última actualização: 21 de Fevereiro de 2012
O ilustre valpacense
Joaquim de Castro Lobo tem sido relembrado como um dos homens mais cultos do seu tempo em Valpaços e, quiçá, em toda província de Trás-os-Montes. Considerado pelo Padre João Vaz de Amorim (Revista Aquae Flaviae, nº 14, 1995, p.193) que o conheceu pessoalmente, quando já passava dos oitenta anos de idade, como «escritor de merecimento e filólogo erudito» subscreveu, o mesmo Padre Amorim, as palavras de José Leite de Vasconcelos (na época, o mais conceituado mestre nacional em linguística e filologia e hoje considerado como um dos precursores da moderna arqueologia e um dos pioneiros da etnografia científica em Portugal) que a propósito de Joaquim de Castro Lobo disse “que fora dos homens mais cultos que ele conhecera durante as suas excursões por Trás-os-Montes”.
Joaquim de Castro Lobo tem sido relembrado como um dos homens mais cultos do seu tempo em Valpaços e, quiçá, em toda província de Trás-os-Montes. Considerado pelo Padre João Vaz de Amorim (Revista Aquae Flaviae, nº 14, 1995, p.193) que o conheceu pessoalmente, quando já passava dos oitenta anos de idade, como «escritor de merecimento e filólogo erudito» subscreveu, o mesmo Padre Amorim, as palavras de José Leite de Vasconcelos (na época, o mais conceituado mestre nacional em linguística e filologia e hoje considerado como um dos precursores da moderna arqueologia e um dos pioneiros da etnografia científica em Portugal) que a propósito de Joaquim de Castro Lobo disse “que fora dos homens mais cultos que ele conhecera durante as suas excursões por Trás-os-Montes”.
O intelectual e publicista
Nascido em Valpaços, a 2 de Novembro de 1860, Joaquim de Castro Lopo deve ter concluído o curso liceal em qualquer data anterior a 1880, pois a 25 de Setembro desse ano, obteve do pároco de Santa Maria de Valpaços a sua certidão de nascimento, com o propósito de se matricular em Direito na Universidade de Coimbra, certidão essa que se guarda nos Arquivos da mesma Universidade com o n.º 165, L.º LXIII, 2ª série. O verbete de matrícula correspondente data de 2 de Outubro de 1883, e no referido Livro de Registo LXIII consta expressamente a referência de ano lectivo de 1883-84 e de 1.º Ano de Direito. Joaquim de Castro Lopo contava então perto de 23 anos e é de supor que tenha frequentado apenas o 1º Ano do curso em que se matriculou, posto que não existem mais verbetes de matrícula em seu nome. Por razões que de momento desconhecemos, Joaquim Castro Lopo renunciou definitivamente à sua pretensão de obter o curso visado, e qualquer razão a aventar, até ver, será meramente especulativa – Impossibilidades financeiras familiares devido à conhecida existência do grande número de irmãos? O irresistível apelo de outros interesses que mais se coadunavam com a sua real vocação e que mais tarde iriam revelar os seus mais conhecidos talentos (imprensa literária, investigação arqueológica, etnográfica, enfim a paixão pelos valores patrimoniais de natureza histórica e cultural)?
A verdade é que durante o resto da sua longa e brilhante vida intelectual e pública, ele foi acima de tudo um autodidacta. Exerceu a profissão de Tesoureiro de Finanças na sua terra natal, ao mesmo tempo que se entregou a um intenso labor redactorial na imprensa local, regional e nacional. Em 1888 fundou o Semanário Avisos, de que apenas se publicaram 12 números, em virtude da incúria dos responsáveis pela sua impressão numa tipografia de Chaves que lançavam o periódico com a pior qualidade material e de composição e revisão, chegando ao ponto de substituir artigos agendados por anúncios de outros jornais. No ano seguinte, começou a participar na Revista Lusitana, recém-criada por José Leite de Vasconcelos, publicando o resultado das suas apaixonadas pesquisas sobre a linguagem popular de Valpaços (aproveitando o ensejo para aí também fazer uma apreciação filológica acerca do topónimo da Vila) e de curiosos romances populares transmontanos, recolhidos da tradição popular em Valpaços. Participou ainda na revista O Archeólogo Português, fundada em 1895 também por Leite de Vasconcelos, e acompanhou este insigne investigador durante as suas deslocações a Trás-os-Montes em trabalhos de campo. Colaborou ainda na página literária de O Primeiro de Janeiro e esporadicamente no Comércio do Porto. Homem extremamente zeloso do património histórico e cultural da terra que o viu nascer, e que conhecia melhor do que ninguém, julgo ter sido ele (já o tinha dito no artigo “A desaparecida bolideira de Valpaços” publicado na categoria “re(en)cantos da memória” deste blogue) quem de forma célere divulgou n’O Comércio do Porto o primeiro atentado cometido, em 1919, contra a integridade da “pedra que bole”, numa mensagem breve, mas eivada de profunda indignação, mensagem essa assinada por “CL”, que depois foi publicada na revista O Archeólogo Português. Da sua extensa produção histórico-literária contam-se ainda, pelo que se extrai do I volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte, as publicações de Viajem ao Jaú, em 1912, Subsídios para a História de Valpaços e Hospital Municipal, bem como a muito apreciada monografia O Concelho de Valpaços, onde também se mencionam aquelas. Convém que se diga que esta última é uma publicação póstuma de materiais de grande interesse historiográfico que o seu autor, Valbel, foi acumulando e sendo descobertos por sua filha, Berta, esta as entregou ao irmão, Constantino de Castro Lopo, que se encontrou perante a honrosa responsabilidade de lhe lavrar um sereno e comovente prólogo e de o fazer publicar, o que veio a suceder no ano de 1954, pela Tipografia Minerva, em Lourenço Marques (hoje Maputo) onde residia. Na mesma obra coordenada por Barroso da Fonte realça-se a sua prodigiosa memória e a sua capacidade para decorar sonetos de autores mundiais.
O político e orador
O político e orador
Uma outra faceta de Joaquim de Castro Lopo é a do monárquico convicto que soube aliar a sua invulgar inteligência, o seu saber e os seus dotes oratórios a uma notável actividade política no seio do Partido Progressista em Valpaços. Graças às pesquisas de José António Soares da Silva sobre O Partido Progressista de Valpaços entre 1886 e 1910, cujos resultados foram publicados na sua interessante obra assim intitulada, não subsistem dúvidas acerca do notável protagonismo exercido por Joaquim de Castro Lopo desde 1886, nos sucessos que o autor considera fazerem parte da «notícia mais recuada do Partido Progressista de Valpaços». Logo no banquete que se seguiu à sessão da Assembleia Geral de 1 de Abril do Centro Progressista do Concelho, onde se deliberou apoiar-se a candidatura do Dr. Francisco José de Medeiros para as eleições de Deputados em Março do ano seguinte, coube Joaquim de Castro Lopo brindar os seus correligionários com um discurso de invulgar eloquência eivado de optimismo e de exaltação patriótica, exaltação patriótica essa fundada nos actos de bravura dos heróis portugueses do passado, que Soares de Silva interpreta mais como um reflexo da elevação de espírito do orador do que como um artifício calculista de retórica, com o fim de salvaguardar «a recente aliança estratégica de João Franco com os progressistas». Da actividade partidária em curso a partir de 18 de Abril de 1897, Joaquim de Castro Lopo é proposto para 1.º Secretário da Comissão Executiva do Partido em Valpaços por mais de meia centena de militantes signatários. Mais tarde, em 1901, com a demissão do Dr. Francisco José de Medeiros da presidência da Comissão Executiva, Joaquim de Castro Lopo terá intervindo na crise que então se abriu no Partido, participando na decisão dos vários membros do órgão que, por unanimidade, resolveram dissolvê-lo, lavrando a respectiva acta, e sendo um dos signatário da Carta que a 12 de Dezembro desse mesmo ano os progressistas valpacenses enviaram ao líder distrital do Partido, o Conde de Vila Real, solicitanto o seu parecer para uma nova reconstituição dos órgãos do Centro progressista de Valpaços. Perante a ausência de resposta do Conde de Vila Real até Janeiro de 1906, e a interposição do Conselheiro Sebastião Telles, Presidente do Centro Progressista de Lisboa, que em Junho de 1905 havia enviado um ofício ao Partido Progressista de Valpaços, coube a Joaquim de Castro Lopo lavrar uma extensa carta em resposta ao líder da capital, onde insistia na urgência que se devia atender na reconstituição do partido. Em Janeiro de 1906, o conde de Vila Real informava os progressistas de Valpaços da sua disposição em presidir a futura Comissão Executiva e, finalmente, a 1 de Julho de 1906 foi celebrada a Assembleia Geral, presidida pelo Pe João Lopes Teixeira Delgado, na casa do Dr. José de Castro Lopo, onde se reorganizou o Partido e se propôs de novo Joaquim de Castro Lopo para 1º Secretário da respectiva Comissão Executiva. Nessa Assembleia mais uma vez Joaquim de Castro Lopo proferiu um sentido discurso abrilhantado pela sua natural eloquência e espírito encorajador, não obstante a conjuntura de incerteza política vigente que culminaria com a implantação da República e com uma mensagem de resignação e impotência dirigida a todos os progessistas pelo seu líder nacional, José Luciano de Castro. Foi neste ambiente de paulatino desânimo que se foi esgotando o fôlego dos progressistas, até à sua dissolução em Outubro de 1910. Joaquim de Castro Lopo ainda sobreviveu a três décadas de regimes sob o signo da República, mas durante todo esse tempo manteve-se incondicionalmente fiel às suas convicções monárquicas, da mesma forma como fiel se manteve aos seus elevados valores morais, ao amor pela sua terra e à defesa do patrimonónio histórico e cultural da mesma.
O filantropo
Da mesma maneira como se rendeu aos valores culturais do concelho, parece ter-se rendido também perante certas preocupações e responsabilidades de natureza essencialmente filantrópica. Não tanto por, como se sabe, ter sido por sua proposta que o feriado da vila passou de 24 de Junho para a data comemorativa da sua elevação a sede de concelho, 6 de Novembro, mas por ter sido ele quem fundou a 25 de Julho de 1914 Associação Beneficente Municipal de Valpaços e lhe elaborou os estatutos e, num acto de grande humanismo, ter sido ele a assumir a responsabilidade de canalizar as verbas atribuídas àquela instituição, através de subsídios e donativos, para a construção de um Hospital Municipal. Recorde-se que a Associação Beneficente Municipal foi criada com o objectivo de substituir, na mesma missão de tomar a seu cargo o Hospital Municipal, a Arquiconfraria do Santíssimo e Imaculado Coração de Maria (fundada em 1875) e a Confraria de Nossa Senhora da Saúde (fundada em 1879) que foram extintas pela Lei da Separação Igreja e do Estado, de 20 de Abril de 1911. Tal foi o seu empenho nesta causa que nos finais dos anos 30 ainda o Hospital Municipal beneficiava de donativos particulares. Uma nota curiosa: Desde 1877 que foram vários os benfeitores do Hospital, mas um dos maiores de entre eles, já na época da Associação Benificiente Municipal, foi o próprio irmão de Joaquim Castro Lopo, João Constantino de Castro, domiciliado em Lisboa quem, em 1933, para a conclusão do Hospital ofereceu uma esmola de Esc 10 000$00 e, do seu testamento datado de 13 de Julho de 1940 legou Esc. 1000$000 ao mesmo Hospital. Tal era o altruísmo que unia os irmãos Castro! Do envolvimento de Joaquim de Castro Lopo na questão que esteve na origem da fundação da Confraria de Nossa Senhora da Saúde, a alegada descoberta de uma pegada atribuída a Nossa Senhora, que já foi classificada como uma «invenção dos Castros», devo dizer que me parece que, no mais profundo do seu íntimo, o único aproveitamento que Joaquim de Castro Lopo procurou retirar desta questão foi o da expectativa das pessoas que se reuniram nos paços municipais para decidirem da criação da Confraria em «conseguirem a construção de um Hospital ou a conclusão do que há muito estava começado», e que era, afinal, o que se vinha afigurando como medida urgente em Valpaços, desde 1881.
Visto como um Homem de grande responsabilidade e abnegação, foi Joaquim de Castro Lopo provido no cargo de Administrador da Empresa das Águas de Vidago e Pedras Salgadas, cargo geralmente confiado a reconhecidas figuras de relevo na vida política.
Joaquim de Castro Lopo faleceu na sua residência em Valpaços no dia 17 de Maio de 1952, com a provecta idade de 91 anos. Fez-lhe o município a merecida homenagem dando o seu nome a uma das suas ruas.
A família
Joaquim de Castro Lopo nasceu, como dissemos, em Valpaços, a 2 de Novembro de 1860, sendo baptizado 5 dias depois na igreja paroquial de Santa Maria de Valpaços, como consta da sua certidão de idade, a que também fizemos referência. Foi seu padrinho, João Constantino de Castro, solteiro, caixeiro, morador no Porto, que fez procuração a José Joaquim de Castro, proprietário, morador em Valpaços e tio do baptizado, para assistir ao baptismo, e sua madrinha Ana Maria de Castro, solteira e irmã do baptizado. Foi o sétimo, na ordem de filiação, de uma dezena de filhos de Constantino de Castro, natural de Argemil, e de Maria Joana Fernandes, natural de Valongo, ambas aldeias do concelho de Valpaços, casados em 1847. Era, pelo lado paterno, neto de José do Espírito-Santo de Castro e Maria Luísa da Costa, naturais de Ponte da Barca, que se estabeleceram como comerciantes em Valpaços com seus filhos, bisneto de Bento de Castro e Luísa da Costa, naturais de S. Tomé de Estourães, no concelho de Fafe, e trineto de João Luís da Costa e Maria Luísa Fernandes, naturais de Ponte-da-Barca. Pelo lado materno era neto de António José Fernandes, que foi alferes do exército no reinado de D. João VI, por carta real de 14 de Junho de 1825, e Francisca Teresa.
Joaquim de Castro Lopo casou com Emília Teixeira e dela houve os seguintes filhos:
AMADEU DE CASTRO LOPO. Nasceu a 12-III-1888 em Valpaços e faleceu a 10-V-1888 em Valpaços.
ADELINA DE CASTRO LOPO. Nasceu a 16-III-1890 em Valpaços. Casou com António Augusto Martins, sem descendência. Faleceu a 2-XIX-1973.
BERTA DE CASTRO LOPO. Nasceu a 24-IV-1891 em Valpaços. Faleceu solteira a 7-IV-1986 em Valpaços.
JOSÉ JOAQUIM DE CASTRO LOPO. Nasceu a 9-VI-1893 em Valpaços. Faleceu no Brasil em data incerta, sem descendência.
AMADEU DE CASTRO LOPO. Nasceu a 12-V-1895 em Valpaços. Casou com Benedita Domingues do Nascimento, filha de um fazendeiro brasileiro. Faleceu a 16-XII-1978 no estado de S. Paulo, Brasil. Não se conhece descendência.
JÚLIO DE CASTRO LOPO. Nasceu em Valpaços a 18-IV-1899. Segundo informações que nos fez chegar uma das suas sete netas, casou em Angola com Olga Ferreira de Lacerda com quem teve seis filhos: Júlio Carlos, casado com Maria Antonieta, Emília Olga, João Constantino, Joaquim Manuel Rui Abel e Ana Maria. Faleceu em Valpaços a 4-III-1971. Este filho de Joaquim de Castro Lopo figura no DICIONÁRIO DOS MAIS ILUSTRES TRANSMONTANOS E ALTO DURIENSES, como uma das personalidades distintas do seu tempo, pelo que entendemos transcrever o que a seu respeito se refere, nesta obra:
«Passou mais de meio século em Angola, onde deixou bem marcada a sua passagem por ali. A sua ocupação principal passou a como funcionário público. Mas ele foi, essencialmente, um intelectual. Deixou uma infinidade de obras, para além das muitas dezenas de artigos de carácter científico que deixou nos jornais e revistas, tanto do Ultramar como da Metrópole. Citamos os principais livros: Estudos de historiografia Angolense; O Vocábulo "Loanda" Subsídios Históricos (1942); Para a História da Imprensa de Angola (1962); Recordações da Capital de Angola de Outros Tempos (1963); Para a História do Cacau de Angola (1964) Jornalismo de Angola Subsídios para a sua História (1964); Ensaios bio bibliográficos: Um intelectual Monsenhor Doutor Manuel Alves da Cunha Notas Biográficas e Bibliográficas (1948); Uma Rica Dona de Luanda (1959); Uma Bragança no Cemitério de Luanda; Um doutor de Coimbra em Luanda (1959); Dois Brasileiros na Capital de Angola (1962); Conferências: Em Louvor de Guerra Junqueira: e de sua obra (1950); Para a História do Jornalismo de Angola (1952 reportagens arquivadas em opúsculos), Alguns aspectos dos Musseques de Luanda (1948); A propósito do Centenário da Associação Comercial de Luanda (1965 inédito); Do Amor e do Dinheiro (conf. proferida em 19.10.1951 em Luanda, no Palácio do Comércio, a convite da Sociedade Cultural de Angola). Merece também referência a obra editada pela Agência Geral do Ultramar, com um prefácio elogioso, do Dr. Amândio César. Essa obra, chamou se: Paiva Couceiro, uma grande figura de Angola (1968). Amândio César esclarece que este livro resultou da junção de 37 artigos que Júlio de Castro Lopo assinou em Notícia, a partir de 20 de Fevereiro de 1965, sobre Paiva Couceiro. Igualmente informa que I.C. L. colaborou em A Província de Angola, Faíscas, O Sport de Luanda, Mocidade, A Pátria, Comércio de Angola, A Situação, última Hora que mais tarde se transformou no Diário de Luanda e Notícias. Colaborou ainda nas revistas: Notícia, Angola Ilustrada e Actividade Económica de Angola. Juntamente com Virglio Cidrais fundou a revista KI KI RI KI, sendo ele o director literário e editor e aquele seu associado o director artístico. O insuspeito ensaísta Amândio César escreveu, nesse prefácio: "Não estamos diante de uma personalidade que se lançou à aventura através dos trilhos intelectuais por onde executou a sua vasta e importantíssima obra. Não. Júlio de Castro Lopo é, antes de mais nada, o investigador sério, isento, imperturbável, para quem só os factos e os documentos contam".»
ALFREDO DE CASTRO LOPO. Nasceu a 27-XI-1900 em Valpaços. Faleceu a 13-XII-1983 em Valpaços. Casou com Armanda dos Remédios Teixeira Lage.
JOÃO CONSTANTINO DE CASTRO LOPO. Nasceu a 18-IV-1903 em Valpaços. Faleceu a 16-XI-1916 em Valpaços.
AUGUSTO DE CASTRO LOPO. Nasceu a 26-XI-1905 em Valpaços. Casou em segundas núpcias com Júlia Wilson e teve um filho com o mesmo nome. Faleceu a 28-II-1972 na Rodésia.
ALBERTO DE CASTRO LOPO. Nasceu a 2-XII-1908 em Valpaços. Casou no Brasil com Sabina Nunes, filha de um contratante de carnes. Faleceu em Julho de 1969 no Rio de Janeiro, Brasil.
Bibliografia e outras fontesAMADEU DE CASTRO LOPO. Nasceu a 12-III-1888 em Valpaços e faleceu a 10-V-1888 em Valpaços.
ADELINA DE CASTRO LOPO. Nasceu a 16-III-1890 em Valpaços. Casou com António Augusto Martins, sem descendência. Faleceu a 2-XIX-1973.
BERTA DE CASTRO LOPO. Nasceu a 24-IV-1891 em Valpaços. Faleceu solteira a 7-IV-1986 em Valpaços.
JOSÉ JOAQUIM DE CASTRO LOPO. Nasceu a 9-VI-1893 em Valpaços. Faleceu no Brasil em data incerta, sem descendência.
AMADEU DE CASTRO LOPO. Nasceu a 12-V-1895 em Valpaços. Casou com Benedita Domingues do Nascimento, filha de um fazendeiro brasileiro. Faleceu a 16-XII-1978 no estado de S. Paulo, Brasil. Não se conhece descendência.
CONSTANTINO DE CASTRO LOPO. Nasceu em Valpaços a 7 de Maio de 1897. Casou em África (Moçambique) com Ada Daphne Bruton, e deixou três filhos: Constantino, Madalena e Ricardo. Faleceu em Valpaços a 8 de Julho de 1995. É referenciado na obra coordenada por barroso da fonte DICIONÁRIO DOS MAIS ILUSTRES TRANSMONTANOS E ALTO DURIENSES nos seguintes termos:
«[…]Também usou o pseudónimo de Bento de Castro. […] Em 1910, por altura da Implantação da República, Emigrou aos 14 anos para o Brasil, onde permaneceu durante a adolescência. Regressou a Portugal, onde decidiu partir para Moçambique em meados dos anos 20. Aí ganhou raízes. Ingressou no Banco Nacional Ultramarino, onde chegou a gerente da filial de Porto Amélia.
Após o seu casamento em 1933, fundou a Companhia Sagal (Algosão e Sisal) em Porto Amélia em meados dos anos 30 com o cunhado Dr. Luís Eduardo Soromenho. Em 1942 foi transferido para Lourenço Marques, associando-se como sócio gerente da Firma J. A. Carvalho, proprietária da Minerva Central, Casa Bayly, Gráfica Trasmontana, e varias outras livrarias e tipografias localizadas nas principais cidades de Moçambique. Castro Lopo e os seus sócios nestas e outras firmas `as quais se associara, criaram centenas de postos de trabalho em Moçambique. EM 1973 veio à Metrópole, na capacidade de vereador, em representação da Câmara de Lourenço Marques para participar no Congresso de Municípios. Desempenhou durante 30 anos vários cargos na direcção da Câmara do Comércio e Indústria de Moçambique, desde vogal, tesoureiro, secretario, Vice-presidente, Presidente e Presidente da Assembleia Geral.
Devido aos seus vastos investimentos em negócios e imobiliária em Moçambique, e `a idade avançada dos 77 anos, Constantino de Castro Lopo e a esposa permaneceram no país durante dez anos após a independência que se deu em 1975.
Foi colaborador regular da imprensa em Portugal, Moçambique e editou alguns livros em prosa e verso: Poemas Bárbaros, José Ben Jacob, Sem Rumo, Tema Mártir, Câmara de Comércio de Lourenço Marques, Alcorão (tradução do Inglês), Kitab Us Salat, Folhas de Outono. Os seus trabalhos continuam a ser publicados em antologias e outras publicações pelo filho, Ricardo Bruton de Castro Lopo, herdeiro dos direitos de autor.»
Informações adicionais disponibilizadas por Ricardo Bruton de Castro Lopo:
Em 1984 Constantino emigrou para o Brasil com a esposa onde residiu durante seis anos na companhia do filho mais velho, Constantino (Jnr).
Em 1991 o casal regressou a África onde residiu em johanneJburg - África do Sul na companhia do filho mais novo, Ricardo. Em 1994, o casal acompanhou este filho mais novo quando este emigrou com a sua família para Toronto, Canadá.
Em 1995 Constantino (Snr.), com 98 anos de idade, regressou `a sua vila/cidade natal Valpaços, Trás-os-Montes, Portugal na companhia da esposa, onde residiu na Santa Casa da Misericórdia durante mês e meio antes de falecer.
Foi sepultado no cemitério de Valpaços na campa que comprara em 1940 e onde estão sepultados os seus pais - Joaquim e Emília de Castro Lopo.
Constantino de Castro Lopo e Ada Dapne Bruton de Castro Lopo (que veio a falecer em albufeira 18 meses após a morte do marido) teriam hoje os três filhos acima mencionados, oito netos, cinco bisnetas, e um trineto. Estes estão dispersos por Portugal, Brasil, Itália, Inglaterra, e Canadá.
JÚLIO DE CASTRO LOPO. Nasceu em Valpaços a 18-IV-1899. Segundo informações que nos fez chegar uma das suas sete netas, casou em Angola com Olga Ferreira de Lacerda com quem teve seis filhos: Júlio Carlos, casado com Maria Antonieta, Emília Olga, João Constantino, Joaquim Manuel Rui Abel e Ana Maria. Faleceu em Valpaços a 4-III-1971. Este filho de Joaquim de Castro Lopo figura no DICIONÁRIO DOS MAIS ILUSTRES TRANSMONTANOS E ALTO DURIENSES, como uma das personalidades distintas do seu tempo, pelo que entendemos transcrever o que a seu respeito se refere, nesta obra:
«Passou mais de meio século em Angola, onde deixou bem marcada a sua passagem por ali. A sua ocupação principal passou a como funcionário público. Mas ele foi, essencialmente, um intelectual. Deixou uma infinidade de obras, para além das muitas dezenas de artigos de carácter científico que deixou nos jornais e revistas, tanto do Ultramar como da Metrópole. Citamos os principais livros: Estudos de historiografia Angolense; O Vocábulo "Loanda" Subsídios Históricos (1942); Para a História da Imprensa de Angola (1962); Recordações da Capital de Angola de Outros Tempos (1963); Para a História do Cacau de Angola (1964) Jornalismo de Angola Subsídios para a sua História (1964); Ensaios bio bibliográficos: Um intelectual Monsenhor Doutor Manuel Alves da Cunha Notas Biográficas e Bibliográficas (1948); Uma Rica Dona de Luanda (1959); Uma Bragança no Cemitério de Luanda; Um doutor de Coimbra em Luanda (1959); Dois Brasileiros na Capital de Angola (1962); Conferências: Em Louvor de Guerra Junqueira: e de sua obra (1950); Para a História do Jornalismo de Angola (1952 reportagens arquivadas em opúsculos), Alguns aspectos dos Musseques de Luanda (1948); A propósito do Centenário da Associação Comercial de Luanda (1965 inédito); Do Amor e do Dinheiro (conf. proferida em 19.10.1951 em Luanda, no Palácio do Comércio, a convite da Sociedade Cultural de Angola). Merece também referência a obra editada pela Agência Geral do Ultramar, com um prefácio elogioso, do Dr. Amândio César. Essa obra, chamou se: Paiva Couceiro, uma grande figura de Angola (1968). Amândio César esclarece que este livro resultou da junção de 37 artigos que Júlio de Castro Lopo assinou em Notícia, a partir de 20 de Fevereiro de 1965, sobre Paiva Couceiro. Igualmente informa que I.C. L. colaborou em A Província de Angola, Faíscas, O Sport de Luanda, Mocidade, A Pátria, Comércio de Angola, A Situação, última Hora que mais tarde se transformou no Diário de Luanda e Notícias. Colaborou ainda nas revistas: Notícia, Angola Ilustrada e Actividade Económica de Angola. Juntamente com Virglio Cidrais fundou a revista KI KI RI KI, sendo ele o director literário e editor e aquele seu associado o director artístico. O insuspeito ensaísta Amândio César escreveu, nesse prefácio: "Não estamos diante de uma personalidade que se lançou à aventura através dos trilhos intelectuais por onde executou a sua vasta e importantíssima obra. Não. Júlio de Castro Lopo é, antes de mais nada, o investigador sério, isento, imperturbável, para quem só os factos e os documentos contam".»
ALFREDO DE CASTRO LOPO. Nasceu a 27-XI-1900 em Valpaços. Faleceu a 13-XII-1983 em Valpaços. Casou com Armanda dos Remédios Teixeira Lage.
JOÃO CONSTANTINO DE CASTRO LOPO. Nasceu a 18-IV-1903 em Valpaços. Faleceu a 16-XI-1916 em Valpaços.
AUGUSTO DE CASTRO LOPO. Nasceu a 26-XI-1905 em Valpaços. Casou em segundas núpcias com Júlia Wilson e teve um filho com o mesmo nome. Faleceu a 28-II-1972 na Rodésia.
ALBERTO DE CASTRO LOPO. Nasceu a 2-XII-1908 em Valpaços. Casou no Brasil com Sabina Nunes, filha de um contratante de carnes. Faleceu em Julho de 1969 no Rio de Janeiro, Brasil.
LOPO, Joaquim de Castro, O Concelho de Valpaços, por Valbel, 1954, Lourenço Marques
AMORIM Padre João Vaz de , Revista Aquae Flaviae, n.º14, 1995
MARTINS, A. Veloso, Monografia de Valpaços, Lello&Irmão, Porto, 2.ª edição, 1990
Manuscrito inédito: A Família Castro e Valpaços, por Maria Madalena de Castro Medeiros, 1956.
DICIONÁRIO DOS MAIS ILUSTRES TRANSMONTANOS E ALTO DURIENSES, coordenado por Barroso da Fonte, Editora Cidade Berço, Guimarães, I Vol.*
*In http://www.dodouropress.pt/index.asp?idedicao=66&idseccao=564&id=3029&actionnoticia
SILVA, José António Soares da, O Partido Progressista de Valpaços, 1886-1910, Ed. CMV, s/d
Agradecimento: Ao Sr. Manuel Medeiros pelas informações prestadas e pela autorização de consulta e aproveitamento do documento inédito da autoria de Maria Madalena de Castro Medeiros, A Família Castro de Valpaços. Agradeço também ao Sr. Eugénio Borges, descendente da figura biografada, pelas infomações adicionais que proporcionaram a rectificação de alguns dados genealógicos.
Nota: Devido a novas informações de que se reconhece necessária credibilidade, esta publicação foi sendo actualizada com base em novas informações, pelo que difere da sua primeira versão publicada na data em epígrafe.