmar as suas convicções. Aos associados, os meus parabéns pela iniciativa, e a todos os portugueses, os meus votos para que mais e mais provas da verdade incontestável possam emergir e serem aceites pela forma cordial e pacífica.



D. Afonso Henriques, desenho de Jorge Miguel

'SOCIEDADE HISTÓRICA AFONSO HENRIQUES' CONSTITUÍDA FORMALMENTE EM VISEU

Os claustros da Sé de Viseu são palco, na próxima sexta-feira, da cerimónia da escritura pública da Sociedade Histórica Afonso Henriques.

É por acreditarem que o primeiro rei de Portugal nasceu em Viseu que os membros da Sociedade Histórica Afonso Henriques decidiram escolher esta cidade para acolher a cerimónia da escritura pública da instituição, que se realiza na próxima sexta-feira, nos claustros da Sé.
E é, por outro lado, movidos pela curiosidade de querer saber mais sobre a vida de Afonso Henriques que surge a Sociedade Histórica, uma associação cultural sem fins lucrativos, cujo principal objectivo é "continuar a aprofundar a vida" do monarca, explica Júlio Cruz, colaborador da Sociedade.
De acordo com este responsável, tem toda a lógica que esta associação tenha sede em Viseu, uma vez que os seus membros acreditam na tese de Almeida Fernandes, que defende que o primeiro rei de Portugal nasceu em Viseu. "Acreditamos na tese e vamos lutar por ela", adianta.
No livro 'Viseu, Agosto de 1109 - Nasce D. Afonso Henriques', Almeida Fernandes diz que o rei nasceu "à roda do dia 5 de Agosto de 1109", em Viseu, onde D. Teresa estava retida, por esses dias, tendo em conta o seu estado fisiológico, condição que a impediu de estar presente na morte e no funeral do seu pai.
O autor defende ainda na sua tese que, quando D. Henrique, pai de Afonso Henriques, faleceu, este teria dois anos e nove meses, o que o colocaria a nascer no início de Agosto de 1109. Estes são alguns dos argumentos do historiador e que, para a Sociedade agora criada, fazem todo o sentido.
"Se D. Teresa se encontrava em Viseu nessa altura e não se deslocou para locais mais perto da cidade, nomeadamente quando o seu pai morreu, não tem lógica que ela se tenha deslocado para Guimarães que é muito mais longe", acredita Júlio Cruz.
Explica ainda que apesar de nenhuma tese estar confirmada, pois todas as teorias não passam de meras especulações, sem provas científicas que comprovem qualquer uma delas, Júlio Cruz refere, ainda assim, que "não há provas, mas todos os indícios indicam que ele tenha nascido cá".
A escolha do local onde se vai realizar a escritura também não foi ao acaso. "Escolhemos os claustros da Sé por dois motivos: por um lado, conta-se que era o local onde D. Teresa estava alojada quando esteve na cidade e aquando do nascimento do rei; e por outro, pelo facto de a única imagem que temos de Afonso Henriques estar nos claustros da Sé", explica o colaborador.
A Sociedade, que já conta com cerca de meia centena de membros, está aberta a quem quiser inscrever-se. Os interessados só têm que preencher uma ficha de inscrição, sem custos.
Quanto a apoios, não há neste momento qualquer instituição associada.
DV

Fonte: PAVAROTY, 23-06- 2010 in Viseu Cidade Viriato, http://atlasdeportugal.blogspot.com/
Imagem:  http://faltaapagarolapis.blogspot.com/2010/05/afonso-henriques-o-conquistador.html

Mais antigo fóssil humano contestado

"Ardi", o fóssil de uma fêmea cuja descoberta alargou a ancestralidade do Homem para lá de 4 milhões de anos, foi contestada por especialistas, que alegam que esta nunca foi uma precursora da espécie humana.
Em Outro de 2009, a equipa da Universidade de Berkeley, na Califórnia, liderada por Tim White, anunciou na prestigiada publicação científica "Science" os resultados das análises feitas a um esqueleto parcial fossilizado de uma fêmea, encontrada após 17 anos de escavações no deserto de Afar, na Etiópia.
O "Ardipithecus ramidus", apelidado "Ardi", teria, segundo as conclusões de White, habitado num ambiente florestal. A espécie teria, ainda, 4,4 milhões de anos, ultrapassando "Lucy" como antecessor mais antigo da espécie humana.
No entanto, de acordo com o "San Francisco Chronicle", a "Science" publicou, agora, as conclusões de um grupo de cientistas da Universidade do Utah que contestam o suposto ambiente em que "Ardi" viveu e o seu papel na evolução humana.
A equipa, liderada por Thure E. Cerling, diz que "Ardi" terá vivido na savana, onde terá desenvolvido a capacidade de locomoção na sua busca por alimento, contrariando assim as conclusões de White.
A publicação científica divulgou ainda um comentário de Esteban Sarmiento, zoólogo responsável pela Fundação da Evolução Humana de New Jersey, no qual o especialista diz que o crânio, dentes e pelve de "Ardi" mostram que esta foi um símio que viveu muito antes do último ancestral comum entre o Homem os primatas. Segundo Sarmiento, ao contrário de "Ardi", "Lucy" é indiscutivelmente um hominídeo, por se encontrar dentro dessa linha de tempo.
Em resposta às contestações, a equipa de Tim White disse, na mesma publicação, que junto de "Ardi" foram encontrados bocados de madeira e ervas milenares, bem como fósseis de mamíferos que preferiam ambientes florestais em detrimento das savanas. Os investigadores adiantaram, ainda, que os ossos de "Ardi" são semelhantes aos de "Lucy" e de outros hominídeos.
De acordo com Rick Potts, antropólogo e director do Programa da Origem Humana do Instituto Smithsonian, em Washington, as provas apresentadas por Tim White são "maravilhosas, mas insuficientes".
"Os indícios são provenientes de apenas um local, são precisos muitos mais fósseis de várias outras zonas para perceber melhor esta questão", disse Rick Potts, citado pelo "San Francisco Chronicle".
O antropólogo louvou também os esforços de White para provar que "Ardi" foi uma espécie ancestral do Homem.
"No entanto, à medida que voltamos aquele período entre quatro e sete milhões de anos atrás, no qual ocorreu a separação entre os macacos e os antecessores do Homem, verificamos que houve vários pontos na evolução humana que vão levar muitos mais anos até serem compreendidos", explicou Potts.
JN

Fonte: PAVAROTY, 1-06-2010 in Viseu Cidade Viriato, http://atlasdeportugal.blogspot.com/
Imagem: http://www.metro.co.uk/news/747011-meet-ardi-your-4-4m-year-old-mum

terça-feira, 27 de julho de 2010

Há 40 anos

A 27 de Julho de 1970 faleceu António de Oliveira Salazar, aos 81 anos de idade, após 36 anos no poder. A sua morte foi provocada pelo agravamento de danos cerebrais graves, resultantes de um hematoma em consequência de uma queda ocorrida dois anos antes no Forte de Santo António, no Estoril, onde passava férias.

velório de António de Oliveira Salazar, 27 de Julho de 1970

Para mais pormenores sobre os dois últimos anos da vida de Salazar, clique AQUI!

Breves curiosidades – parte II


Texto e montagem de Leonel Salvado
COISAS DE FAMOSOS

Onomástica exótica
Moctezuma teve um sobrinho chamado Quitlahac, que significa “cheio de excremento”.

Vogais de morte
A última palavra de Frederico IV, imperador do Sacro Império, no seu leito de morte, foi AEIOU, o que siginifica “Austriae Est Imperare Orbi Universo”.

Médico perdido
O naturalista Charles Darwin começou ma carreira como médico, mas teve de abandoná-la, pois agoniava-se durante as operações.

Só pela janela
Enquanto foi membro do Parlamento Inglês, Isaac Newton fez uma única intervenção, e foi para pedir que se abrisse uma janela.

Mini-capitão
Jeffrey Hudson, um anão de 46 centímetros de altura, serviu como capitão de cavalaria no exército inglês, no século XVII.

Do quarto aos bolsos
O vaso de noite em prata de Martha, mulher de George Washington, foi derretido, juntamente com outras peças, para fazer as primeiras moedas dos Estados Unidos.

Companhia nocturna
Uma princesa chinesa da dinastia Sung fez fabricar uma cama especial, de modo a poder deitar-se com 30 homens em simultâneo.

Tudo por Cervantes
Sigmund Freud aprendeu espanhol apenas para poder ler D. Quixote no original.

Grande guloso
O imperador Darío III tinha ao seu serviço 276 cozinheiros, 29 moços de cozinha, 13 pasteleiros e 86 viticultores.

Partitura em branco
O compositor russo Sergei Prokofiev compôs aos sete anos a ópera O gigante, utilizando apenas as teclas brancas do piano.

Edifícios capilares
O cabeleireiro de Maria Antonieta, Leonard, edificava sobre a testa das damas verdadeiras torres de cabelo, decoradas com ornamentos como paisagens, frutas e palacetes. Os penteados eram tão altos que não cabiam nas carruagens, pelo que as damas tinham de viajar de joelhos. Nos teatros, foi preciso levantar os tectos, para que coubessem.

A nado em biquini
Gertrude Ederle foi a primeira mulher a cruzar a nado o Canal da Mancha, em 1926. Foi também a primeira a usar biquíni: Para obter maior liberdade de movimentos, cortou o fato-de-banho ao meio.

Papa futebolista
O papa João Paulo II foi guarda-redes de uma equipa de futebol chamada Woytila.

Bombardeiro
Foi Leonardo da Vinci quem inventou as armas biológicas, em 1500: Propôs bombardear o inimigo com sacos cheios de veneno de sapo e de tarântula e baba de porco e de cão raivoso.

Se não comes, morres
O rei Carlos VII de Espanha deixou de comer com medo de ser envenenado. Morreu de inanição.

Mal pensado
Luís XVI sugeriu dar uma forma triangular à lâmina da guilhotina, para torná-la mais eficaz. O próprio soberano teve, mais tarde, oportunidade de a testar no seu real pescoço.

Títulos intermináveis
A pessoa com mais títulos nobres em todo o mundo é a aristocrata espanhola Maria del Rosario Cayetana Fitz-James Stuart y Silvia, que nasceu em 1926 e é a décima oitava duquesa de Alba: Tem seis títulos de duquesa, 17 de marquesa, 19 de condessa, um de condessa-duquesa, um de viscondessa e 17 de Grande de Espanha.

Fonte: Almanaque do Incrível, separata da revista Super Interessante, n.º 64, Agosto de 2003.
Imagem: “Penteado ao triunfo da liberdade” de Maria Antonieta, preparada para a Revolução, in http://www.zahar.com.br/catalogo_exclusivo.asp?id=1139&ide=76

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Hoje é dia de S. Joaquim e Santa Ana, avós de Jesus

Joaquim nasceu, segundo a tradição, em Nazaré, e aí terá casado com Ana. Como durante muito tempo não conseguisse ter filhos de Ana e fosse, por isso, publicamente desprezado pela sociedade da época que entendia ser essa incapacidade uma punição divina pela inutilidade dos esposos, Joaquim retirou-se para o deserto, onde se manteve em jejum durante 40 dias, enquanto Ana, em Nazaré, orava a Deus para que atendesse às suas preces e às do marido, concedendo-lhes o dom da maternidade e paternidade. Atendidas as suas preces, a ambos apareceu um Anjo pedindo-lhes que se reencontrassem e anunciando que o filho ou filha que iriam conceber nasceria com a graça divina e seria honrado e louvado por todo o mundo. Assim, Ana deu à luz, com a idade de 40 anos, a virgem Maria. Desta tradição nasceram os cultos da Imaculada Concepção de Maria e também a devoção a S. Joaquim e Santa Ana, pais de Maria. O culto litúrgico de Santa Ana surge no século VI no Oriente e no século VIII no Ocidente, quando, no ano de 710, as suas relíquias foram levadas da Terra Santa para Constantinopla, de onde foram distribuídas para muitas igrejas do Ocidente. Contudo, só em 1387 é que o seu culto foi oficializado pelo papa Urbano IV, e, em 1584, o papa Gregório XIII fixou a data da sua festa em 23 de Julho, data que só seria estendida a toda a Igreja católica pelo papa Leão XIII em 1879. Finalmente o papa Paulo VI associou os festejos dedicados a S.Joaquim, tradicionalmente realizados a 16 de Agosto, à data estabelecida por Urbano IV, 23 de Julho, para a mãe da Virgem Maria e avó de Jesus, Santa Ana.

No concelho de Valpaços Santa Ana é também venerada: É orago da igreja matriz de Serapicos e é festejada, justamente, a 26 de Julho. Na freguesia de Santiago da Ribeira de Alhariz existe uma capela da invocação de Santa Ana, cuja festa se realiza a 25 de Março.

Imagem: S. Joaquim e Santa Ana, in http://blog.cancaonova.com/sentinela/page/4/

Para mais pormenores sobre as vidas e cultos de S. Joaquim e Santa Ana clique AQUI!

domingo, 25 de julho de 2010

871.º Aniversário da Batalha de Ourique

D. Afonso Henriques e a Batalha de Ourique, desenhos de Jorge Miguel
A Batalha de Ourique, o mais célebre confronto militar entre as forças de D. Afonso Henriques e as dos muçulmanos desenrolou-se a 25 de Julho, dia de Santiago, de 1139, algures no Sul de Portugal e terminou com uma brilhante vitória das primeiras, alegadamente em número muito menor.

Trata-se de um episódio da História de Portugal, a respeito de cujos pormenores tem havido, desde o nosso primeiro historiador moderno, Alexandre Herculano, alguma falta de consenso. Com efeito, parece não haver acordo entre os historiadores, relativamente a questões de grande relevância, tais como a localização exacta da batalha, as forças militares envolvidas e o impacto imediato que ela possa ter tido na sociedade da época. Em contrapartida, não restam dúvidas de que a Batalha de Ourique contribuiu bastante para a afirmação da realeza de D. Afonso Henriques e, consequentemente, para a formação da Nacionalidade Portuguesa. Se a Batalha de S. Mamede já foi entendida, na expressão de José Mattoso, como “a primeira tarde portuguesa”, a Batalha de Ourique pode ser interpretada, em igual sentido metafórico, como “o despertar da Nacionalidade”.

Passamos a transcrever um texto que resume de forma clara e objectiva as principais questões que têm sido colocadas a respeito da Batalha de Ourique, com as possíveis respostas do respectivo autor a essas mesmas questões:

A Batalha de Ourique

Por CF

A Batalha de Ourique ocorreu a 25 de Julho de 1139, num local que as fontes denominam de Ourique (Aulic, Oric, Ouric), que na altura estaria no território controlado pelos muçulmanos (tunc cor terrae sarracenorum). No terreno defrontaram-se as forças “portuguesas” lideradas por D. Afonso Henriques, que havia partido de Coimbra, contra cinco “reis” mouros: Sevilha, Badajoz, Évora, Beja e um quinto de nome Ismar, que alguns autores pensam ser o alcaide de Santarém e outros de Elvas, sendo apenas esta uma das muitas dúvidas que envolvem esta importante batalha.

Foram as vitórias militares que asseguraram a D. Afonso Henriques, um território suficientemente vasto para se afirmar como um Reino, e foram estas também que permitiram que o Reino de Portugal fosse reconhecido internacionalmente como tal. Destas vitórias, Ourique é sem dúvida a mais importante, pois foi a partir desta que Afonso Henriques passou a utilizar o título de Rei (Rex).

Os títulos de Afonso Henriques

Após a Batalha de S. Mamede (1128), D. Afonso Henriques assume os destinos do Condado Portucalense, mas nunca se faz conhecer como Conde (comes). Na realidade, a utilização do título de Conde, marcaria uma clara submissão ideológica ao Rei de Leão, na lógica das relações feudo-vassálicas, um Conde tem sempre condição inferior à de um Rei. Assim, de forma a marcar cada vez mais a sua autonomia em relação ao Reino de Leão, e arrastando consigo o afirmar da autonomia do território por si governado, Afonso Henriques faz-se conhecer nos documentos oficiais com títulos que confirmam a sua ascendência régia (1), tais como Príncipe (Princeps) ou Infante (Infans).

Com a enorme vitória em Ourique, D. Afonso Henriques passa a ser considerado um importante líder militar internacionalmente, facto que este aproveita para se intitular de Rei. Esta vitória apenas confirmava o que há muito se vinha verificando: Afonso Henriques sempre tinha procedido como um príncipe independente, apesar da sua condição de vassalo. A partir de Ourique, onde é assumido o título de Rei, o processo de autonomia de Portugal dava um passo de gigante. Portugal tornava-se um Reino Independente, foi reconhecido pelo Imperador de Leão e Castela, logo a seguir pelos outros reis da Península Ibérica, e dezenas de anos depois, pelo papa, de quem Portugal se tornava vassalo em 1143.

A meu ver, no entanto, não se pode falar ainda em independência total, pois apesar de ter passado de Condado a Reino, Portugal, continuava a ser um território integrado numa unidade política maior, o Império de Leão. D. Afonso Henriques podia ser Rei de Portugal, mas era ainda vassalo do Imperador de Leão, isto tudo apesar da força política do Imperador, não se fazer sentir no território administrado por Afonso Henriques.

A batalha de Ourique

Constitui talvez o maior problema historiográfico português, o valor desta batalha no que respeita à sua localização, às forças militares envolvidas e à projecção que esta alcançou na sociedade daquela época.

Localização

Os primeiros historiadores como Alexandre Herculano, defenderam sempre que a Batalha teria ocorrido na povoação com o mesmo nome, no Baixo Alentejo. Autores recentes apontam outras alternativas como Vila Chã de Ourique (próximo de Santarém); Campo de Ourique (actualmente em Lisboa); Campo de Ourique (perto da nascente do Rio Lis, no distrito de Leiria).

A hipótese inicial de Ourique, parece estar um pouco abandonada, pois não só corresponde à lógica dos acontecimentos anteriores, como parece ser um empreendimento demasiado arriscado. Parece um pouco ousado, mesmo para D. Afonso Henriques, percorrer mais de 300 km em território hostil desde Coimbra, e travar um Batalha da qual, seria praticamente impossível de retirar em segurança, caso a contenda não lhe fosse favorável. Tem que se ter ainda em conta, que D. Afonso Henriques, poucos dias depois estava de volta a Coimbra.

As hipóteses de Vila Chã de Ourique e de Campo de Ourique no Lis, estão dentro do contexto das operações militares que se tinham vindo a desenvolver anteriormente. Após várias ofensivas muçulmanas a Coimbra, como resposta, os “portugueses” forçam a linha de fronteira, fixando-a no eixo Leiria-Ourém-Tomar, onde D. Afonso Henriques fez importantes doações às Ordens Militares, como forma de suster quaisquer tentativas de reconquista por parte do inimigo. É assim lógico que a batalha de Ourique tivesse ocorrido um pouco abaixo dessa linha, já em terreno inimigo.

Quanto à hipótese Lisboeta, ela parece ser um pouco afastada da região onde se costumavam confrontar as forças “portuguesas” e muçulmanas.

Componente Militar

As crónicas da época falam de uma batalha enorme, com dezenas de milhar de homens envolvidos. No entanto, os historiadores desde Alexandre Herculano, defendem que não se produziu um choque de exércitos, mas um “fossado” (2) ou ataque repentino “português”, que envolveu largas centenas ou talvez poucos milhares de homens.

Milagre de Ourique

Após a morte de D. Afonso Henriques, iniciam-se duas crónicas sobre a sua vida, a Gesta de Afonso Henriques e os Anais de Santa Cruz de Coimbra. Esta última crónica, fala na aparição de Cristo a D. Afonso Henriques de forma a incitar à vitória sobre os infiéis e dando assim protecção divina ao Reino que se estava a formar. Uma lenda deste género, numa época de grande religiosidade como a Idade Média, era a melhor forma de enaltecer a grande vitória “portuguesa”.

As Cinco Quinas

Foi Luís de Camões que eternizou a explicação do escudo português, onde o número dos reis vencidos era representado pelos cinco escudetes existentes no brasão de Portugal. No entanto, os selos e moedas posteriores a 1139 não comprovam essa tradição.

Notas:


1. D. Afonso Henriques era neto do Imperador Afonso VI.

2. Fossado – Guerra organizada e regular que implicava uma mobilização colectiva dos homens para o exterior das suas comunidades. O objectivo era saquear riquezas (ouro, cerais, gado, armas) e desgastar o inimigo, arrasando regiões inteiras.

in http://www.causanacional.net/index.php?itemid=26
imagem: http://faltaapagarolapis.blogspot.com/2010/02/afonso-henriques-bd.html

Hoje é dia de S. Tiago, apóstolo

S. Tiago, Santiago ou Santiago Maior, assim por vezes chamado para o distinguir de outros santos com o mesmo nome Tiago, como Santiago Menor, também discípulo de Cristo e ainda Santiago, o Justo, foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo, martirizado em 44 da nossa Era. Pode ser tratado também por Jaime, pois tal como Tiago, é um nome que deriva do latim Iacobus e que evoluiu ao longo dos tempos conforme as línguas para Jacob, em alemão e noutras línguas nórdicas, Jacques, em francês e James, em inglês. Nas regiões orientais da Península Ibérica usaram-se as formas Jácome Jaume ou Jaime (todas do catalão), enquanto na faixa ocidental se usaram Iaco ou Iago, assim no galego, português, leonês e castelhano, e a forma usada na língua corrente Santo Iago, transformou-se em Sant’Iago, generalizando-se a corruptela São Tiago. Em castelhano, Santiago derivou também para San Diego.

Nascido em Betsaída, na Galileia, Santiago era filho de Zebedeu e Salomé e irmão dos apóstolos João, o pescador, e S. João Evangelista. Era, segundo a Bíblia, um dos apóstolos mais íntimos de Jesus de Nazaré, um dos três (juntamente com Pedro e João) que na maioria das ocasiões eram vistos na sua companhia. É citado como um dos testemunhos da terceira aparição de Cristo, após a sua morte e ressurreição, nas margens do lago Tiberíades. Foi, segundo a Bíblia, o primeiro apóstolo a morrer, decapitado em Jerusalém por ordem Herodes Agripa I, rei da Judeia, por volta do ano 44. Muitos crêem que teria percorrido a Hispânia romana pregando a doutrina cristã, presenciando em Saragoça a aparição de Maria, mãe de Jesus, que ainda vivia, sobre um pilar, o que eu origem ao culto de Nossa Senhora do Pilar. Nessa missão de evangelização dos pagãos da Península Ibérica, de que não obteve sucesso, teria passado pela Galiza, na actual Espanha, Braga, Guimarães e Rates, no actual território português. A tradição pretende que o seu corpo tenha sido transportado para a Galiza e sepultado em Compostela, onde, no ano de 814, um eremita de nome Pelaio, afirma ter encontrado as relíquias do santo-mártir numa tumba sobre a qual depois se fez erguer a catedral de Santiago de Compostela, tornando-se assim, Santiago, o santo patrono da Galiza e de toda a Espanha e local de culto e peregrinação das demais nações da Europa Ocidental. Na sequência de uma tradição, segundo a qual Santiago aparecia favorecendo os cristãos nas suas batalhas contra os infiéis muçulmanos, em que era reconhecido como Santiago Matamoros (Mata-mouros), foi fundada a Ordem Militar de Santiago, com a missão de combater os muçulmanos e que mais tarde se dividiu em dois ramos – o de Espanha e o de Portugal.

O culto a Santiago remonta, portanto, ao século IX no noroeste peninsular e propagou-se nos séculos seguintes por toda a Espanha e Portugal e pela América espanhola. É festejado a 25 de Julho nas Igrejas Católica e Luterana, a 30 de Abril na Igreja Ortodoxa, a 12 de Abril pelos coptas e a 28 de Dezembro pelos etíopes.

No concelho de Valpaços, S. Tiago é orago da freguesia de Santiago da Ribeira de Alhariz, onde o culto a Santiago poderá remontar às origens da povoação, ao tempo de D. Sancho I, eventualmente introduzido por cruzados de origem germânica que se crê terem povoado o local.

Imagem: http://portugal.veraki.pt/freguesias/heraldicaf.php?idfreg=4752&op=OH

Para mais informações sobre S. Tiago, apóstolo na Wikipédia, clique AQUI!

sábado, 24 de julho de 2010

113.º Aniversário do nascimento de Amélia Earhart

Amelia Mary Earhart, nasceu em Atchison, Kansas, EUA, no dia 24 de Julho de 1897 e desapareceu no Norte do Oceano Pacífico a 22 de Julho de 1937. Foi uma das pioneiras da aviação dos Estados Unidos da América e dedicada defensora dos direitos das mulheres, tornando-se amiga da primeira-dama do seu país, Eleanor Roosevelt, também ela uma grande apaixonada pela aviação, com quem alinhou em defesa das causas femininas. Tornou-se famosa nas mais diversas acções devidas ao seu multifacetado talento e personalidade carismática, mas sobretudo por ter sido a primeira mulher a voar sozinha sobre o Atlântico.

Imagem: http://theeclecticgoddess.blogspot.com

A aviadora

O primeiro voo transatlântico de Amélia Earhart sucedeu em 17 de Junho de 1920 – cerca de seis anos após a primeira viagem sobre o Atlântico Sul por Sacadura Cabral e Gago Coutinho – num Fokker FVII 3m, na companhia do piloto Wilmer Stultz e do co-piloto, e mecânico Louis Gordon. Descolaram da Terra Nova e aterraram em Burry Port, no País de Gales, Reino Único, após 20 horas e 40 minutos de voo.

Era já vista como uma celebridade, mas a sua maior proeza e aquela que verdadeiramente a imortalizou na história da aviação, foi o seu primeiro voo a solo sobre o Oceano Atlântico realizado no dia 20 de Maio de 1932 aos comandos de um Lockheed Vega 5b. Partiu de Harbour Grace, mais uma vez na Terra Nova, e após um voo de 14 horas e 56 minutos sob vento forte, gelo e alguns problemas mecânicos, aterrou em segurança num terreno de pastagem do Norte de Derry, na Irlanda do Norte, ficando registada nos anais da aviação como a primeira mulher a fazer um voo sem escala sobre o Atlântico. A proeza valeu-lhe a tripla distinção de ter sido agraciada com os títulos de “Distinguishead Flyng Cross” do congresso dos E.U.A., a “Cruz de Cavaleiro” da Legião de Honra do governo francês e medalha de ouro da “National Geographic Society”.

Após várias tentativas, desde 17 de Março de 1937, em realizar um voo de circum-navegação do Globo num Lockheed L10 Electra, modificado, Helena Earhart desapareceu, juntamente com seu marido, Fred Noonan, algures no Oceano Pacífico a 22 de Julho de 1937.


Os aviões

Para as suas memoráveis viagens aéreas contou Amélia Hearhart com a fiabilidade de três aparelhos aeronáuticos de duas marcas distintas.



clique duas vezes sobre as imagens para ampliar



Amélia Hearhart na BD em Portugal



Esta graciosa imagem de Amélia Hearhart é um desenho do reputado autor de Banda Desenhada em Portugal, Jorge Miguel, nosso assíduo e prezado visitante, e faz parte do livro da colecção “Chamo-me” dedicado a Sacadura Cabral, que ainda está a ser trabalhado mas que o autor espera vir a ser publicado já no próximo mês de Setembro.

Para uma biografia mais detalhada de Amelia Hearhart na Wikipédia, clique AQUI!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Há 34 anos

Em Portugal, tomava posse o I Governo Constitucional, chefiado por Mário Soares.




O I Governo Constitucional tomou posse a 23 de Julho de 1976, sendo constituído pelo Partido Socialista com base nos resultados das eleições de 25 de Abril de 1976. Terminou o seu mandato a 23 de Janeiro de 1978

in http://www.portugal.gov.pt/pt/GC01/Pages/Inicio.aspx
Imagem: © Copyright Chalbert, arquivo de fotografia de Lisboa CPF/MC

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Hoje é dia da Santa Maria Madalena

Considerada santa pelas igrejas Católica, Ortodoxa e Anglicana é celebrada do dia 22 de Julho. É descrita do Novo Testamento como uma das discípulas mais dedicadas de Jesus Cristo, sendo considerada, em função do seu nome “Magdalena” como natural de Magdala, povoação situada na costa ocidental do Mar da Galileia, mas esta naturalidade é controversa. Controversa é também a interpretação a que tem sido sujeita a sua relação com Jesus Cristo. Para além da conhecida, e incontestável, dedicação a Cristo, por Maria Madalena, esta questão tem dado origem a recentes teorias desconcertantes, chegando certos escritores, cujas obras são de credibilidade discutível, a descrevê-la como mulher de Cristo e mãe de seus supostos filhos, factos alegadamente ocultados por revisionistas cristãos que alteram os Evangelhos.

O culto a Santa Maria Madalena no Ocidente propagou-se a partir do século XII.

Entendemos incluir no nosso Hagiológio [local/regional], Santa Maria Madalena, em homenagem à tradição religiosa e ao património edificado da freguesia de Santa Valha, posto que a única referência que conseguimos encontrar quanto à devoção a esta Santa Católica em todo o concelho de Valpaços, foi o da existência de uma capela de que foi orago, hoje em ruínas, cujas características arquitectónicas sugerem a sua antiguidade românica e se crê ter tido em torno dela que teve origem a aldeia primitiva, de onde advém o topónimo do bairro da Madalena. Actualmente não se realizam festas em sua honra.

Para uma biografia e outras informações sobre Maria Madalena clique Aqui!

Imagem: http://effathamedicina.blogspot.com/2007/07/dia-de-santa-madalena.html

terça-feira, 20 de julho de 2010

O Motim de Valpaços de 1862 e outros tumultos populares

Valpaços entre os mais graves motins antifiscais de 1862

Entre os meses de Abril e Agosto, o país foi abalado por uma vaga de agitação popular, de variável intensidade, que se transformou em focos de motins sob a forma de assaltos às dependências fiscais nas sedes concelhias, que fossem ao mesmo tempo as sedes de comarcas fiscais, atentados à vida dos respectivos funcionários, na maioria dos casos os escrivães da fazenda, e fogos postos. Tais focos localizaram-se em regiões tão distantes como o Minho (Guimarães, Póvoa do Lanhoso, Amares-Braga), as Beiras (Covilhã, Belmonte – Castelo Branco, Viseu, Aveiro) o Algarve (municípios da serra) e os Açores (Ponta Delgada, Faial-Horta) mas propagaram-se, também, a partir do Minho, a vários concelhos de Trás-os-Montes, tanto ao distrito de Bragança como ao de Vila Real. Aqui a situação foi bem marcante nas duas principais vilas, Chaves e Vila Real, como nos restantes municípios – Alijó, Montalegre, Murça, Boticas, Vila Pouca de Aguiar e Valpaços. Recordamos que Valpaços tinha sido elevada a categoria de vila havia pouco mais de um ano, por Dectreto de 27 de Março de 1861, sendo então presidente da Câmara o já biografado aqui no Clube de História, Júlio de Carvalhal (ver na categoria "Biografias" [local/regional], o artigo "Dois ilustres valpacenses, duas personalidades distintas").

Entendido, embora, como um sinal dos tempos, este ciclo de insurgências não deve ser considerado como um renascimento do movimento suficientemente estruturado e concertado com os sectores liberais que o apoiaram nas localidades assediadas e que ficou conhecido como o de “Maria da Fonte”, nem como um movimento de base partidária legitimista, ainda que nos relatórios de alguns governadores civis se acusem certos padres miguelistas de instigarem os tumultos. Parafraseando Diego Palácios Cerezales, que se baseia na contextualização europeia de Charles Tilly em «La France conteste», «estes motins englobam-se nos frequentes episódios de resistência popular à penetração impositiva e administrativa dos Estados e à criação de espaços económicos e políticos nacionais – duas características da transição do mundo moderno para o mundo contemporâneo. Como sublinha Palácios Cerezales, os próprios governadores civis que condenavam os clérigos miguelistas, deixaram nos seus relatórios notas claras do «carácter espontâneo dos motins e da inexistência de um plano de insurreição geral».
Então porque se insurgiam os populares? O móbil da insurreição residiu nas odiadas obrigações fiscais da nova contribuição predial que lesava os proprietários agrícolas, aos grandes nos seus interesses económicos, aos pequenos na sua dura luta pela sobrevivência. Os protestos contra os arrolamentos prediais e contra a não actualização das matrizes prediais continuaram repetidamente até aos finais do século XIX. Não admira pois, que na maioria dos casos os amotinados pedissem a morte do escrivão da Fazenda.

Em Valpaços, por exemplo, novos tumultos com os mesmos propósitos haveriam de ressurgir a 5 de Março de 1909, na sequência de iguais desacatos ocorridos em Alijó e na Régua durante o mês de Janeiro, em que um grande número de populares armados assaltaram a repartição e Recebedoria da Fazenda, queimando uma grande parte da documentação fiscal, à excepção dos livros de cobrança. Este episódio relatado por A. Veloso Martins na Monografia de Valpaços terá sido motivado, na opinião do próprio autor não a alegados nanejos políticos, nem à fome dos pobres populares, mas a uma «explosão de descontentamento de multidões enfurecidas, por serem sistematicamente enganadas e exploradas», de entre os quais, depois refere o mesmo autor, «dois "notáveis" [que] procuravam afanosamente no auto de fé do braseiro os tombos das suas contribuições prediais, chiscando-as para diante para que ardidos e tisnados ficassem». Joaquim de Castro Lopo, na sua monografia O Concelho de Valpaços, por Valbel (p. 101) assinalou ainda, de forma breve e inexplicada a existência de uns mais recentes «tumultos provocados por gente de Vilarandelo» a 28 de Fevereiro de 1925. Tanto este como o tumulto de 1909, ou ambos, podem tratar-se dos eventos que na memória colectiva teria gerado o misterioso epíteto Valpaços, concelho da foice - abordado num dos artigos publicado por Sérgio Morais no presente blogue e no “Notícias de Valpaços”, com uma alusão ao carácter enigmático desta expressão e a transcrição de um texto da autoria de Eduardo Ferreira Costa, editado no n.º 13 do Jornal Arauto da Casa do Povo de Vilarandelo, onde se procura esclarecer o seu real significado -, por ambos se ajustarem cronologicamente às referências publicadas por este autor e por se atribuír expressamente ao segundo à "gente de Vilarandelo".

Voltando ao tema central deste post que é o motim de 1862, torna-se necessário acrescentar que, dada a inexistência em Portugal de qualquer corpo policial antes de 1885 (data da criação de uma Guarda fiscal, mas ainda com competências estritamente aduaneiras e recaudatórias) e de 1912 (com a criação da Guarda Nacional Republicana, uma força policial de intervenção rural), as autoridades da administração civil, como os governadores civis tiveram que recorrer aos militares e entender-se com os correspondentes comandantes das divisões militares para responder às ameaças dos motim de 1862. Foi com estes meios (Cavalaria e Infantaria) que se restabeleceu a ordem pública, através da repressão activa, com maior ou menor violência, como aconteceu em Chaves, ou através da dissuasão preventiva, como aconteceu nos restantes concelhos sublevados do distrito de Vila Real.

Passo a transcrever um trecho do estudo que me serviu de base para estes tópicos, na expectativa de que possam interessar aos leitores do Clube de História, e especialmente aos valpacenses mais dedicados ao seu património histórico.

A PREVENÇÃO DO «CONTÁGIO»: VILA REAL
[…]
No dia 14 de Maio, dia de mercado em Chaves, a aglomeração de pessoas vindas das aldeias vizinhas transformou-se em tumulto: «Homens armados com paus e foices percorreram as ruas contestando o escrivão da Fazenda e os novos tributos.» Quando se dirigiam aos edifícios públicos, tropas da infantaria e cavalaria «carregaram contra o povo e puseram-no em debandada sem feridas graves». A acção militar não só satisfez o governo civil porque «o sossego fora restabelecido», mas também porque desmentiu o rumor de que as tropas se iriam juntar ao movimento popular e não disparariam contra os aldeões.

O governo civil manteve-se atento a tudo o que acontecia nos distintos municípios do distrito. Nos dias de mercado mensal promoveu o reforço dos piquetes militares, que chegaram até aos 50 homens em Alijó ou em Montalegre.

Em Murça foi necessário que outras 50 baionetas de um regimento de caçadores percorressem o termo municipal ao longo de três dias para «arrefecer os ânimos e evitar que os primeiros sintomas tumultuosos se transformassem em desordens».

Em Vila Pouca de Aguiar, as populações das aldeias reuniram-se ao toque dos sinos, mas, aparentemente, a presença das tropas dissuadiu-as de invadirem a sede do concelho. Em Boticas houve «ajuntamentos » populares e no dia 20 de Maio chegaram a reunir-se nas suas ruas 300 homens que, entre vivas ao rei e ao exército, pediam a morte do escrivão da Fazenda e gritavam contra os tributos e os novos pesos e medidas. As autoridades estavam prevenidas, e a presença de tropas facilitou a dispersão do grupo «apenas com a voz da autoridade».

Em Valpaços, «o tumulto foi mais grave». O mercado mensal tinha sido adiado para permitir a presença da tropa, mas os ânimos estavam exaltados. Os amotinados encararam-se com as tropas, a cavalaria teve de manobrar com as pistolas carregadas e a infantaria formou-se em posição de fogo. No final não houve intervenção armada, já que «a voz persuasiva da autoridade e o carácter imponente da força armada resolveram a questão sem derramamento de sangue». Mais tarde, um guardador de cabras foi detido, acusado de ser o principal instigador.

Apesar de as autoridades irem controlando a situação, não havia tropas suficientes para manterem a presença em todo o distrito, em especial tendo em conta que também eram necessárias em Bragança. A infantaria destacada em Valpaços devia regressar a Mirandela, e a cavalaria a Chaves, pelo que a prudência ditou que os vários escrivães da Fazenda fossem escoltados até Vila Real e levassem com eles a documentação fiscal, que ali ficou custodiada até o fim do desassossego.


CEREZALES, Diego Palácios, O princípio de autoridade e os motins antifiscais de 1862, Análise Social, vol. XLII (182), 2007, pp. 35-53.



Lamentavelmente, os efeitos materiais do carácter subversivo deste enérgico e incontido povo transmontano traduziu-se em muitos locais, como em Valpaços, na perda de importantes recursos documentais comprometendo seriamente o trabalho que vem sendo desenvolvido pelos historiadores como sucedeu com Joaquim Ribeiro Aires que, na cerimónia de apresentação da sua obra “A República no Distrito de Vila Real” realizada nos claustros do Governo Civil em 21 de Junho de 2010, deixou algumas observações bastantes claras das dificuldades sentidas na preparação da sua obra. Da entrevista concedida à jornalista do Notícias de Vila Real, Sandra Borges, transcrevemos o seguinte excerto:
«O autor explicou que o livro não dedica as suas páginas à história republicana por concelho e que todas as suas referências estão integradas no todo nacional e local. “Vila Real e Chaves eram os núcleos urbanos principais. Não por serem os maiores, o que também é uma razão, mas porque há pouca informação nos restantes”, contou. Ribeiro Aires revelou que “não existem actas camarárias na Régua, Santa Marta, Valpaços e Ribeira de Pena. Incêndios destruíram toda a documentação. Num destes casos foi um elemento da câmara que decidiu livrar-se das velharias e queimou todas as actas até 1976. Pasme-se!”»
Sandra Borges
In http://www.noticiasdevilareal.com/noticias/index.php?action=getDetalhe&id=830
(Publicadopor Sérgio Morais também no presente blogue)

Fontes:
CEREZALES, Diego Palácios, O princípio de autoridade e os motins antifiscais de 1862, Análise Social, vol. XLII (182), 2007, pp. 35-53. Disponível em formato PDF, em http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aso/n182/n182a02.pdf
MARTINS, A. Veloso, Monografia de Valpaços, 2ª Ed. da C.M. de Valpaços, 1999, pp. 77-82
Nota: O texto foi sujeito a alterações após a data de publicação assinalada em epígrafe.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

125.º Aniversário do nascimento de Aristides de Sousa Mendes

Aristides de Sousa Mendes foi um diplomata português, que ocupava as funções de cônsul de Portugal em Bordéus quando a Alemanha nazi invadiu a França. Em 1940, à revelia das ordens expressas de Salazar, interessado em salvaguardar a aparência de neutralidade portuguesa na Segunda Guerra Mundial, Sousa Mendes concedeu 30 mil vistos de entrada em Portugal a pessoas e famílias de várias nacionalidades que fugiam à perseguição nazi. Este gesto humanitário trouxe os maiores dissabores, a si e à sua família, em consequência das punições que o regime salazarista lhe reservou. Contudo, o facto de ter salvado dezenas de milhares de pessoas do holocausto, de entre as quais cerca de 10 mil judeus, valeu-lhe a atribuição do epíteto de “o Schindler português”. Em1966 seria homenageado em Israel no “Memorial Yad Vashem” (Memória do Holocausto), sendo-lhe atribuído o título de “Justo entre as Nações”. Em Portugal, o processo de reabilitação de Aristides de Sousa Mendes só se iniciou em 1987 – trinta e três anos após a sua morte, e dezassete anos após a morte de Salazar! Convém observar, no entanto, que a homenagem e reabilitação de Aristides de Sousa Mendes nunca mereceram a unanimidade dos portugueses, o que até se pode compreender pela relatividade das argumentações de determinados objectores, mas o que é mais de estranhar, e na minha perspectiva de lamentar, é que isso vem acontecendo ao mesmo tempo em que vão aparecendo com alguma frequência correntes de opinião tendencialmente favoráveis à reabilitação e homenagem a Salazar.
Imagem: http://ruadajudiaria.com/?=594


Breve biografia

Nasceu em 19 de Julho de 1885, na pequena localidade de Cabanas de Viriato, perto de Mangualde (Portugal). Estudou Direito em Coimbra, licenciando-se em 1907.
A 12 de Maio de 1910, foi noeado cônsul de 2ª classe naa Guiana Britânica, passando depois a exercer funções em Zamzibar, onde ganhou muito prestígio. Em 1918, em plena ditadura de Sidónio Pais, foi promovido a cônsul de 1ª classe. Devido à sua simpatia pela causa monárquica ficou inactivo de 1919 até 1921, altura em que foi convidado a dirigir o consulado em S. Francisco.
Com o golpe de Estado de 28 de Maio de 1926, Sousa Mendes foi nomeado cônsul em Vigo. Apoiando e servindo desde o seu início o regime ditatorial, recebeu várias vezes louvores de Salazar. Todavia, com o afastamento do irmão do cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, Sousa Mendes ficou revoltado com o Governo.
De 1931 a 1938 foi cônsul em Antuérpia, sendo então transferido para Bordéus. À medida que crescia na Europa o Nazismo, crescia também o número de refugiados, sobretudo judeus. Muitos deles foram para Bordéus, então sob o governo de Vichy. Aí, Sousa Mendes concedeu milhares de vistos a judeus que procuravam escapar ao extermínio nazi. Esta atitude desagradou muito a Salazar, que o destituiu em 1940. Sousa Mendes ainda apelou para o Supremo Tribunal Administrativo e para a Assembleia Nacional, mas de nada lhe valeu. Em Bordéus, porém, foi-lhe erguida uma estátua.
Aristides de Sousa Mendes acabou por morrer em 1954, com imensas dificuldades financeiras. Em 1987, o presidente da República Mário Soares conferiu-lhe, a título póstumo, a Ordem da Liberdade. Em 1989, a Assembleia da República reparou a grave injustiça que lhe fora cometida, reeintegrando-o no serviço diplomático por unanimidade e aclamação.
in http://pt.worldwar-two.net/biografias/77/

Acções em homenagem a Aristides de Sousa Mendes

• Em 1966, o Memorial de Yad Vashem (Memorial do Holocausto situado em Jerusalém) em Israel, presta-lhe homenagem atribuindo-lhe o título de "Justo entre as nações". Já em 1961, haviam sido plantadas vinte árvores em sua memória nos terrenos do Museu Yad Vashem.

• Em 1987, dezassete anos após a morte de Salazar, a República Portuguesa inicia o processo de reabilitação de Aristides de Sousa Mendes, condecorando-o com a Ordem da Liberdade e a sua família recebe as desculpas públicas.

• Em 1994, o presidente português Mário Soares desvela um busto em homenagem a Aristides de Sousa Mendes, bem como uma placa comemorativa na Rua 14 quai Louis-XVIII, o endereço do consulado de Portugal em Bordéus em 1940.

• Em 1995, a Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses (ASDP) cria um prémio anual com o seu nome.

• Em 1996, o grupo de escuteiros de Esgueira (Aveiro) homenageou-o criando o CLÃ 25 ASM (Aristides de Sousa Mendes)

• Em 1998, a República Portuguesa, na prossecução do processo de reabilitação oficial da memória de Aristides de Sousa Mendes, condecora-o com a Cruz de Mérito a título póstumo pelas suas acções em Bordéus.

• Em 2005, na Grande Sala da Unesco em Paris, o barítono Jorge Chaminé organiza uma Homenagem a Aristides de Sousa Mendes, realizando dois Concertos para a Paz, integrados nas comemorações dos 60 anos da Unesco.

• Em 2006 foi realizada uma acção de sensibilização: "Reconstruir a Casa do Cônsul Aristides de Sousa Mendes", na sua antiga casa em Cabanas de Viriato, Carregal do Sal e na Quinta de Crestelo, Seia - São Romão.

• Em 2007, um programa televisivo da RTP1, Os Grandes Portugueses, promoveu a escolha dos dez maires portugueses de todos os tempos. Sousa Mendes foi o terceiro mais votado. Ironicamente, o primeiro lugar foi atribuído a Salazar, e o segundo lugar a Álvaro Cunhal .

• Em 2007 o barítono Jorge Chaminé realizou dois concertos homenagem a Aristides de Sousa Mendes, em Baiona e em Bordéus.

• Em Viena, Áustria, no Vienna International Center, onde estão sedeados diversos organismos da ONU, como a Agência Internacional de Energia Atómica, existe um grande passeio pedonal com o nome do ex-diplomata português, denominado Aristides-de-Sousa-Mendes-Promenade.

• Aristides de Sousa Mendes não foi o único funcionário a quem o seu país não perdoou a desobediência apesar dos seus actos de justiça e humanidade na Segunda Guerra Mundial. Entre outros casos conhecidos de figuras que se destacaram pela coragem e humanismo incluem-se o cônsul japonês em Kaunas (Lituânia) Chiune Sugihara e Paul Grüninger, chefe da polícia do cantão suíço de São Galo.

In http://pt.wikipedia.org/wiki/Aristides_de_Sousa_Mendes


Para uma biografia mais detalhada de Aristides de Sousa Mendes clique AQUI!

domingo, 18 de julho de 2010

Hoje é Dia de Santa Marinha, virgem e mártir

O culto a Santa Marinha, virgem e mártir de Antioquia, foi devido à sua origem oriental, um dos primeiros cultos a serem recebidos pela Igreja ocidental, aparecendo documentado na Península Ibérica desde meados do século IX. Festejado a 18 de Julho,é um culto muito popular também em Portugal, sobretudo na arquidiocese de Braga onde Santa Marinha é padroeira de vinte e três das suas freguesias e chegou a ser titular secundária do mosteiro de Guimarães. É orago de muitas capelas e simples lugares, não só na arquidiocese de Braga como em outras regiões portuguesas, como é o caso de Lebução, no concelho da Valpaços, onde no 3º Domingo de Julho é realizada, anualmente, uma festa em sua honra, figurando a capela de Santa Marinha de Ferreiros como uma das referências do património cultural e edificado desta freguesia.

Mas esta Santa Marinha, virgem e mártir de Antioquia foi ao longo dos tempos reclamada como originária da Península Ibérica por certas tradições locais na Galiza e Em Portugal. Alguns estudiosos e martirologistas têm procurado esclarecer esta realidade. De entre eles destacamos o Padre José Adilio Macedo que resume assim a sua opinião sobre a situação:

Há, porém, outras Santas Marinhas, de vida mais ou menos lendária, que o espírito imaginativo de certos hagiógrafos fizeram nascer em Igrejas do ocidente. Vamos referir duas dessas lendas:
Uma, na Igreja de Orense, que reivindica esta santa como sua, já a partir do século XIII, mas, sobretudo, com a introdução do seu nome no Martirológio Romano de 1586.
Todavia nem tudo é claro nesta lenda, que não resiste aos críticos da hagiografia. Um autor espanhol - Flórez - prefere dizer que a Santa Marinha de Orense talvez fosse uma santa local, a que, por falta de legenda própria, adaptariam a de santa Marinha de Antioquia.
Outra, na Igreja de Braga, que também reclama esta santa desde o breviário de D. Rodrigo da Cunha, de 1634, que, apresenta santa Marinha como irmã gémea de mais oito meninas, todas mártires, filhas de Lúcio Atílio Severo, governador do território bracarense, e de Cálcia Lúcia, nobre romana, todas elas baptizadas e educadas pelo também lendário bispo santo Ovídio. Esta lenda foi mais tarde artisticamente enroupada por frei Bento da Ascensão, monge beneditino do mosteiro de Pombeiro, no ano de 1722.
Apesar de destituída de qualquer fundamento histórico, é esta a lenda admitida em quase todos os templos dedicados a Santa Marinha.
- Esta breve história de Sta Marinha foi gentilmente cedida pelo Padre José Adilio Macedo.

in http://www.remelhe.bcl.pt/Sta%20Marinha.htm
Imagem: http://www.freg-lousado.pt/fotos/marinha.jpg

sábado, 17 de julho de 2010

92 Anos da tragédia dos Romanov e o mistério de Anastasia



Aconteceu em 17 de Julho de 1918 aquela que ficou para a História como uma das mais dramáticas, cruéis e misteriosas soluções levadas a cabo para pôr termo aos odiados regimes absolutistas da Europa – A execução de Nicolau II e restante família imperial.

Devido à imparável Revolução Russa iniciada em 5 de Agosto de 1905, galvanizada pela frustrada guerra russo japonesa de 1905 e pela repressão de que foram vítimas os manifestantes do “Domingo Sangrento” de 22 de Janeiro desse mesmo ano, mas também, pelas duras provações por que passou a população russa na 1ª Guerra Mundial (entre 1 e 5 de Agosto o impreparado exército russo sofreu humilhantes derrotas e optou pela retirada, assistindo em desespero a queda de Varsóvia), em 15 de Março de 1917 Nicolau II é obrigado a abdicar do poder, apesar de inicialmente o ter tentando fazer em favor do seu filho menor Czarevich Alexei, depois, pela tenra idade e débil saúde deste, em favor do seu irmão o Grão-duque Miguel, o qual no entanto recusou-se a aceitar o trono. Conduzida à prisão a uma propriedade em Tsarskoye Selo, a dinastia dos Romanov estava irremediavelmente perdida. Em Agosto de 1917, o então ministro do governo provisório, do partido social-democrata, Alexander Kerensky transferiu a família imperial para Toblolsk, nos Montes Urais, onde permaneceria menos exposta aos excessos revolucionários que de dia para dia se redicalizam. Em 30 de abril de 1918, os Romanovs foram transferidos para a Casa Ipatiev em Ekaterimburgo. Depois da Revolução Bolchevique e a ascenção de Lénin, ocorrida em Outubro de 1917, a vida da família real havia-se tornado cada vez mais complicada. A 17 de Julho  do ano seguinte surge a decisão final: a execução. Em 1998, os restos mortais de alguns dos Romanov executados foram trazidos à luz do dia, confirmada cientificamente a sua identidade e reveladas as possíveis condições em que o bárbaro acto foi cometido. Contudo ainda se especula sobre um mistério que permanece: o corpo de Anastasia? Não foi encontrado ainda o mínimo vestígio mortal desta filha de Nicolau II. Curiosamente, a esperança depositada na sua sobrevivência, que correu mundo durante décadas, especialmente em torno de Anna Anderson, que até à morte, em 1984, sempre afirmou ser ela a Romanov desaparecida, já foi decartada, através de uma rigorosa análise do ADN dos seus restos mortais.

As primeiras referências ao massacre

Um anúncio oficial apareceu na imprensa nacional dois dias após a morte do czar e sua família em Ekaterimburgo. Informava que o monarca havia sido executado embaixo da ordem do Presidium do Soviete Regional dos Urais sob a pressão da aproximação da Legião Tcheca. Embora o Soviete oficial tenha esclarecido que a responsabilidade da decisão era dos superiores locais do Soviete Regional dos Urais, Leon Trotsky, em seu diário declarou que a execução aconteceu com a autoridade de Lênin e Sverdlov. A execução realizou-se na noite de 16 para 17 de julho sob a liderança de Yakov Yurovsky e resultou na morte de Nicolau II, sua esposa, suas quatro filhas, seu filho, seu médico pessoal Eugene Botkin, a empregada de sua mulher Anna Demidova, o cozinheiro da família Ivan Kharitonov e o criado Alexei Trupp. Nicolau foi o primeiro a morrer. Foi baleado múltiplas vezes na cabeça e no peito por Yurusky. As últimas a morrer foram Anastásia, Tatiana, Olga e Maria, que foram golpeadas por baionetas. Elas vestiam mais de 1,3 quilos de diamantes, o que proporcionou a elas uma proteção inicial das balas e baionetas.


Da descoberta dos restos mortais à reabilitação dos Romanov

Em janeiro de 1998, os restos mortais escavados embaixo de uma estrada de terra perto de Ekaterimburgo, em 1991, foram identificados como sendo de Nicolau II e sua família (excluindo uma das filhas e Alexei). As identificações feitas separadamente por cientistas russos, britânicos e americanos usando análises de DNA (ADN), concordaram e revelaram serem conclusivas. Em abril de 2008, autoridades russas anunciaram que haviam encontrado dois esqueletos perdidos dos Romanovs perto de Ekaterimburgo e foi confirmado por testes de DNA que eles pertenciam a Alexei e a uma de suas irmãs.[76] Em 1º de outubro de 2008, a Suprema Corte Russa determinou que o czar Nicolau II e sua família foram vítimas de repressão política e deveriam ser reabilitado.

in http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_II_da_R%C3%BAssia


O mistério de Anastasia – as falsas “pretendentes”


Foi dito por quase todas as "aspirantes" a Anastásia que a ajuda de um guarda compadecido a salvou dentre os corpos após notar que ela ainda estava viva que ela teria sido capaz de fugir. Estes rumores foram ajudados por relatórios posteriores de comboios e casas revistados por soldados Bolcheviques e pela polícia secreta, à procura de "Anastásia Romanova".

Estranhamente, também houve relatos de uma mulher que dizia ser filha do czar ser encontrada a pedir ajuda nas pequenas vilas à volta de Ekaterimburgo. Diz-se que ela alegava ter estado nas mãos de guardas que a tinham salvado após o massacre, mas que também a tinham espancado e violado. Pouco depois, diz-se que desapareceu.

Em 1991, corpos acreditados como sendo os da Família Imperial e os seus servos foram finalmente exumados de uma sepultura maciça que tinha sido descoberta nos bosques próximos a de Ekaterimburgo quase uma década antes – uma sepultura escondida pelos seus descobridores dos Bolcheviques que governavam a Rússia quando foi encontrada. Uma vez aberta, foi descoberto que em vez de onze conjuntos de restos (o czar Nicolau II, a czarina Alexandra, o czarevich Alexei, as quatro grã-duquesas, Olga, Tatiana, Maria e Anastásia, o médico de família, Eugene Botkin, o criado, Aleksei Trupp, o cozinheiro, Ivan Kharinotov e uma dama de companhia da imperatriz, Anna Demidova), a sepultura só tinha nove.

Alexei e, segundo o especialista forense Dr. William Maples, Anastásia, não estavam na sepultura da família. Contudo, cientistas Russos contestaram isto, alegando que a Grã-duquesa Maria Nikolaevna Romanova era a que não estava na sepultura. Em 1998, quando os corpos da Família Imperial foram enterrados, um corpo que media cerca de 1,70 m foi enterrado sob o nome de Anastásia, apesar do facto de Anastásia ser a mais baixa das Grã-duquesas. Alguns historiadores acreditam no relato da "Nota Yurovsky" que diz que dois dos corpos foram removidos da sepultura principal e queimados num lugar secreto para criar uma certa suspeita de que estes não eram os corpos do czar, família e empregados, caso fossem descobertos, visto que a contagem dos corpos não estaria correcta. Contudo, alguns peritos forenses acreditam que a queima completa de dois corpos em tão curto espaço de tempo seria impossível. Em 2000, a família foi canonizada pela Igreja Ortodoxa Russa. Em Agosto de 2007, o anúncio por um grupo de pesquisadores do achado dos restos mortais do czarevich Alexei e da Grã-duquesa Maria - as duas únicas vítimas oficialmente ainda desaparecidas - obrigou o governo russo a reabrir o processo. (Jornal O Globo, 1 de setembro de 2007, sábado, p. 43)

A possível sobrevivência de Anastásia foi um dos mistérios mais celebrados do século XX. Em 1922, à medida que se espalhava o rumor de que a Grã-duquesa sobrevivera, uma mulher que mais tarde se auto-denominou de Anna Anderson apareceu e alegou ser Anastásia. Ela criou uma controvérsia de uma vida e foi cabeçalho de jornais durante décadas, com alguns parentes sobreviventes a vê-la como Anastásia e outros a vê-la como uma impostora. A sua batalha por reconhecimento continua a ser o caso mais longo alguma vez feito nos tribunais alemães, onde o caso foi oficialmente feito.

A decisão final dos tribunais foi que enquanto não se podia provar que Anderson era de fato Anastásia, também não podia ser provado que ela não a era. Anderson morreu em 1984 e o seu corpo foi cremado. Após se terem feitos testes de ADN (DNA) numa amostra de tecido de Anderson, e se terem feito comparações com um descendente da Imperatriz Alexandra, os testes mostraram que Anna não era, de fato, Anastásia, mas muito provavelmente Franziska Schanzkowska, uma operária polaca (polonesa) que desaparecera por volta da mesma altura em que Anderson aparecera na Alemanha. Ainda assim, algumas pessoas questionam a validez das amostras testadas.

Outra "pretendente", Eugenia Smith, apareceu em 1963, na altura da controvérsia Anastásia/Anna Anderson, mas a sua história tinha inconsistências e ela recusou mais testes.

in http://pt.wikipedia.org/wiki/Anast%C3%A1sia_Nikolaevna_Romanova