quinta-feira, 24 de junho de 2010

Há 99 anos nasceu Juan Manuel Fangio




Caracterização
Conhecido simplesmente como "Maestro", este tímido argentino foi o primeiro homem a ganhar cinco Campeonatos Mundiais de Fórmula Um, só tendo sido superado atualmente por Michael Schumacher. Dirigindo em uma época de automóveis e valores diferentes, seu talento e qualidade técnica sempre serão admirados no mundo do automobilismo por ter estabelecido um padrão de excelência que dificilmente será igualado.


Biografia
Juan Manuel Fangio nasceu no dia 24 de junho de 1911 em Balcarce, na província argentina de Buenos Aires. Filho de uma humilde família de imigrantes italianos, começou a trabalhar em uma oficina mecânica. Além dos automóveis, sua outra paixão era jogar futebol, o que lhe conferiu o apelido "El Chueco" (pernas tortas) que permaceria ao longo de sua vida.

Em 1934 começou com as corridas e o simples fato de que tenha sobrevivido já o torna um campeão, pois os circuitos argentinos nessa época eram muito precários e perigosos. Mas Fangio demonstrou ser um persistente lutador e se consagrou duas vezes Campeão Nacional Argentino (em 1940 e em 1941). Tinha muita esperança de ir à Europa em busca de glórias ainda maiores, porém a Segunda Guerra Mundial postergou esses sonhos.

Em 1947 foi finalmente mandado à Europa com o auxílio financeiro do governo de Perón. Lá, Fangio pôde demonstrar ao mundo toda a sua habilidade. Contrastando com sua figura tímida e sua voz baixa, quando se posicionava detrás do volante ele virava um piloto fora de série, como nunca visto antes.

Fangio se referia ao automobilismo sob duas perspectivas: como uma ciência que demandava um estudo exaustivo e ao mesmo tempo como uma arte que deveria ser cuidada como tal - costumava compará-lo à pintura.

Em meados de 1950 - quando teve início a era moderna do Gran Prix com a estréia da Fórmula Um - Fangio pilotava para a Alfa Romeo. Nesse ano terminou em segundo lugar mas logo ganhou seu primeiro Campeonato Mundial em 1951. Durante uma corrida em 1952 sofreu um grave acidente num Monza, quando fraturou o pescoço e teve que manter distância das pistas por quase duas temporadas. Em 1954 trocou a Maserati pela Mercedes, um movimento que o ajudou a conquistar seu segundo título mundial - o primeiro de uma série de quatro títulos seguidos - abocanhando sempre as pole positions e ganhando seis das oito corridas do campeonato. No ano seguinte e novamente com um Mercedes, ganha seu terceiro Campeonato Mundial e forma uma dupla sensacional com o inglês Sterling Moss, seu colega de equipe. O jovem Sterling idolatrava seu mentor mais velho e o apelidou carinhosamente de "Maestro" (mestre).

Mas aí veio Le Mans. Fangio só se envolveu indiretamente no acidente que provocou a morte de 81 espectadores em 1955. De qualquer modo, isso marcou uma virada na sua carreira. A Mercedes se retirou do automobilismo e pairava no ar um risco real de que os governos europeus terminassem com a F1 por causa da tragédia.

Após mudar-se à Ferrari, Fangio restaurou a glória da F1, conquistando 6 pole positions em 7 corridas e ganhando 3 delas (nas outras 4 ficou em segundo) para exigir seu quarto - e dizem, o melhor - Campeonato Mundial.

Em 1957 abandonou a Ferrari para voltar à Maserati, ganhando o quinto título mundial con performances extraordinárias. No circuito alemão de Nürburgring e tripulando um leve Maserati 250F, após um problema no reabastecimento, teve que vir correndo detrás e faltando uma volta conseguiu passar as duas Ferraris oficiais diante do assombro do público e de seus rivais por seu virtuosismo. Isso lhe rendeu com o correr do tempo, em fevereiro de 1958, o prêmio anual da Academia Francesa de Esportes por ser o autor da mais impressionante façanha esportiva do mundo.

Depois de algumas corridas em 1958 ele se retira do automobilismo, já sem ter que provar mais nada a ninguém, dizendo apenas "Acabou". Voltou a sua oficina com a consciência de ter salvo a F1 pós Le Mans e de ter estabelecido um padrão de excelência e domínio da máquina que provavelmente nunca serão igualados. Morreu tranqüilamente no dia 17 de julho de 1995 aos 84 anos. De todos aqueles que o seguiram, o legendário Fangio declarou que só Jim Clark e Ayrton Senna se aproximaram de suas habilidades ao volante.

In http://www.mibsasquerido.com.ar/Personagens07.htm
Imagem: id.

2 comentários:

  1. Antigamente quando alguém no ultrapassava em velocidade mach 2, gritava-se "Tens a mania que és o Fangio?". Agora não sei que nome se usará...talvez o Shumacher... ou o mais certo é serem alguns epítetos mais feios. :)
    Um abraço

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  2. Gio:
    Concordo plenamente! Aliás é o que mais se vê; confesso que nunca ouvi expressões do género, em referência ao Fangio, que não fosse no discurso indirecto em conversas amigáveis, mas na prática já assisti a reacções a habilidades do género traduzidas verbalmente de modo muito menos lisonjeiro e com muito pouco respeito pelas respectivas mães.
    Um Abraço

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