domingo, 18 de julho de 2010

Hoje é Dia de Santa Marinha, virgem e mártir

O culto a Santa Marinha, virgem e mártir de Antioquia, foi devido à sua origem oriental, um dos primeiros cultos a serem recebidos pela Igreja ocidental, aparecendo documentado na Península Ibérica desde meados do século IX. Festejado a 18 de Julho,é um culto muito popular também em Portugal, sobretudo na arquidiocese de Braga onde Santa Marinha é padroeira de vinte e três das suas freguesias e chegou a ser titular secundária do mosteiro de Guimarães. É orago de muitas capelas e simples lugares, não só na arquidiocese de Braga como em outras regiões portuguesas, como é o caso de Lebução, no concelho da Valpaços, onde no 3º Domingo de Julho é realizada, anualmente, uma festa em sua honra, figurando a capela de Santa Marinha de Ferreiros como uma das referências do património cultural e edificado desta freguesia.

Mas esta Santa Marinha, virgem e mártir de Antioquia foi ao longo dos tempos reclamada como originária da Península Ibérica por certas tradições locais na Galiza e Em Portugal. Alguns estudiosos e martirologistas têm procurado esclarecer esta realidade. De entre eles destacamos o Padre José Adilio Macedo que resume assim a sua opinião sobre a situação:

Há, porém, outras Santas Marinhas, de vida mais ou menos lendária, que o espírito imaginativo de certos hagiógrafos fizeram nascer em Igrejas do ocidente. Vamos referir duas dessas lendas:
Uma, na Igreja de Orense, que reivindica esta santa como sua, já a partir do século XIII, mas, sobretudo, com a introdução do seu nome no Martirológio Romano de 1586.
Todavia nem tudo é claro nesta lenda, que não resiste aos críticos da hagiografia. Um autor espanhol - Flórez - prefere dizer que a Santa Marinha de Orense talvez fosse uma santa local, a que, por falta de legenda própria, adaptariam a de santa Marinha de Antioquia.
Outra, na Igreja de Braga, que também reclama esta santa desde o breviário de D. Rodrigo da Cunha, de 1634, que, apresenta santa Marinha como irmã gémea de mais oito meninas, todas mártires, filhas de Lúcio Atílio Severo, governador do território bracarense, e de Cálcia Lúcia, nobre romana, todas elas baptizadas e educadas pelo também lendário bispo santo Ovídio. Esta lenda foi mais tarde artisticamente enroupada por frei Bento da Ascensão, monge beneditino do mosteiro de Pombeiro, no ano de 1722.
Apesar de destituída de qualquer fundamento histórico, é esta a lenda admitida em quase todos os templos dedicados a Santa Marinha.
- Esta breve história de Sta Marinha foi gentilmente cedida pelo Padre José Adilio Macedo.

in http://www.remelhe.bcl.pt/Sta%20Marinha.htm
Imagem: http://www.freg-lousado.pt/fotos/marinha.jpg

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