Um dos retratos de D. Amélia no
livro de Isabel Stilwel
in http://gomes-alexandria.blogspot.pt
D. Maria Amélia Luísa Helena de Orleães
nasceu em Twickenham, Inglaterra, do dia 28 de Setembro de 1865 e faleceu em Chesnay,
França, da data de 25 de Outubro de 1951. Foi a última rainha de facto em Portugal e o único membro da
família real portuguesa exilada após a implantação da República, suportando as
quatro décadas desse doloroso exílio em Inglaterra e em França onde, após as
agruras da Segunda Guerra Mundial, viria a falecer.
Apesar de todos os infortúnios a que foi
sujeita desde o regicídio de 1 de Fevereiro1908 em Portugal, conservou até ao fim da sua vida
o mesmo sentimento de afecto pela Nação na qual, enquanto rainha, deixou
memoráveis provas desse mesmo sentimento e à hora da sua morte avultaram entre
as suas últimas palavras as que compõem a seguinte declaração: “quero
bem a todos os portugueses, mesmo àqueles que me fizeram mal”. Na verdade,
tornando-se rainha de Portugal em 1889 (após a morte de D. Luís I) por via do
seu casamento com o príncipe herdeiro, D. Carlos, celebrado três anos antes,
serviu-se dessa posição, da sua invulgar elegância, formação cultural e da sua
natural coragem, determinação e benignidade, para erradicar todos os males que
afligiam os portugueses nessa época, em particular a pobreza e a tuberculose.
Para isso fundou inúmeras instituições de assistência social e médica, tais
como cozinhas económicas, creches, dispensários, lactários populares e
sanatórios. A ela se deve também a criação de importantes institutos em
Portugal que ainda hoje existem – O Instituto
de Socorros a Náufragos, fundado em 1892, o Instituto Pasteur, do qual deriva o actual Instituto Bacteriológico de Câmara Pestana, e a Assistência
Nacional aos Tuberculosos, em 1899.
Embora nunca tivesse recuperado da
amargura que sobre ela se abateu devido ao já mencionado regicídio e
não tenha chegado a usufruir do asilo político que o governo de Oliveira Salazar
lhe ofereceu durante a sua estada na França ocupada, no decurso da Segunda
Guerra Mundial, regressou finalmente a Portugal no dia 8 de Junho de 1945, visitando
entre outros locais o Santuário de Fátima. Após essa curta visita voltou a
França, recolhendo-se na sua residência de Versalhes onde meia década depois
veio a falecer, aos oitenta e seis anos, acometida por um ataque de uremia. Jaz no Panteão Real dos
Braganças, na Igreja de S. Vicente de Fora, junto do marido e dos filhos, para
onde o seu corpo foi trasladado de acordo com o seu último desejo e sepultado
em funeral com honras de Estado e denotada comoção popular.
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