sexta-feira, 3 de junho de 2011

Uma raridade arquitectónica nos antigos domínios da família Carvalhal

Por Leonel Salvado
A Capela de S. António, Veiga de Lila | foto: Ana Luísa
 in http://arvoredafamiliacarvalhal.blogspot.com

Trata-se da Capela que é hoje da invocação de Santo António, anexa ao Solar da família Carvalhal, em Veiga de Lila, destacando-se o imponente brasão nela implantado da família Telles de Távora. Ambos os imóveis ainda existem na aldeia, contudo vedadas ao livre acesso e observação públicas. Passaram para a família Carvalhal, por via do casamento de D. Maria Magdalena Telles de Távora com Francisco do Carvalhal Borges da Silveira Betencourt, trisavô de Júlio do Carvalhal, constituindo a “Casa e Vínculo de Nossa Senhora dos Remédios”, do ramo da família Carvalhal de Veiga do Lila, património esse herdado pelo mesmo Júlio do Carvalhal, por morte de seu irmão mais velho Alexandre, e depois passado à sua filha primogénita, Efigénia do Carvalhal de Sousa Silveira e Telles Pimentel, casada com Francisco de Moraes Teixeira Pimentel, posto que o único filho varão de Júlio do Carvalhal, César do Carvalhal de Sousa Silveira Telles Betencourt, não assegurara descendência. Convém que se diga que esta capela foi outrora, seguramente nos meados do século XVIII, da invocação de Nossa Senhora dos Remédios, como assim se referia a ela na "Memória Paroquial" do lugar e freguesia de Nossa Senhora de Veiga de Lila, em 1758, o respectivo vigário, António Pereira de Miranda, mencionando ser seu administrador Alexandre Manuel do Carvalhal, senhor da referida Casa e vínculo da família dos Carvalhais cuja genealogia publicámos aqui no Clube de História de Valpaços a par com a biografia de Júlio do Carvalhal que podem ser consultadas na categoria "Galeria de Notáveis". Curiosamente, no manuscrito daquele mesmo cura-memorialista, que  analisei  e fiz uma transcrição que será aqui publicada, não existem referências a qualquer capela de Santo António, pelo que me parece substancialmente verosímil que o monumento a que me reporto só tenha passado para a invocação de Santo António após a legislação liberal que ditou a extinção dos vínculos e morgadios e que, como se sabe, se materializou definitivamente por Carta de Lei de D. Luís I de 19 de Maio de 1863, para todos os vínculos, à excepção do da Casa de Bragança.
Actualmente este património histórico edificado de interesse público encontra-se, juntamente com os prédios rústicos, repartido por vários proprietários, alguns dos quais sem qualquer relação de parentesco com os actuais representantes da família Carvalhal.

Painel de pseudo-azulejos | adaptação de Leonel Salvado

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