quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Os últimos avanços da ciência sobre Tutankhamon

Tutankhamon, o 10.º faraó da XVIII dinastia do império egípcio, filho de Akhenaton e de uma esposa secundária deste, o que se presume, nasceu cerca 1341 a. C. e faleceu em 1324 da mesma era. Governou apenas 9 anos, desde 1333 até à sua morte, na adolescência. A descoberta da sua câmara funerária, em Novembro de 1922, por Howard Carter em 1922, praticamente intacta, o que é considerado ainda hoje um caso raro entre as sepulturas reais encontradas, logo se afigurou como uma das mais extraordinárias descobertas arqueológicas do século XX, quiçá de todos os tempos, transformando a sua figura numa das mais fascinantes na imaginação moderna. Para este fascínio, ainda vigoroso, concorre evidentemente o facto de ele ter morrido tão precocemente. Durante cerca de 85 anos, preocupação de arqueólogos e cientistas foi desvendar o mistério da sua morte. Aventaram-se, através de autópsias e raio-X, as mais variadas explicações, desde a hipótese de ter sido vitimado por uma tuberculose, de um homicídio ou de um acidente. Contudo, a mais corrente explicação era a que se referia a uma queda fatal de uma carruagem enquanto caçava no deserto. Apesar de todas as experiências nela efectuadas ao longo desses anos a múmia de Tutankhamon foi mantida à distância dos olhares do público, até que em 2007 ela foi, finalmente exposta em tudo o que restava da sua constituição orgânica no Vale dos Reis, no Egipto. Entretanto a Ciência já vinha podendo finalmente avançar com novas investigações e procurar responder a duas das questões que se podem colocar a respeito deste enigmático faraó que faleceu aos dezassete anos de idade: Qual foi a causa da sua morte? Qual teria sido o seu aspecto, o seu rosto em vida? São as propostas avançadas pela investigação científica mais recente a essas questões que vamos submeter ao juízo dos leitores com base nas “Notícias com História” que se seguem.
Imagem: http://www.ideiasolta.net/blog/?p=290

ROSTO DE TUTANKHAMON é hoje mostrado ao mundo

O corpo de Tutankhamon, 2007
Depois de mais de três mil anos é finalmente destapada a cara do faraó que mais mitos e lendas alimentou. Faz este domingo 85 anos que a múmia foi descoberta pelo arqueólogo britânico Howard Carter. O rosto do faraó Tutankhamon vai ser, pela primeira vez na história, revelado ao mundo.
Hoje será só um grupo restrito de jornalistas e arqueólogos a ter acesso ao mítico faraó, mas a partir da manhã de segunda-feira todas as pessoas que se dirigirem ao Vale dos Reis, onde está o seu túmulo, poderão ver com os próprios olhos o rosto imberbe e jovem do rapaz que liderou o império egípcio de 1333 a 1324 A.C.
A múmia que repousa na região da cidade de Luxor vai passar a ser protegida numa urna especial, onde os níveis de temperatura e humidade serão controlados. Esta medida tem como objectivo preservar a múmia que ao longo dos anos se tem deteriorado bastante, especialmente pela humidade do local e pela respiração dos 5 mil visitantes que todos os dias vistam o túmulo do Rei "Tut", como também é conhecido.
Segundo Zahi Hawas, secretário-geral do Conselho Supremo das Antiguidades, outra das razões para o mau estado em que se encontra a múmia prende-se com o manuseamento que sofreu às mãos do seu descobridor, o arqueólogo, Howard Carter, que o mostrou ao mundo corria o ano de 1922. Nos últimos três anos a múmia foi restaurada depois de ter sofrido importantes danos quando foi descoberta.
Até hoje tudo o que os visitantes podiam ver era a máscara de Tutankhamon e apesar de já existir uma tomografia computorizada da múmia desde 2004 - revelando que o jovem rei tinha uma compleição física frágil, um queixo redondo e bochechas rechonchudas -, agora os visitantes vão poder fitar olhos nos olhos o faraó que morreu ao cair de uma carruagem, quando caçava no deserto.
Euronews: http://www.euronews.net

Reconstituição do rosto de Tutankhamon
Supreme Council of Antiquities, Egipt and National Geographic Society 2005
O explorador inglês usou barras metálicas para separar a máscara da múmia de Tutankhamon e desmembrou o cadáver para recuperar mais de uma centena de amuletos localizados entre as várias camadas de ligaduras. Hawas confirmou que o cadáver do faraó terá ficado também exposto ao sol durante largos períodos de tempo. "O mais complicado para a múmia é que existem mais de 5 mil pessoas a entrar no túmulo para a ver. Cada pessoa liberta 20 gramas de água e esta água torna-se sal. Em 50 anos os restos da múmia teriam ficado completamente deteriorados", referiu Hawaas.
Pedro Chaveca (4 Nov 2007) Expresso: http://expresso.clix.pt
Sérgio, In http://sergivs.blogs.sapo.pt


MALÁRIA com 3000 anos

Dois anos de estudo serviram para descobrir um mistério… com 3000 anos! O jovem faraó Tutankamon, falecido em 1324 AC, foi vitimado pela malária, associada a uma doença óssea.
A conclusão consta de um estudo paleogenético, feito pelos arqueólogos do Supremo Conselho de Antiguidades do Cairo. Os resultados estão agora publicados na revista científica, Jama.
Um estudo dirigido por Zahi Hawass: “Em 2005, eu descobri que ele tinha uma deformação… sofreu uma fractura, na perna esquerda. Pode ter tido um acidente, algumas horas antes de morrer. Ele morreu de uma grave malária. Podemos realmente dizer, pela primeira vez, que descobrimos o mistério da família do menino de ouro, o Rei Tut”.
São as análises do ADN e a comparação fisionómica que permitem concluir que ele é filho do faraó, Akenaton, casado com a rainha Néfertiti.
Mas trata-se, presumidamente, de um filho extra-matrimonial. A mãe pode ser uma, por enquanto, desconhecida múmia, identificada apenas pela nomenclatura, KV35YL.
Euronews / Ciência, 17-02-2010

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