Este sucesso de grande relevância nos anais da História da Nacionalidade foi comemorado pelo Grupo de História do Agrupamento de Escolas de Valpaços nos dois dias que antecederam e sucederam ao feriado nacional, não obstante as contrariedades impostas pelas condições atmosféricas.
A comemoração contou com a participação dos docentes da Escola Secundária e da Escola sede do Agrupamento, em cumprimento do que ficou definido no plano de actividades aprovado para o corrente ano lectivo. Foram editados prospectos de divulgação sumária acerca do significado histórico do evento em ambas as escolas sob orientação dos respectivos docentes, nomeadamente do subcoordenador para o Grupo de História, Sebastião Santos e das docente Fátima Caetano e Alice Rodrigues.
Foi ainda realizada uma exposição na Biblioteca da Escola Secundária de trabalhos, objectos e arranjos simbolizadores da Restauração, um conjunto cénico composto por bandeiras das dinastias filipina e brigantina, exposição essa que contou com a preciosa colaboração da respectiva bibliotecária, Rosa Galvão. Integraram ainda a exposição, além de outros materiais, três curiosos cartazes dispostos de forma original e criativa sob a orientação da docente Cynthia Coelho, com a colaboração da docente Margarida Moura. Na Escola Sede de Agrupamento foi exposto também um interessante trabalho invocando o mesmo tema.
Pormenores das exposições realizadas na Escola Secundária e E.B. 2,3 Júlio do Carvalhal
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Rostos dos prospectos divulgados pela Escola Secundária e pela Escola EB 2,3 Júlio do Carvalhal do Agrupamento de Escolas de Valpaços
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Vale a pena conhecer o teor destes prospectos singelos, mas de grande valor para a divulgação dos acontecimentos que fizeram o feriado nacional de 1 de Dezembro. Tratando-se de uma actividade para continuar optamos por revelar, desta vez, apenas o conteúdo de um deles:
A CRISE DINÁSTICA
Em 1578 o rei D. Sebastião morreu bastante novo na batalha de Alcácer Quibir, sem deixar descendentes. Entretanto, o seu tio, cardeal D. Henrique subiu ao trono, mas sendo já bastante idoso, faleceu pouco depois, em 1580, também sem descendentes, surgindo, assim, uma crise dinástica.
Uma vez que não existiam descendentes directos, quem devia suceder-lhe no trono de Portugal?
O rei Filipe II de Espanha surgiu como o mais forte candidato ao trono, graças ao seu grande poder militar e económico. Conseguiu, nas Cortes de Tomar de 1581, convencer os portugueses a fazerem a sua aclamação como rei de Portugal, aceitando as condições que eles lhe apresentaram para o futuro da nação portuguesa: A continuação da língua portuguesa como língua oficial, a existência de moeda própria e a nomeação de portugueses para os mais importantes cargos administrativos. Assim se consumou a União Ibérica.
Filipe I de Portugal (II de Espanha), Filipe II de Portugal (III de Espanha), Filipe III de Portugal (IV de Espanha)
Durante cinquenta e nove anos Portugal esteve sob o domínio dos reis de Espanha.
No reinado de Filipe I (II de Espanha), houve paz e prosperidade e os portugueses contentaram-se com essa situação. Mas durante os reinados de Filipe II e Filipe III, de Portugal, gerou-se o descontentamento dos portugueses, porque aqueles monarcas deixaram de respeitar as promessas feitas nas Cortes de Tomar, de que falámos, além de arrastarem o nosso país para as guerras que levaram a cabo contra os seus inimigos e de lançarem pesados impostos sobre os portugueses. Os inimigos de Espanha passam a ser os inimigos de Portugal. Por todo o nosso país, a contestação ao domínio espanhol originou motins populares como o que eclodiu em Évora em 1637, conhecido por Revolta do Manuelinho ou Alterações de Évora, que foi violentamente reprimido pelas autoridades.
A RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA
Aproveitando a situação complicada em que a Espanha se encontrava (guerra com a França, revoltas populares na Catalunha...), alguns nobres portugueses reuniram-se em torno de D. João, duque de Bragança, e organizaram uma conspiração com vista à sua aclamação como rei de Portugal.
Assim, no dia 1 de Dezembro de 1640, em Lisboa, os conspiradores dirigiram-se ao Paço e, na companhia do duque de Bragança, assassinaram o secretário de Estado, Miguel de Vasconcelos e obrigaram a duquesa de Mântua, que era então a vice-rainha, à renúncia do cargo e à submissão.
Os conspiradores perante a duquesa de Mântua
Só depois de concluído o golpe foi pedida a intervenção do Povo. Quinze dias depois, o duque de Bragança era aclamado no Paço da Ribeira, com a designação de D. João IV de Portugal. A independência era restaurada e nascia uma nova dinastia: a dinastia de Bragança.
Escola Secundária de Valpaços - Plano de Actividades do A. E. V. 2010-2011: Acções de divulgação do significado histórico de datas comemorativas
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