quarta-feira, 7 de julho de 2010

Homenagem a José Leite de Vasconcelos no 152.º Aniversário do seu nascimento

José Leite de Vasconcelos Cardoso Pereira de Melo, o “Leite de Vasconcelos”, nasceu em Ucanha (uma freguesia do concelho de Tarouca, distrito de Viseu), a 7 de Julho de 1858, e faleceu em Lisboa a 17 de Maio de 1914. Foi um linguista, filólogo, arqueólogo e etnógrafo português. O motivo desta singela homenagem, tem que ver com o facto de que este erudito se revelou um verdadeiro apaixonado pela cultura popular, um investigador empenhado em recuperar e deixar para a posteridade um legado cultural que se transmite através da tradição popular por via oral. Considerado como um dos precursores da etnografia científica em Portugal, possui uma extensa lista de obras dedicadas a esta área científica e reuniu à sua volta um grande número de discípulos por todo o país, de que destacamos, em Trás-os-Montes, o valpacense Joaquim de Castro Lopo que participou em algumas dessas obras, designadamente na Revista Lusitana, cuja primeira série foi editada em 39 volumes, entre 1887 e 1943. 

Biografia

Desde menino Leite de Vasconcelos era atento ao ambiente em que vivia e anotava em pequenos cadernos tudo que lhe chamava a atenção. Aos dezoito anos foi para o Porto continuar seus estudos, licenciado-se em Ciências Naturais (1881) e, em 1886, em Medicina, na Escola Médico-Cirúrgica. Todavia só exerceu o novo ofício por um ano, em 1887, no Cadaval.

Sua tese de licenciatura, Evolução da linguagem (1886), já demonstrava seu grande interesse pelas letras, que por fim viriam a ocupar toda sua longa vida. As ciências exactas deixaram-lhe o estilo investigativo rigoroso e exaustivo, seja na filologia, seja na arqueologia ou na etnografia, disciplinas em que mais tarde tornar-se-ia uma referência.

Fundou a Revista Lusitana em 1889, o Arqueólogo Português em 1895 e o Museu Etnológico de Belém em 1893.

Doutorou-se na Universidade de Paris, com Esquisse d'une dialectologie portugaise (1901), o primeiro importante compêndio da diatopia do português (depois continuado e melhorado por Manuel de Paiva Boléo e Luís Lindley Cintra). Foi também pioneiro no estudo da onomástica portuguesa com a obra Antroponímia Portuguesa.

Tendo leccionado Numismática e Filologia Portuguesa na Biblioteca Nacional, onde era conservador desde 1887, chegou a professor do ensino superior em 1911, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Faleceu aos 82 anos, deixando em testamento ao Museu Nacional de Arqueologia, parte do seu espólio científico e literário, incluindo uma biblioteca com cerca de oito mil títulos, para além de manuscritos, correspondência, gravuras e fotografias.



Obra

A lista de obras de Leite de Vasconcelos é bastante extensa, citando-se em seguida alguns dos seus trabalhos:

• O Dialecto Mirandez (1882)
• Revista Lusitana (primeira série: 1887-1943; 39 volumes)
• Religiões da Lusitânia (1897-1913; em três volumes)
• Estudos de Filologia Mirandesa (1900 e 1901; dois volumes)
• Textos Archaicos (antologia, 1903)
• Livro de Esopo (1906)
• O Doutor Storck e a litteratura portuguesa (1910)
• Lições de Philologia Portuguesa (1911)
• Antroponímia Portuguesa (1928)
• Signum Salomonis, A figa e A barba em Portugal (1918)-(1925)
• Opúsculos (1928, 1928, 1929, 1931 e 1988; cinco volumes)
• Etnologia Portuguesa (1933-????, em oito volumes)
• Filologia Barranquenha - apontamentos para o seu estudo (1940, ed. 1955)
• Romanceiro Português (ed. 1958, em dois volumes)
• Contos Populares e Lendas (ed. 1964, em dois volumes)
• Teatro Popular Português (1974-1979)

In http://pt.wikipedia.org/wiki/Leite_de_Vasconcelos
Imagem: http://folclore-online.com/pessoas/jl_vasconcelos.html

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