sexta-feira, 28 de setembro de 2012

147.º Aniversário do nascimento de D. Amélia de Orleães, rainha de Portugal

Por Leonel Salvado

Um dos retratos de D. Amélia no livro de Isabel Stilwel
 in http://gomes-alexandria.blogspot.pt

D. Maria Amélia Luísa Helena de Orleães nasceu em Twickenham, Inglaterra, do dia 28 de Setembro de 1865 e faleceu em Chesnay, França, da data de 25 de Outubro de 1951. Foi a última rainha de facto em Portugal e o único membro da família real portuguesa exilada após a implantação da República, suportando as quatro décadas desse doloroso exílio em Inglaterra e em França onde, após as agruras da Segunda Guerra Mundial, viria a falecer.
Apesar de todos os infortúnios a que foi sujeita desde o regicídio de 1 de Fevereiro1908 em Portugal, conservou até ao fim da sua vida o mesmo sentimento de afecto pela Nação na qual, enquanto rainha, deixou memoráveis provas desse mesmo sentimento e à hora da sua morte avultaram entre as suas últimas palavras as que compõem a seguinte declaração: “quero bem a todos os portugueses, mesmo àqueles que me fizeram mal”. Na verdade, tornando-se rainha de Portugal em 1889 (após a morte de D. Luís I) por via do seu casamento com o príncipe herdeiro, D. Carlos, celebrado três anos antes, serviu-se dessa posição, da sua invulgar elegância, formação cultural e da sua natural coragem, determinação e benignidade, para erradicar todos os males que afligiam os portugueses nessa época, em particular a pobreza e a tuberculose. Para isso fundou inúmeras instituições de assistência social e médica, tais como  cozinhas económicas, creches, dispensários, lactários populares e sanatórios. A ela se deve também a criação de importantes institutos em Portugal que ainda hoje existem – O Instituto de Socorros a Náufragos, fundado em 1892, o Instituto Pasteur, do qual deriva o actual Instituto Bacteriológico de Câmara Pestana, e a Assistência Nacional aos Tuberculosos, em 1899.
Embora nunca tivesse recuperado da amargura que sobre ela se abateu devido ao já mencionado regicídio e não tenha chegado a usufruir do asilo político que o governo de Oliveira Salazar lhe ofereceu durante a sua estada na França ocupada, no decurso da Segunda Guerra Mundial, regressou finalmente a Portugal no dia 8 de Junho de 1945, visitando entre outros locais o Santuário de Fátima. Após essa curta visita voltou a França, recolhendo-se na sua residência de Versalhes onde meia década depois veio a falecer, aos oitenta e seis anos, acometida por um ataque de uremia. Jaz no Panteão Real dos Braganças, na Igreja de S. Vicente de Fora, junto do marido e dos filhos, para onde o seu corpo foi trasladado de acordo com o seu último desejo e sepultado em funeral com honras de Estado e denotada comoção popular.

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