É uma cidade portuguesa no Distrito de Vila Real, Região Norte e sub-região do Alto Trás-os-Montes, com cerca de 4 530 habitantes (Valpacenses).
É sede de um município com 553,06 km² de área e 16 882 habitantes (2011), subdividido em 31 freguesias. O município é limitado a noroeste por Chaves, a leste por Vinhais e Mirandela, a sul por Murça e a oeste por Vila Pouca de Aguiar. Foi criado em 1836 por desmembramento de Chaves.
A actual e florescente cidade de Valpaços remonta ao primeiro período da nacionalidade (século XII -XIII).
Topónimo
Os primeiros documentos escritos que citam Valpaços datam do século XII.
O próprio topónimo tem uma raiz claramente pré-nacional.
A freguesia terá começado por ser um pequeno reduto habitado por nobres e famílias senhoriais, atraídas por um conjunto de privilégios tendentes a povoar aquela região tão próxima de Espanha.
Antigamente, Vale de Paço (e depois Vale de Paços até ao século XIX) tem raízes talvez mesmo na pré-nacionalidade, o que não é de estranhar num território como o deste concelho em quê a arqueologia é notável desde a época romana e a toponímia, especialmente a antroponímica de filiação germânica, tão exuberante, constitui o melhor documento do povoamento pré-nacional do território.
Guerra da Patuleia
O acontecimento mais importante da história de Valpaços deu-se seguramente em meados do século XIX. Em 16 de Novembro de 1846, durante a Guerra da Patuleia, aqui se defrontaram as tropas rivais.
O movimento, que começara de forma espontânea e por ter características eminentemente populares, passava nesse momento a tomar proporções políticas.
Cerca de duas dezenas de mortos marcaram a passagem por Valpaços de uma batalha que depois prosseguiu por terras de Murça.
Passagens da Guerra Patuleia
Novembro, 6 – Costa Cabral, no exílio em Espanha, é nomeado embaixador nesse país.
Novembro, 7 – Saldanha sai de Lisboa comandando forças fiéis do exército, após a passagem em revista das tropas pela rainha e pelo seu marido.
Novembro, 16 – Acção de Valpaços, as forças governamentais do conde de Casal venceram as de Sá da Bandeira, comandante das forças da Junta.
Novembro, 20 – O que resta das forças de Sá da Bandeira, de regresso ao Porto, são atacadas pelas forças miguelistas de MacDonell.
Novembro, 25 – Forças miguelistas entram em Guimarães.
Dezembro, 3 – Tomada de Valença pelas forças governamentais
Zé do Telhado
Segundo a lenda, participou no conflito o famoso Zé do Telhado, que inclusivamente teria salvo a vida ao visconde de Sá da Bandeira, ele que até fora lanceiro da rainha antes de se tornar salteador!
Património
O património edificado de Valpaços justifica bem a sua importância actual e os pergaminhos do passado.
Acima de tudo, a igreja paroquial. Muito ampla, é de uma só nave.
No interior, pode observar-se o arco cruzeiro que separa a capela-mor (na qual se pode ver uma bonita imagem de Santa Maria Maior) do restante corpo do edifício.
Da arquitectura civil, uma referência para os paços do concelhos.
Oitocentistas, a sua construção custou cerca de vinte contos.
Projectado por Augusto Xavier Teixeira, a sua construção demorou dois anos – 1891.
Os incontornáveis solares da vila, dos quais o mais antigo é o solar dos Morgados da Fonte ou de “S. Francisco de Valpassos”.
Elevação a município
A 6 de Novembro de 1836, a aldeia de Valpaços é elevada, por decreto, à categoria de Município.
O concelho atual tem uma constituição histórica muito singular, sendo formado pela totalidade do extinto concelho de Carrazedo de Montenegro (a metade sul), por metade, do também extinto concelho de Monforte de Rio Livre (o extremo norte) e por uma fracção do termo do antigo concelho de Chaves (Friões e Ervões) (ao centro, compreendendo a actual vila).
A sua constituição data do segundo quartel do século XIX e deve-se à Revolução Liberal que não hesitou em sacrificar velhos concelhos de venerandas e históricas raízes, pois se trata de representantes dos velhos julgados medievais e «terras» de Montenegro e Monforte.
Monforte de Rio Livre era uma vila e sede de concelho de Portugal, localizada na actual freguesia de Águas Frias, no município de Chaves.
Teve foral em 1273, vindo a ser suprimido em 1853.
A importância da vila esteve ligada ao seu castelo, sendo por isso alvo de diversos cercos e lutas, em especial durante a guerra da Restauração entre 1640 e 1668.
No início do século XIX a vila encontrava-se despovoada e a sede do município tinha sido transferida para a freguesia de Lebução.
Elevação a vila e a cidade
Valpaços foi elevada a vila em 1853, através de decreto real de 26 de Março, assinado por D. Pedro V, referendado pelo Marquês de Loulé. Em 1936, chegava finalmente a sua representação heráldica, agora revista para uma coroa de cinco castelos dado que passou a cidade em 13 de Maio de 1999.
Património e Turismo
Gastronomia
Podemos destacar os seguintes pratos típicos e produtos gastronómicos de Valpaços e Alto Tâmega: O Folar de Valpaços, opresunto , o salpicão, as linguiças, as alheiras, o cabrito assado ou estufado, o cozido à transmontana, a feijoada à transmontana, os milhos, o Pão de centeio, Couve penca, Batata de Trás-os-Montes, omel as deliciosas amendoas, a sopa de castanhas e o seu muitissimo apreciado vinho, considerado o melhor de trás-os-Montes, se excluirmos a região do Douro.
Atividade económica
A Economia Valpacense baseia-se essencialmente nas seguintes atividades: Agricultura, Comércio, Indústria e Serviços.
Agricultura
É a base da economia do município, aqui produzem-se produtos de alta qualidade, em sub-regiões bem destacadas:
Vinho – Zona de Fornos de Pinhal/Santa Valha
Azeite – Na metade sul do município
Castanha – Zona de Carrazedo Montenegro
Amêndoa – Zona de Veiga de Lila e Vales
Batata – Zona de Friões e Santiago
Centeio – Zona de Vilarandelo e Ervões