sexta-feira, 15 de março de 2013

O que nos dizem as Inquirições de 1258 - Parte I


O Castelo de Monforte de Rio Livre, rara gravura de autor desconhecido, presumivelmente dos finais do séc. XIX
cortesia de Pedro Verdelho in Cadernos de Viagem*

O CONCELHO DE VALPAÇOS E OS JULGADOS MEDIEVAIS DE RIO LIVRE E MONTENEGRO

INTRODUÇÃO

É ponto assente que o concelho de Valpaços se foi estruturando e moldando durante cerca de seis décadas através de conhecidos decretos reformistas de sucessivos ministérios liberais até adquirir a estrutura e fisionomia que hoje tem, isto é desde o decreto de 6 de Novembro de 1836 saído do ministério setembrista de Manuel da Silva Passos (Passos Manuel) que elevou a discreta paróquia à categoria de Município até à reintegração definitiva das freguesias de Curros e Vales em 1896. Existe ainda uma generalizada percepção de que a expansão do concelho de Valpaços resultou da gradual desagregação do quadro administrativo do “Antigo Regime” que no distrito de Vila Real, institucionalizado em 1853, deu lugar a uma nova organização municipal constituída por 14 concelhos, os mesmos que o compõem hoje. A extinção, nesse ano, dos concelhos de Monforte de Rio Livre e de Carrazedo de Montenegro proporcionou a transferência de uma parte das freguesias do termo daquele e da totalidade das deste, sendo que já em 1837 havia cabido a mesma sorte a algumas paróquias até então pertencentes ao termo de Chaves.
Recuando no tempo, também se sabe que aqueles concelhos de Monforte de Rio Livre e de Carrazedo de Montenegro foram formalmente instituídos em 1273 e em 1301, por cartas de foral de D. Afonso III e D. Dinis, respectivamente; que a precedência da criação do concelho de Chaves, instituída igualmente por aquele primeiro monarca em 1258 e para cujo termo e julgado passaram as terras medievais de Montenegro, pesou sempre na consciência do “Rei Trovador” que repetidamente decidiu em favor dos flavienses contra as pretensões dos homens de “Vila Boa de Montenegro”, pelo que apenas no início do século XIX o concelho de Carrazedo de Montenegro se constituiu de facto; contudo, de efémera duração!
Recuando ainda mais no tempo, na senda dos antecedentes históricos do concelho de Valpaços, a visão dos factos torna-se menos clara devido à escassez de documentos e à natural falta de memória dos homens irremediavelmente perdida na voragem dos tempos.  
Qual era, nos primórdios da nacionalidade a estrutura administrativa na qual se integravam os espaço que hoje compõem o concelho de Valpaços?
Que igrejas, paróquias e povoados persistiram até aos nossos dias nos mesmos espaços e a que época poderão remontar?
Quem eram os patronos dessas igrejas, os senhores das terras, de que estatuto social gozavam e como se chamavam?
Que direitos tinham os reis sobre todos esses bens?
As inquirições (inquéritos mandados proceder desde cedo pelos monarcas portugueses para se apurar sobre o estado do património da coroa com particular incidência nas regiões em que se suspeitava haver violentas usurpações e desrespeito dos direitos reais) fornecem-nos úteis indicadores para podermos responder às questões atrás enunciadas. As mais valiosas para a nossa região de Trás-os-Montes são, sem sombra de dúvida, as que foram ordenadas por D. Afonso III em 1258, cujas actas foram publicadas, em latim, nos ”Portugaliae Munumenta Histórica”, contendo referências cronológicas acrescidas relativamente aos vários julgados, e por D. Dinis em 1290, acessível já na língua portuguesa na colecção "Leitura Nova" no "Livro 3 das Inquirições de Entre Beira e Além Douro" transcrita no reinado de D. Manuel.
Nesta PRIMEIRA PARTE é divulgada uma triagem do primeiro corpo documental referido, numa versão do autor, traduzida do latim  para uma leitura actualizada, mantendo-se as designações das circunscrições (julgados e paróquias), bem como alguns topónimos e antropónimos na versão latina original. Numa SEGUNDA PARTE será divulgado um trabalho de organização e sistematização de informações do documento com anotações aduzidas pelo mesmo autor com o subtítulo “AS IGREJAS, AS TERRAS E OS SENHORES DELAS NOS JULGADOS MEDIEVAIS DE RIO LIVRE E MONTENEGRO EM 1258”.

 INQUIRIÇÕES GERAIS DE D. AFONSO III 1258 – QUARTA ALÇADA

 JULGADO DE RIO LIVRE

Incipit Judicatum de Rio Liure ij. Die januarij Era M. ª CC.ª Lxª vij.ª –

(PARÓQUIA DE SANTA VALHA)

 Imcipit parrochia de Santala,-

- Menendus Fernandj, prelado da mesma igreja, jurado e interrogado se o Rei é patrono da mesma igreja disse que não sabia.
E disse que a villa é toda foreira ao Rei e a mesma igreja fica na herdade foreira e os homens da villa que são foreiros abadam a igreja por costume. E disse que a igreja não tem herdamentos foreiros ao rei. E disse que o arcebispo bracarense leva dela cinco modios de pão desde o tempo do arcebispo Donnj Stephani. (arceb. Estevão Soares da Silva 1212-1228?)

- Petrus Garsia de Santala, jurado e interrogado, disse que sabe que a villa é toda foreira ao rei e a mesma igreja fica na herdade “Domini Regi”e os homens da mesma villa, que são foreiros, abadam-na por costume. E disse que a mesma igreja detém herdamentos foreiros da mesma villa que lhe deixaram os homens por suas almas, no tempo deste rei (D. Afonso III) e de seu irmão o rei D. Sancho e não fazem daí foro régio, mas fazem aí o foro que ficou na herança deles dos herdamentos deixados à supracitada igreja. E disse que sabe que Petrus Menendij tem na mesma villa um casal e não faz dele foro; interrogado de onde o obteve, disse que de seu pai. E sabe que Santa Maria de Rocamador tem na mesma villa dois casais que deixaram homens da mesma villa, foreiros, por suas almas e não fazem daí foro régio; interrogado desde quando, disse que desde o tempo do rei D. Sancho, o velho.

E sabe que a villa de Eruones foi “foraria Domini Regi” e a igreja de Eruones está em herdamento foreiro. E sabe que pousavam aí Ricos-Homens que tinham terras nessa villa e davam-lhe os homems “uidam” uma vez ao ano e faziam-lhe serviço da dita igreja e peitavam voz e coima. E agora tem a mesma villa Donnus Alfonsus Lopiz por razão do Ospitale que lhe deu a igreja; interrogado de onde obteve o Ospitale a mesma igreja disse que a obteve dos mesmos homens foreiros da villa que a deram a Donno Laurencio Nuniz por ajuda que a eles fez no tempo do rei D. Sancho, irmão deste rei (D. Af.ª III) e disse que os homens da mesma villa defenderam esta doação quando a concederam a Donno Laurencio Nuniz e não fazem daí foro régio.

E ouviu dizer a homens que sabiam que Albergaria e aldeola de ponte de Domente foram do Rei e que o rei doara a mesma aldeolam Albergarie ed ponte por sua alma e agora Donnus Alfonsus Lopiz cavaleiros “bragancianos” fiharam a mesma aldeolam e a mesma Albergariam porque deixaram aí a Donnus Garcia Petri seus avós 2 casais e agora não fazem daí as esmolas que o rei mandou fazer nem fazem foro régio.

E sabe que que Petrus Laurencij comprou um casal foreiro em Leas (Feannes?) no tempo do rei D. Sancho, irmão deste rei, e não faz daí foro régio.

E sabe que o herdamento que Rodericus Laurencij, cavaleiro, tem na villa de Barreiros foi foreira ao Rei e que a obteve de Donnus Garsie Petri e o mesmo Rodericus Laurencij não faz daí foro régio. E sabe que o supradito Petrus Laurencij, cavaleiro, comprou um herdamento foreiro do “Domini Regis” em Felmir e não faz daí foro régio.
E ouviu dizer a homens que sabiam que a villa que chamam Ousezares foi toda regalenga régia e agora não tem nela o rei mais do que a terça parte e as duas partes tem-nas Petrus Laurencij e “suas fraternitas” e nada nestas tem o rei.

E disse que sabe que Laurencius Roderici levou uma herdamento foreiro ao rei de um homem de Santala por coima que fez quando detinha a terra no tempo do rei D. Sancho, irmão deste rei, e agora a tem o filho de Laurencio Roderici e não faz daí foro “Domino Regi”.

- Tome Laurencij de Santaala, jurado e interrogado, disse em tudo como Petrus Garsie, excepto da villa de Eruones que disse que não sabia nem migalha.

- Petrus Menendicavaleiro de Santaala, jurado e interrogado, disse em tudo como Petrus Garsie, excepto do casal que Petrus Laurencij comprou em Feanes que nada disso sabia.

- Bazeiro Garsie de Santaala, jurado e interrogado, disse tal como Petrus Garsie menos da Albergariam e aldeolam de ponte de Domente de que nada sabia. E disse, em vez disso, que ouviu dizer de homens que a villa de Ouzezares (Oucidres) foi toda regalenga e que o concelho de Rio Liure deu a metade a Petro Laurencij, cavaleiro, e agora têm Petrus Laurencij (o mesmo) e seu irmão as duas partes e não fazem delas foro “Domino Regi”.

- Petrus Fernandi de Santaala, jurado e interrogado, disse que sabe como Petrus Garsie, excepto do casal de Feanes e do herdamento de Felmir que comprou Petrus Laurencij e da aldeolam de ponte Domente e da albergariam, que nada disso sabia.

- Petrus Roderici de Santaala, jurado e interrogado sobre a villa de Santaala e da igreja e do herdamento foreiro que a igreja detém e de há quanto tempo a detém ela e do casal foreiro que adquiriu Petrus Laurencij em Feanes, disse tal como Petro Garsie.
E sabe mais que Petrus Laurencij, cavaleiro, deu a nutrir um seu filho no herdamento foreiro régio de Felmir e outro seu filho no herdamento foreiro de Feanes e Rodericus Laurencij deu um outro seu filho no herdamento foreiro de Castineyra e deram-nos para criar no tempo deste rei (D. Afonso III), em prejuízo “Domino Regi” e do seu séquito.

- Petrus Petri de Santaala, jurado e interrogado a respeito da mesma igreja e da mesma villa e do herdamento que detém a igreja e do herdamento foreiro ao rei de Santaala que levou Laurencius Rodericj de um homem foreiro por coima que fez, disse tal como Petrus Garsie.


 (PARÓQUIA DE BOUÇOAIS)
Incipit parrochia Sante Maria de Riparia.-

- Martinus Roderici, prelado desta mesma igreja, jurado e interrogado se o Senhor Rei é patrono da mesma igreja, disse que não sabia.
E sabe que a metade da mesma igreja está em herdamentos foreiros ao rei e a outra metade em herdamentos de cavaleiros e abadam esta igreja os mesmos foreiros ao rei juntamente com os cavaleiros porque dizem que devem abadá-la por uso (costume).
E o arcebispo leva dela um quinhão da colheita da qual a igreja se sustenta e não mais porque a mesma igreja foi feita em tempo antigo. E sabe que a igreja tem herdamentos foreiros do tempo do rei D. Sancho, irmão deste rei e foi no tempo deste rei que os homens o concederam por suas almas e não fazem daí foro“Domino Regi”, mas fazem do que ficou na sua herança. E  que esta mesma igreja tem três igrejas sufragâneas que estão na herança foreira ao rei, primeiro Sanctus Martinus de Felmir e Santa Maria de Bouzoos e Sanctus Laurencius de Vilaratam.
Interrogado da razão porque são estas igrejas sufragâneas da mesma igreja de Sancta Maria de Riparia disse que porque as fizeram na sua paróquia.
E sabe que metade da villa de Picones (Picões) é foreira e a outra metade é de cavaleiros e de outros casais de cavaleiros que dão daí ao rei cada uma sua “teiga” de castanhas em cada ano. As outras três vilas em que se encontram as igrejas são foreiras do rei, excepto a quarta parte de Vilaratam que é de cavaleiros e um casal que era foreiro em Felmir que sabe que Roy Laurencij e Petrus Laurencij, cavaleiros, o compraram no tempo deste rei (D. Afonso III).
E sabe que em Aluarellos costumavam dar “uidam” e cevada aos Ricos-Homens e ao prestameiro e peitavam voz e coima. E sabe que quando do povoamento de Sancto Stephano davam renda ao rei e agora tem o seu herdamento a Ordo Ospitalis e não fazem daí foro régio.
E sabe que Roy Laurencij deu a criar três filhos no herdamento foreiro ao rei de Castineyra no tempo deste rei e que Petrus Laurencij deu a criar três filhos nos herdamentos  foreiros de Felmir e de Bouzoos e outros dois deu-os  em Barreyros e em Feanes no tempo deste rei. E que Lopus Petri, cavaleiro, deu a criar dois dos seus (filhos)  no herdamento foreiro de Villaratam e seu irmão deu outro filho nesta mesma villa e Martinus Laurencij deu a criar dois seus filhos, um na villa de Zonj e outro na villa de Feanes no tempo deste rei (D. Afonso III) e do seu séquito, em prejuízo destes.
E sabe que Roy Laurencij comprou um herdamento foreiro em Castineyra no tempo deste rei e fez aí casas e agora não faz daí o foro “Domino Regi”.
E sabe que Fernandus Roderici, prelado de Santi Johannis comprou e obteve um casal do herdamento foreiro de Labuzan  (Lebução) no tempo deste rei (D. Afonso III)e não faz daí foro “Domino Regi”.

- Menendus Uermudiz de Villaratam, jurado e interrogado, disse em tudo como o prelado e disse mais que sabe que a villa de Eruones era toda foreira ao rei e era residência de Ricos-Homens e davam-lhes “uidam” e agora tem-na Donnus Alfonsus Lopiz e não faz daí foro régio; interrogado quantas vezes lhe davam “uidam” disse que não sabia.
E ouviu dizer de homens que sabiam que villa de ponte de Domente era regalenga e hoje têm-na os bragançanos por razão de um casal que dizem que lhes deixaram seus avós em Val Maiore e não fazem daí foro régio.
E sabe que villar de Trotomir era regalendgo e agora não tem aí nada o rei excepto pardieiros porque o têm o filho do mesmo Roy Laurencij e o prior de Sancti Julianj e seu irmão e não fazem daí foro régio.

- Dominicus Ualazquiz, alcaide que habita em Bouzas, jurado e interrogado, disse em tudo como o prelado e disse mais que os vilares de Tructumir e de Rechousino foram do rei e agora este não tem aí nada excepto quatro leiras e tudo o resto filharam os filhos de Laurencij Roderici e Petris Tozeiro e agora não tem o rei nem migalha.
E ouviu dizer de homens que sabiam que a quarta parte de Villar de Sancto Pedro deve ser do rei e hoje não tem nem a quinta parte, que a tem o filho de Laurencio Rodericij Petrus Togeyro e não fazem daí foro “Domini Regi”.
E ouviu dizer de homens que sabiam que o lugar que chamam Batoca foi do rei e filharam-na os netos de Donni Ualazquiz Sancij que são de Legione (Leão) e nada há do “Domino Regi”.
E ouviu dizer de homens que sabiam que Vallis de Palacio foi do domínio régio e agora o detém Donnus Fernandes Eanes de Galiza pela força e nada aí tem de “Domino Regi”.

- Petrus Caluus de Villaratam, jurado e interrogado, disse em tudo como Martinus Roderici, prelado, excepto que não sabia que o herdamento que Petrus Laurencij comprou em Castineyra era foreira.
E ouviu dizer a homens que sabiam e a seu pai que villar de Castianta foi metade foreira e agora tem-na Lopus Petri e seu irmão e não fazem daí foro “Domino Regi”.
E ouviu dizer a homens que sabem que o villar que chamam Tructumir foi regalendo e hoje o tem Petrus Laurencij e Roy Laurencij e seu irmão e não fazem daí foro “Domino Regi”.

- Menendus Petri de Villaratam, jurado e interrogado, disse em tudo como o prelado, excepto que disse que Donnus Alfonsus Lopiz tem Aluarelos e não faz daí foro “Domino Regi”.
E ouviu dizer a homens que sabiam que Villar de Tructumir era regalengo e agora a têm Petrus Laurencij e seu irmão daí a metade e agora não fazem daí foro “Domino Regi”.
E ouviu dizer a homens que sabiam  que Lopus Petri  e seu irmão detêm um casal em Vilaratam  que era foreiro e agora têm-na eles e não fazem daí foro régio.

- Sancius Sancij de Villaratam, jurado e interrogado, disse em tudo como o prelado, excepto que não sabia que donnus Alfonsus Lopiz tinha Aluarelos e disse que o casal que Petrus Laurencij comprara em Castineira não era foreira do Rei.

- Laurencius Uermuudiz de Villaratam, jurado e interrogado, disse que supõe que Lupus Petri e seu irmão têm um quarto de casal foreiro em Villaratam que compraram seus avós de foreiros do rei e não fazem daí foro.

- Donnus Januarius de Felmir, jurado e interrogado, disse em tudo como o prelado, excepto que não sabia se era de herdamento foreiro o que comprara Roy Laurencij em Castineyra e o herdamento que comprou Ffernandus Roderici que nada disso sabia.
E sabe que alguns homens do rei recolhiam castanhas de villar de Tructumir e trabalhavam nesse villar para o rei e davam-lhe uma porção de pão e agora o tem o prior de Sancto Juliano e Roy Laurencij e seu irmão, e trabalham no mesmo villar e não fazem daí foro régio.

(PARÓQUIA DE TINHELA)
Incipit parrochia Sancte Marie de Tiela.-

- Stephanus Martinij de Tiela jurado e interrogado se o o rei é patrono da mesma igreja disse que não sabia.
E disse que a avilla é foreira excepto quatro casais que são dois casais da Ordini Ospitali e outros dois que são de cavaleiros que lhes deu a Ordo Ospitali por outros dois casais na villa de Azares.
E sabe que a mesma igreja está em herdamento foreiro ao rei e a abadam os mesmos foreiros ao rei por costume.
E o arcebispo não leva daí mais do que dois soldos de “cençoria”e a mesma igreja detém herdamentos foreiros que a ela concederam os homens por suas almas desde o tempo do rei D. Sanchoirmão deste rei e de seu pai e não fazem daí Foro régio, mas fazem o que respeita à herança deles que concederam os mesmos herdamentos à supracitada igreja.
Interrogado de onde obteve a Ordo Ospitalis os seus casais disse que não sabia.
E sabe que a Ordo Ospitalis obteve um casal foreiro na mesma villa no tempo do pai deste rei; interrogado se foi por inquirição disse que não sabia.
E sabe que a villa de Aluarelos entrava aí o mordomo e peitava voz e coima e dava “uidam” aos Ricos-Homens uma vez por não e dava aos prestameiros”uidam” por duas vezes e três vezes e agora tem-na a Ordo Ospitalis e não faz daí foro “domino Regi”.
E sabe que a villa de Eruones era foreira ao rei e a mesma igreja de Eruones foi edificada em herdamento foreiro ao rei e os homens foreiros a concederam a Donnus Alfonsus Lopiz e agora Alfonsus Lopiz tem a mesma villa e igreja e não faz daí foro “Domino Regi”.

- Petrus Sancij de Tiela, jurado e interrogado, disse em tudo como Stepanus Martinj excepto que disse que nada sabia de Eruones.
E ouviu dizer de homens que sabiam que a villa de Outidres era toda regalenga e agora não é mais do que a metade e toda metade dela tem agora Petrus Togeiro e Roy Laurencij, cavaleiros, e não fazem daí foro “Domino Regi”.
E do casal que obteve a Ordo de Ospitali disse que não sabe.


 (PARÓQUIA DE BATOCAS - ÁGUAS FRIAS)
Incipit parrochia Sancti Petri de Batocas.-

- Gonsaluus Petri, prelado desta mesma igreja, jurado e interrogado se o Rei é patrono da igreja ou se algum tempo o foi, disse que não. Interrogado de quem são os patronos dela, disse que Menendus Ualasquiz e o filho de Orraca Ermigiz e seus irmãos e Petrus Laurencij.
E disse que a villa de Auellanas e a villa de Aquis Frigidis são foreiras ao rei.
Interrogado quantos são dessa vila (Batocas) foreiros ao Rei, disse que não sabia.

- Martinus Menendj de Auelalelas, jurado e interrogado, disse em tudo como Gonçaluus Petri, prelado.
E disse mais que sabe que na villa de Auelaelas tem o rei dezoito casais foreiros.
E sabe que Petrus Garsie comprou um herdamento foreiro na villa de Auelaelas no tempo do rei D. Sancho irmão deste Rei e agora tem-na Ermigius Petri que está aí com sua mulher e Petrus Petri, seu filho, e não fazem daí foro “Domino Regi”; e sabe que foi vendido pela força.
E sabe que Johanne Ayrias comprou um herdamento foreiro de Auelaelas nestes quatro anos e não faz daí foro “Domino Regi”.

- Rodericus Ihoannis de Auelalelas, furado e interrogado disse em tudo como Martinus Menendj.
E disse mais que os casais foreiros são aí três de Sancto Juliano e faz-se deles o foro como fazem nos outros lugares de Rio Liure.
E sabe que a villa de Aluarelis fazia o mesmo foro ao rei como nas outras villas que tinha o Rei em Rio Liure e agora as tem a Ordo de Ospitaly e não fazem daí foro “Domino Regi”.
Interrogado de onde Sanctus Julianos obteve esses casais, disse que não sabia.
E disse que na mesma villa (Aluarelis) há uma igreja que fica em herdamento foreiro ao rei e é sufragânea da supradita igreja de Batocas por razão que os seus homens a fizeram em sua paróquia no tempo das guerras. E na mesma villa há uma Ermida que é de cavaleiros e foreiros.

- Michael Pelagij de Auelaelas, jurado e interrogado, disse me tudo como Rodericus Ihoannis, excepto que não sabia que os homens de Aluarelos iam à “toruiscadam” (entroviscada) e à “riquioua” (recova).
E sabe que a villa de Eruones era foreia ao Rei e a igreja está em herdamento foreiro e que a abadam os homens foreiros do rei e agora a tem Donnus Alfonsus Lopiz e não faz daí foro “Domino Regi”.
E sabe que os homens que estão nos herdamentos de Sancto Juliano fazem foro por razão dos outros herdamentos foreiros que têm.

- Martinus Fernandi de Auelaelas, jurado e interrogado, disse em tudo como o prelado. E do herdamento que comprou Johannis Ayras e do que comprou Petrus Garsie disse tal como Martinus Menendi supradito.

- Petrus Garsie de Aquis Frigidis, jurado e interrogado, disse que sabe que a metade da villa de Aquis Frigidis é foreira ao rei. E ouviu dizer de homens que sabiam que o casal que aí tem a Ordo Ospitalis foi foreira e uma mulher o deu à Ordo Ospitalis por sua alma no tempo do rei Dom Afonso “senis”.
E disse que ouviu dizer de homens que sabiam que o casal que tem aí Roy Laurencij foi foreiro ao Rei.

- Ffernandus Fernandi de Aquis Frigidis, jurado e interrogado, disse que sabe que toda a villa é foreira ao Rei, excepto sete casais que são de cavaleiros de Sancto Stephano e um casal que é da Ordine Ospitalis. Interrogado de onde a obteve a Ordo Ospitalis ou em que tempo, disse que não sabia.

- Rodericus Fernandi de Aquis Frigidis, jurado e interrogado, disse em tudo como Ffernandus Fernandj.

- Durandus Petri, judeu de Rio Liure, jurado e interrogado disse que sabe que o casal que Lopus Garsie tem na villa de Rooriz era foreira, dando “uidam” ao mordomo e Rico-Homem e em peitarndo voz e coima e agora não fazem dele foro régio.
E sabe que o casal que Roy Menendi teve em Rooriz era foreira, peitando voz e coima e dando a fossadeira, e agora tem-na seu filho e não fazem daí foro “Domino Regi”.
E sabe que a villa de Mayros, que é “terminus de Portugalie” e costumava vir a julgamento ao juiz de Rio Liure, agora não vêm aí senão quando obrigados, porque defende-a o Mosteiro de Villaza que é de Legione (Leão). E Alvarus Petri, cavaleiro, e Donna Orraca Ermigis e o filho de Petro Garsie e sua irmã não obedecem aí ao domínio do rei de Portugal a menos que lhes falte o dinheiro e o rei os mande sacar.
E sabe que a villa de Aluarelos era foreira ao rei, tal como os outros herdamentos que o rei tem em Rio Liure, e agora a tem a Ordo Ospitalis e não fazem aí foro “Domino Regi”.
E sabe que Martinus Petri, clérigo, tomou um casal foreiro para Sanctum Johanne que ficara de seu pai no tempo do pai deste rei; interrogado se antes da Inquirição ou se se depois desta, disse que ele nunca vira inquirição alguma à excepção desta e apenas sabe que não fezem dali foro “Domino Regi”.
E da mesma maneira disse que a mesma igreja de Sancto Johanne adquiriu um casal foreiro no tempo do pai deste rei que lhe deixou uma mulher chamada Orraca Corza por sua alma; interrogado se antes da Inquirição ou se se depois desta, disse que ele nunca vira inquirição alguma à excepção desta.
E sabe que Petrus Laurencij obteve em Feannes um casal foreiro no tempo do rei D. Sancho, irmão deste rei e agora que a tem não faz aí foro “Domino Regi”.
E sabe que villa de Ponte de Domente era regalenga e agora a detém o filho de Donni Poncij e não fazem daí foro régio.
E sabe que Roy Lauirencij comprou um herdamento foreiro na villa de Castineyra de Menendo Menendj no tempo deste rei e não faz aí foro “Domino Regi”.

- Rodericus Iohannis, alcaide Rio Liure, jurado e interrogado, sabe que Roy Laurentij e Petrus Laurencij, cavaleiros, compraram herdamentos foreiros na villa de Felmir no tempo do rei Dom Sancho, irmão deste Rei e não fazem aí foro “Domino Regi”.
E sabe que Aluarelos era foreira ao rei e hoje a possui a Ordo Ospitalis e não fazem aí foro “Domino Regi”.

- Laurencius Petri, alcaide, jurado e interrogado, disse que sabe que Roy Laurencij comprou um herdamento foreiro em Castineyra no tempo deste rei e não fazem aí foro “Domino Regi”. 

(PARÓQUIA DE S. JOÃO DA CASTANHEIRA)
Incipit parrochia de Sancti Iohanis de Castineyra.-

- Fernandus Rodericj, prelado desta igreja, jurado e interrogado se o Rei é o patrono dela, disse que não sabia.
E sabe que toda esta villa (Castineyra) é foreira “Domini Regis”, excepto a metade de um casal que tem Rodericus Laurencij, cavaleiro; interrogado de onde o obteve, disse que o comprou de “filijs de algo” que o tinham por sua descendência.
E sabe que a mesma igreja foi edificada em herdamento foreiro ao rei da mesma villa e os homens da mesma villa abadam a igreja porque dizem que assim a têm por costume.
E disse que a mesma igreja obteve herdamentos  foreiros ao Rei da mesma villa que concederam os homens por suas almas no tempo deste Rei e de seu irmão rei D. Sancho e não fazem ai foro “Domino Regi”, mas fazem o foro do que resta da herança dos herdamentos que concederam à predita igreja.
E sabe que Rodericus Pelagij, clérigo, tem na mesma villa herdamento foreiro que lhe ficou da parte de seu pai e não fazem aí foro “Domino Regi”.
E sabe de Labasam e a villa de Rooriz de Paradela são todas foreiras ao rei e são da paróquia de Sancti Johannis de Castineyra, excepto um casal que tem Orraca Ermigiz em Paradela; interrogado de onde ela o obteve, disse “de suo auoengo”.
E sabe que nas mesmas villas de Labasam e de Rooriz e de Paradela têm cada uma sua igreja e são sufragâneas da igreja de Castineyra.

- Petrus Pelagij de Castineyra, jurado e interrogado, disse como o prelado.

- Petrus Martinj de Castineira (sic), jurado e interrogado, disse como Petrus Pelajij.

- Rodericus Roderici de Castineira, jurado e interrogado, disse como Petrus Pelajij.

- Petrus Dominicij de Labusam, jurado e interrogado, disse em tudo como o prelado.

- Ffernandus Michaelis de Labusam, jurado e interrogado, disse como o prelado. E disse mais que sabe que antes costumavam, peitar voz e coima na villa de Aluarelos “Domino Regi” e obedeciam ao juiz de Rio Liure e agora é do Ospitali e não fazem aí foro “Domino Regi”; interrogado de onde a obteve (o Ordem do Hostpital), disse que não sabia.

- Adam Rodericij de Lubosam, jurado e interrogado, disse tal como Ffernandus Michaelis.

- Martinus Micjhaelis de Labusam, jurado e interrogado, disse em todo como Ffrenandus Michaelis.

- Laurencius Petri de Labusam, jurado e interrogado, disse tal como Fernandus Michaelis.

- Dominicus Guimariz de Rooriz, jurado e interrogado, disse tal como o prelado.
E disse mais que Lopus Garsie, scutifer (escudeiro) comprou um herdamento foreiro na villa de Rooriz no tempo do rei D. Sancho, irmão deste Rei. E não fazem daí foro régio.

- Petris Roderici de Roriz, jurado e interrogado, disse tal como Dominicus Guimariz.

- Ffernandus Pelagij de Rooriz, jurado e interrogado, disse tal como Dominucus Guimariz.

- Laurencius Fernandj de Rooriz, furado e interrogado, disse tal como Dominicus Guimariz.

- Durandus Fernandi de Paradela, jurado e interrogado, disse tal como o prelado.
E disse mais que o Ospitale tem (em Paradela?) um casal; interrogado de onde o houve, disse que o obteve de um foreiro; interrogado em que tempo, disse que do tempo do rei D. Sancho “senicis”.

- Dominicus Martnj de Paradela, jurado e interrogado disse tal como Durandus Fernandi.

- Petrus Fernandj, dito de Paradela, jurado e interrogado, disse tal como Durandus Fernandj.
E disse mais que sabe que o Ospitali cobra-se do mesmo herdamento foreiro pela força desde o tempo do rei (D. Sancho “Senicis”?) e não faz daí foro.


(PARÓQUIA DE S. MIGUEL DE FIÃES)
Incipit parrochia de Sancti Michaelis de Feeaes.-

- Fructuosus Laurencij, prelado desta igreja, jurado e interrogado se o Rei é patrono dela, disse que não sabia.
E sabe que a villa é toda foreira ao rei, escepto um casal que tem Petrus Laurencij, cavaleiro. Em seguida disse que sabe que o comprou de um foreiro no tempo do rei D. Sancho, irmão deste Rei e não faz aí foro “Domino Regi”.
E sabe que a mesma igreja está em herdamento foreiro ao Rei.
E sabe que os mesmos homens da mesma villa, que são foreiros, abadam a mesma igreja porque assim a têm por costume.
E disse que sabe que a mesma igreja tem herdamentos forários “Dominis Regis” da mesma villa os quais a deram os homens por suas almas no tempo deste Rei e de seu irmão e não fazem aí foro “Domino Regi”, mas fazem o foro que resta da sua herança dos herdamentos que concederam à referida igreja.
E sabe que Petrus Laurencij, cavaleiro e seus irmãos têm na villa de Barreiros herdamentos foreiros “Domini Regis” que compraram de foreiros e não fazem aí foro régio.
E sabe que Roy Laurencij, cavaleiro, deu a criar seu filho na villa de Santala que é toda foreira “Domini Regis” no tempo do rei D. Sancho, irmão deste rei; disse também que fazem aí foro e que sempre teve herdamento foreiro em Santo Johanne de Castineyra que a teve da parte de seu pai e não faz daí foro.
E disse que sabe que Leonardus Roderici et Rodericus Pelagij, clérigos, têm herdamentos foreiros em Sancto Johanne de Castineyra que ficaram de seus pais, e não fazem aí foro “Domino Regi”.
E disse que sabe que Michael Fernandj, abade de Reuordelo que é em Vinaes tem herdamento foreiro na villa de Feanes que é em Rio Liure que lhe ficou da parte de seu pai, e não faz aí foro “Domino Regi”.
E sabe que a villa de Barreyros e a villa de Zonj são foreiras “Domino Regis” e são da paróquia de Sancti Michaelis de Feanes e nessas villas estão duas igrejas e são sufragâneas da igreja de Feanes.

- Petrus Roderici de Barreyros, jurado e interrogado, disse como o prelado. E disse mais que sabe que a villa de Zonj é toda foreira ao rei.

- Fernandus Rodericj de Barreyros, jurado e interrogado, disse como o prelado.

-  Gonsaluus Roderici de Barreyros, jurado e interrogado, disse como o prelado.
E disse mais que alguns homens de Barreyros, que é foreira por carta, juntamente com a igreja de Feanes, nos dias deste Rei fazem aí foro e até ao fim dos seus dias devem todos os seus herdamentos reverter para a supradita igreja.

- Johannes Ayras de Feannes, jurado e interrogado, disse como o prelado.
E disse mais que sabe que a villa de Aluarelos foi foreira “Domini Regis” e sabe que peitavam voz e coima e faziam serviço aos Ricos-Homens que tinham a terra e agora é do Ospitalj e nada aí tem o Rei. Interrogado de onde obteve a mesma villa o Ospitale ou em que tempo, disse que não sabia.

- Durandus Uelasquiz de Feannes, jurado e interrogado, disse como Joahannes Ayrie.

- Dominicus Petri de Feanes, jurado e interrogado, disse como Joahnnes Ayrie.

- Laurencuis Pelagij de Zoni, jurado e interrogado disse ta como o prelado.
E disse que a villa de Zonj é toda foreira ao Rei. E sabe que Roy Laurencij e seus irmãos têm herdamentos na mesma villa de zoni que são foreiras do rei; interrogado de onde as obtiveram ou em que tempo, disse que não sabia.

- Ffernandus Pelagij de Zoni, jurado e interrogado, disse tal como o prelado.
E disse mais que sabe que o pai de Petrus Laurencij comprou um herdamento foreiro em Zonj e hoje a tem Petrus Laurencij e não faz aí foro régio.

- Rodericus Petri de Zoni, jurado e interrogado, disse tal como Ffernaus Pelagij.

- Martinus Petri de Zoni, jurado e interrogado, disse tal como Laurencios Pelagij.
E disse que sabe que Roy Laurencij e seus irmãos compraram na villa de Zoni uma vinha foreira no tempo deste rei e não fazem aí foro régio.

- Ffernandus Menendj de Bouadela, jurado e interrogado, disse que sabe que estaa mesma villa é toda foreira ao rei, excepto três casais que aí tem Laurencij Roderici; interrogado de onde obteve esses três casais, disse que dois foram foreiros “Domini Regis” e que as compraram de foreiros e não fazem nelas foro régio.
E sabe que Sanctus Julianus de Monte Nigro tem aqui um casal e sabe que foi foreiro; interrogado em que tempo o obteve disse que no tempo do rei D. Afonso “veteris”.
E disse que os dois casais que aí tem Ermigius Petri foram foreiros “Domini Regis”e não fazem aí foro régio.
E sabe que os filhos de Laurencij Roderici  têm na villa de Barreyros um herdamento foreiro que os deu Dom Petrus Grasi “bragancianus” que a obteve de um foreiro da mesma villa, do qual  o tomou, e agora não há nada do Domini Regi” no mesmo herdamento.
Disse que sabe que os supraditos filhos de Laurencij Roderici têm herdamentos foreiros de Zoni que compraram de um foreiro e não fazem aí foro “Domino Regi”.
E sabe que Villar de Tructumir foi regalengo e agora a têm os filhos de Laurencij Rodericij e o Ospitale e não fazem aí foro “Domino Regi”; interrogado de que tempos têm a mesma villa, disse que não sabe.
E disse que sabe que a quarta parte de Villar de Sancto Pectro de Pia, desde a carreyra até ao cone de Sezelo era regalenga e agora a tem o Ospitale e os filhos de Laurencij Rodericus e os filhos de Roderico Uermudi e nada aí tem no mesmo villar do “Domini Regis”; interrogado de que tempo têm o mesmo villar, disse que não sabe.
E sabe que a villa de Aluarelos era forária do “Domini Regis”e peitava voz e coima e agora é do Ospitali e nada aí há do Rei; interrogado de onde a obteve e em que tempo, disse que não sabia.
E ouviu dizer de homens que sabem que a metade de Villar de Ousezares foi regalenda e agora não há aí senão a terça parte (do rei) e todo o resto o têm os filhos de Valasco Sancij e não fazem aí foro “Domino Regi”.
E sabe que Algaris foi regalenga e hoje a têm os filhos e netos de Donno Petro Fernandj; interrogado de onde a obteve ou em que tempo, disse que não sabia.

- Petrus Uermudjz de Bouadela, jurado e interrogado, disse que sabe que a metade desta villa é foreira e moram nela vinte foreiros e tem-na o filho de Laurencij Roderici e têm aí três casais e não fazem aí foro “Domino Regi”; interrogado de onde os obtiveram eles ou em que tempo, disse que não sabia.

- Andreas Menendi de Bouadela, jurado e interrogado, disse em tudo como Petrus Uermudij.    

- Laurencius Stephanj de Bouadela, jurado e interrogado, disse tal como Petrus Uermudij.  

 - Johannes Menedj de Bouadela, jurado e interrogado, disse tal como Petrus Uermudij.

- Ffernandus Petri de Ousezares, jurado e interrogado disse que sabe que a terça parte desta villa é foreira “Domini Regis” e as duas partes são dos filhos de Laurencij Rodericij e de cavaleiros que chamam Tozeyros; jurado e interrogado de onde obtiveram as duas partes da mesma villa, disse que não sabia.

- Petrus Adani de Ousezares, jurado e interrogado, disse em tudo como Ffernandus Petri.  

*** 

 JULGADO DE MONTENEGRO
Jncipit Judicatum de Monte Nigro Vj.º Januarij Era M.ª CC.ª Lx.ª Vij.ª –

(PARÓQUIA DE SANTA LEOCÁDIA DE MONTENEGRO)
Incipit parrochia Sancte Leocadie de Monte Nigro. –

- Martinus Rodericj, prelado desta igreja, jurado e interrogado se a igreja é do Rei ou o foi em algum tempo, disse que não; interrogado quem são aí patronos disse que os filhos de Petro Corrigie Garsias Lopis e seu irmão e de Menendo Sobrado e de Michaele Roderici e sua “germanitate” e o neto de Pelagio de Gostez e os filhos de Fernando Munis e seus irmãos e os filhos de Fernando Muniz de Randufy e o neto de Ouro Godina e seus irmãos, os de Orraca Muniz e seus irmãos e o neto de Oer Petri e o neto de Fernando Rolam e os filhos de Laurencio Rodericj, que se fizeram herdeiros pela força.
E sabe que a mesma igreja detém herdamentos foreiros de Matisinos que deixaram os homens foreiros por suas almas e fazem daí o foro; interrogado desde que tempo disse que do tempo do pai deste Rei e de seus avós. E que esta igreja tem herdamentos regalengos em Villela e em Villa Noua que lhe deixou Roy Menendij no tempo do rei D. Sancho, irmão deste Rei. E sabe que o rei D. Sancho “senex” os deu a Menendo Sobrado e têm deles cartas e agora as tem a mesma igreja e não faz daí foro “Domino Regi”.
E sabe que a igreja de Moreyra tem herdamentos foreiros em Montisinos que concederam os homens por suas almas e fazem aí foro “Domino Regi”.
E esta mesma villa é honra de Sancta Leocádia; interrogado sobre quem a honrou, disse que não sabia.

- Dominucus Fernandi de Sancta Leocádia, jurado e interrgado, disse em tudo como Martinus Roderici, excepto que disse que a mesma igreja não faz foro “Domino Regi” dos supraditos herdamentos que detém, mas fazem os que ficaram no lugar deles e que os concederam a esta mesma igreja.
E sabe que a igreja de Santi Jacobj de Alariz e a villa que está perto dela foram regalengas e agora as têm Petrus Poncij e seu irmão e não fazem delas foro “Domino Regi”.
E sabe que a villa de Eruonnes era foreira e a sua igreja este em herdamento foreiro e entrava lá o mordomo e peitava voz e coima e davam “uidam” a Ricos-Homens e agora tem-na Alfonsus Lopiz e não faz aí o foro “Domino Regi”; interrogado quantas vezes davam “uidam” aos Ricos-Homens, disse que não sabia.
E sabe que Argiliz Claustrum Medonis e Sanctus Felicis foram “regalenge Regis” e agora as têm Donnus Alfonsus Lopiz e o neto de Donno Garsia Petri e detém Sanctum Felicem o filho de Menendo Ordoniz e não fazem foro “Domino Regi”.

- Petrus Iohannis de Sancta Leocadia, jurado e interrogado, disse em tudo como o prelado.

- Michael Gunsalui de Argimir, jurado e interrogado, disse em tudo como o prelado.

- Gonsaluus Ihoannis de Argimir, jurado e interrogado, disse em tudo como prelado.

- Martinus Ihoannis de Sancta Leocadia, jurado e interrogado, disse que sabe que a metade de Cedonta, que fica entre Louos e Matasinos, deve ser regalenga e a outra metade de vilãos foreiros da villa de Matasinos.
E ouviu dizer a seu pai e a homens que sabiam que o campo que chamam Novaes era regalengo e agora o têm Moreiras e os netos de Ermigio Garsie e (os netos de?) Fernando Ualasquiz e não fazem aí foro “Domino Regi”.
E sabe qua a metade da villa de Curveyra foi regalenga e deu-a Donnus Garsias Petri, quando tinha a terra, à Ordonj Ospitalis em troca por metade de Villarino que era do Ospitali e não fazem aí foro régio.
E sabe que Argiliz e Sanctus Felices e Medones e Claustrum foram regalengas e agora as têm os netos de Garsie Petri e Donnus Alfonsus Lopiz e não fazem aí foro “Domino Regi”.
Sanctus Jacobus de Alariz foi regalenga e hoje a tem Petrus Poncij e não faz aí foro “Domino Regi”.

- Petrus Petri de Villa de Luzedo, jurado e interrogado se a igreja é do rei ou foi em algum tempo, disse que não sabia. Interrogado de quem é, disse que é da igreja de Santa Leocádia. Interrogado como a obteve, disse que não sabia.


(PARÓQUIA DE S. JOÃO DE ERVÕES)
Incipit parrochia de Sancti Iohanis de Eruones et ipsa eclesia non habet prelatum Nec capellanum propter Donnun Alfonsum Lopiz.-

- Johannes Menendj de Villarino, paroquiano desta igreja, jurado e interrogado se o Senhor Rei é patrono dela, disse que não sabia.
E sabe que toda a villa de Villarino é foreira ao rei, excepto dois casais que aí tem a igreja de Eruonis que fazem foro régio como fazem os foreiros que moram na villa.
E sabe que em Villarino tem uma ermida que é sugranânea de Sancto Johanne de Eruonis e ficam em herdamento foreiro do rei e a mesma igreja de Eruones detém o herdamento foreiroda villla de Valongo e não faz aí foro régio.
E sabe que fazem foro régio os de Vilarandelo, dão ao Rei um “modio” de cevada e um porco de oito sólidos e sessenta pães de centeio, os quais fazem os homens dos seus casais e desta “uidam debet comedere” em Freannes e dão ao prestameiro para a “comedendum” três vezes ao ano e de cada vez dão-lhe um “sesteiro” de cevada. E dão “uidam” ao mordomo; interrogado quantas vezes ao ano, disse que não sabia. E peitam voz e coima e vão à “toruiscadam” e dão de fossadeira um “denarium” e vão uma vez correr o monte com o Rico – Homem a “Gondianes”. E os homens da mesma villa que queiram ser vizinhos da villa de Clauibus posto que os mesmos homens de Clauibus se livram de fazer este foro com o Rei fazem o foro tal como os homens de Clauibus. E queles que não se fazem vizinhos da villa de Clauibus fazem este foro como lhes chegar do seu quinhão.
E sabe que o Rei tinha dois casais em Valongo e peitavam voz e coima e iam executar a “trouiscadam” e á “riquiouam” e davam “uidam” ao mordomo três vezes ao ano e agora temnas Donnus Alfonsus Lopiz e não fazem aí foro “Domino Regi”.
E sabe que a villa de Eruones era foreira ao Rei e era residência de Ricos – Homens e a mesma igreja está em herdamento foreiro ao Rei e davam “uidam” ao prestameiro e mordomo; interrogado quantas vezes ao ano, disse que não sabia. E iam à “trouiscadam” e à “riquiouam” e peitam voz e coima, e agora a tem Donnus Alfonsus Lopiz  e não fazem aí foro régio.
E sabe que a villa de Lamas costumava dar “uidam” ao mordomo e iam à “trouiscadam” e à “requiouam” e peitavam voz e coima e tem-na Donnus Alfunsus Lopiz e não fazem aí foro régio.
E sabe que na villa de Aluites costuma “pausare” Rico-Homem e davam-lhe “uidam” e cevada; interrogado quantas vezes, disse que não sabia; e davam “uidam” ao prestameiro e mordomo e iam à “trouiscadam” e à “riquiouam” e peitam voz, e agora a têm os filhos de Fernandus Alvices e seus irmãos e a Ordo Ospitalis e não fazem aí foro “Domino Regi”.
E sabe que a villa de Randufy de Trascarrazedo fazia o mesmo foro da villa de Aluites, e agora a tem Nunus Martinj de Chasin e não fazem aí foro “Domino Regi”.
E sabe que a villa de Limaos era foreira ao Rei, dando “uidam” ao prestameiro e mordomo e Ricos-Homens e peitava voz e coima e iam à “trouiscadam” e à “requiouam”, e agora a defende Roy Laurencij e sua “fraternitas” e não fazem aí foro “Domino Regi”.
E ouviu dizer que os cavaleiros de onde é Lama que era “terminus de Portugalie” agora não obedecem ao Senhor Rei de Portugal.
E sabe que os homens de Saa faziam o foro “Domino Regi”, indo à “trouiscadam” e à “riquiouam” e dando “singulos denários” de fossadeira e peitavam voz e coima, excepto os homens que estavam no herdamento dos cavaleiros e de de Sancto Juliano e filhavam a portagem da terra para o Rei nessa villa e agora defendem-na os filhos de Laurencio Rodericj.
Petrus Menendj de Villarandelo, jurado e interrogado, disse em tudo como Johaannes Menendj, excepto que não sabia de Randufi de Trascarrazedo ou de Lama nem migalha.

- Durandus Dominicj de Villarandelo, jurado e interrogado disse em tudo como  Johannes Menendj, excepto da villa de Valongo e da villa de Alvites e de Lonba e de villa de Randufi de Trascarrazedo que nada sabia.

- Johaannes Martinj de Valongo, jurado e interrogado, disse em tudo como Petris Menendj.

- Durandus Michelis de Villarandelo, jurado e interrogado, disse da villa de Eruones e do herdamento que tem a igreja de Lamas e de Villarandelo e de Saa, tal como Johannes Menendj.

- Dominicus Laurencij de Eruones, jurado e interrogado, disse tal como Johannes Menendj, excepto de Lama, que não sabia.
E de Randufi de Transcarrazedo disse que tinha três casais que eram de umas senhoras que não faziam o foro “Domino Regi”.
E ouviu dizer de homens que sabem que a villa de Auarenta era regalenga e agora a tem Nunus Martinj e não faz aí foro “Domino Regi”.

- Durandus Iohannis de Lamis, jurado e interrogado, disse que sabe que faziam foro ao rei desta villa, indo à “toruiscadam” e à “riquiouam”, “racione quod pascebant in pinare et montabant ante quod deddisset” à villa de Clauibus, e não fazem aí foro “Domino Regi”.

- Johannis Petri de Lamis, jurado e interroogado, disse em tudo como Dominucus Iohannes.
E disse mais que costumavam fazer foro “domino Regi” da villa de Eruones, indo à “toruiscadam” e à “riquiouam” e peitavam voz e coima, e agora tem-na Donnus Alfonsus Lopiz e não fazem daí foro ao Rei.

- Johannus Menendj de Valongo, jurado e interrogado, disse que sabe que a igreja de Eruones tem dois casais que foram foreiros em Valongo que legaram os homens por suas almas e não fazem daí foro nem vão à “toruiscadam” e à “riquiouam”.
E sabe que a igreja de Eruones está em herdamento foreiro ao Rei e que a mesma villa era foreira, dando “uidam” ao mordomo e ao prestameiro e davam “singulos denarios” de fossadeira e iam à “toruiscadam” e à “riquiouam” e peitavam voz e coima “racione quod pascebant et montabant in pignare”, e agoratem-na Donnus Alfonsus Lopiz e não fazem daí foro “Domino Regi”.
E sabe que Alfonsus Laurencij, cavaleiro, não devia ter na mesma villa (de Valongo?) mais de que um casal e agora filhando muitos mais herdamentos foreiros que nela comprou e agora que as tem não faz aí foro “Domino Regi”.

- Donnus Saluator de Saa, jurado e interrogado, disse que sabe que a quarta parte desta villa era foreira e as três partes eram de filhos de Laurencio Rodericj e da igreja de Sancto Juiianj. E costumavam dar “uidam” desse herdamento foreiro ao mordomo e agora pagam aos filhos de Laurencio Roderici e não dão aí “uidam”.
E disse que sabe que do mesmo herdamento costumavam dar três “denários” de fossadeira e agora não dão aí senão três “medaculas des quando tolunta” que têm no mesmo herdamento que ficou parte de Johannes de Saa. E o mesmo Johannes de Saa deixou o herdamento foreiro à igreja de Sancti Johannes de Eruones no tempo do Rei D. Sancho, irmão deste Rei e não fazem daí foro “Domino Regi”.

- Dominicus Petri de Saa, jurado e interrogado, disse que sabe que a quarta parte desta villa é foreira e as três partes são dos filhos de Laurencio Rodericj e de Sancto Juliano. Iam à “toruiscadam” e ao “pilidium” e davam três “medaculas” de fossadeira. E Johannes de Saa, clérigo, deixou esse herdamento foreiro à igreja de Sancti Johannis de Eruonnes no tempo do Rei D. Sancho, irmão deste Rei, e não faz daí foro “Domino Regi”.
E sabe que a villa de Eruones era foreiira, dando “uidam” ao prestameiro e ao mordomo; interrogado quantas vezes ao ano, disse que não sabia; e iam à “toruiscadam” e à “riquiouam” e peitavam voz e coima e agora tem-na Donnus Alfonsus Lopiz e não fazem aí foro “Domino Regi”.

- Petrus Fortuniz de Saa, jurado e interrogado, disse que sabe que a quarta parte da villa de Saa é foreira; interrogado que foro faz, disse que dá três “medaculas”.

- Janeyro Ayras de Sadancilj, jurado einterrogado, disse que sabe que toda esta villa é foreira ao Rei e regalenga.
E sabe que Donnus Alfonsus Lopiz tem nela herdamento foreiro entre Alpandj e Eruones e viu aí chegar Laurencius Petri de Valongo que por aí andava quando o Rei mandou inquiri o mesmo herdamento régio e mostrou aos outros homens por onde encontrar o mesmo herdamento régio, e agora Donnus Alfonsus Lopiz tem o mesmo herdamento e não faz daí foro “Domino Regi”.
E ouviu dizer a homens que sabiamm que villar de Alpandj foi todo regalengo e agora o Senhor Rei não tem aí senão a metade e toda a outra metade têm-na os filhos de Laurencio Rodericj que dera o Rei a seu avô, e não fazem daí foro “Domino Regi”. E ouviu dizer a homens que sabiam que têm daí carta.

- Martinus Iohannes de Sandoncilj, jurado e interrogado, disse em tudo como Janeyro Ayras.

- Gunsaluus Roderici de Sadoncilj, jurado e interrogado, disse que sabe que toda a villa de Sadoncili é foreira e regalenga.

- Andreas Lopiz de Villar de Auro, jurado e interrogado, disse que sabe que toda esta villa é foreira e regalengaexcepto dois casais que têm aí os filhos de Martinus Tauaya e Menendus Valasquiz e  (excepto?) Barroncilj.
E sabe que toda a villa de Eruones era foreira e a igreja está em herdamento foreiro ao rei e agora a tem Donnus Alfonsus Lopiz e não faz daí foro “Domino Regi”. E a igreja de Eruones tem este herdamento foreiro de Villar de Ouro (sic) que deixaram alguns dos seus (…) por suas almas; interrogado em que tempo, disse que não sabia; e davam “luytosam” aos senhores que a defendiam e davam o mesmo ao Rei quando o Rei os defendesse.

- Dominicus Martinj de Villar de Ouro, jurado e interrogado, disse em tudo como Andreas Lopiz.

- Valascus Sancij de Villar de Ouro, jurado e interrogado, disse em tudo como Dominicus Martinj, excepto que os casais dos cavaleiros não davam a fossadeira.

- Petrus Iohannes de Villar de Ouro, jurado e interrogado, disse em tudo como Valascus Sancij.
E disse mais que que sabe que tooda a villa de Limianas costumava fazer foro “Domino Regi”, excepto num de dois casais que eram de cavaleiros e um casal da igreja, dando “uidam” ao mordomo e ao prestameiro, e aos Ricos-Homens uma vez ao ano; interrogado quantas vezes davam “uidam” ao mordomo, disse que não sabia; e iam à “riquiouam” e à “toruiscadam” e davam fossadeira e peitam voz e coima. E agora defende-os Menendus Laurencij “et suo fraternitas” e não fazem daí foro “Domino Regi”.

(PARÓQUIA DE S. NICOLAU DE CARRAZEDO)
Incipit parrochia Sancti Nicholay de Carrazedo.-

- Fernandus Gonsalui, prelado desta mesma igreja, jurado e interrogado se a igreja é do Rei ou se o foi em algum tempo, disse que não.
Interrogado quem são dela patronos, disse que os netos de Donno Petri Fernandj “blagancianj”.
E ouviu dizer de homens que sabiam que a metade da villa de Santi Johannis de Curueira foi regalenga e deu-a Donnus Garsias Petri quando tinha a terra à Ordo Ospitali por quatro casais que a Ordo Ospitali tinha em Villarino que agora o Senhor Rei tem.
E sabe que a igreja de Sancto Jacobo de Alariz e os casais que ficam perto da igreja foram regalengos e agora têm-nos os filhos de Donnj Poncij e não fazem daí foro “Domino Regi”.
E sabe que na villa de Randufj residia Donnus Rodericus Nuniz pela força quando tinha as terras e a partir de então foi “pausa” (residência) de Ricos-Homens e davam “uidam” ao mordomo e prestameiro; interrogado quantas vezes ao ano, disse que não sabia; e peitavam voz e coima e agora tem-nas Nunnus Martinj “et sua fraternitas” e diz que este Rei “quitauit illum ei per cartam” e não fazem daí foro “Domino Regi”.

- Johannis Pelagij de Carrazedo, jurado e interrogado, disse “de patronato”, tal como o prelado.

- Petrus Gomez de Carrazedo, jurado e interrogado do padroado e da villa de Carrazedo, disse tal como o prelado.
E sabe que a villa de Randufi era “pausa” de Ricos-Homens e davam “uidam” ao mordomo e prestameiro e peitavam voz a coima. E agora tem-na Nunus Martinj e não faz daí foro “Domino Regi”.
E sabe que Argiliz era gegalenga e obteve-a Donnus Grasias Petri (no tempo) do Rei D. Sancho “vetere” e mais tarde filhou o reguengo como então o fez nas três villas de Claustrum Medones Sanctus Felize, e agora as tem seu neto e não fazem daí foro “Domino Regi”.

- Petrus Menendj de Carrazedo, jurado e interrogado do “patronato” e do herdamento que tem Nunus Martinj, disse como o prelado.

- Menendus Fernandi de Sancta Maria de Sobreimares, jurado e interrogado se esta villa é do Rei ou se o foi em algum tempo, disse que não sabia; interrogado de quem é, disse que é a metade de “Bracara” e a outra metade de Nunus Martinj e de “sua fraternitate”; interrogado de onde a obteve “Bracara” e Nunus Martinj, disse que não sabia.
E ouviu dizer de homens que sabiam e de seu pai que toda a villa de Curros foi regalenga e agora não o é mais do que a metade e toda a outra metade detém o mosteiro de Refoyos e a mulher que foi de Petro Martinj Eruilom que as tiveram de donno Stephano Menendj de Riparia que as comprou de homens do Rei.
E ouviu dizer de seu pai e de homens que sabiam que o herdamento que está próximo de Sanctam Andream que é dividido por esta igreja e daí “per stultam” e daí como vai para cima de “val de Gotez” e daí às pedras de “val Ortigoso” e daí ao “lombum” que está entre “vallem de Paredes” e “Val de Medeyros” e daí até “fontem de Viz”, foi regalengo e agora tem-no a mulher que foi de Petro Martinj Eruilom e não fazem daí foro “Domino Regi”.

- Rodericus Iohannus de “super Sanctam Mariam de Subreimares”, jurado e interrogado, disse desta villa como Martinus Fernandi (Menendus Fernandi).
E sabe que a metade de Randufi que era de Sancta Leocadia foi foreira ao Rei, (pousava) aí Rico-Homem e davam-lhe “uidam” e ao prestameiro e mordomo uma vez ao ano e peitavam voz e coima. E agora a tem Nunnus Martinj e não fazem daí foro “Domino Regi”.

- Petrus Menendi de Auarenta, jurado e interrogado se esta villa é do Rei, disse que não sabia; interrogado de quem é, disse que é de Nuno Martinj de Chasin e da Ordine de Ospitalis; interrogado de onde a obteve a Ordo Ospitalis disse que deixou a ela Sancia Petri quando morreu; interrogado quando a deixou à Ordem do Hospital, disse que não sabia.
E sabe que Randufi de Trascarrazedo era “pausa” de Ricos-Homens e davam “uidam” ao prestameiro e ao mordomo e ao Rico-Homem e peitavam voz e coima. E agora tem-na Nunnus Martinj “et sua fraternitas” e não fazem daí foro “Domino Regi”.

- Michael Menendi de Auarenta, jurado e interrogado, disse em tudo como Petrus Menendi de Auarenta.

- Martinus Menendj de Randufi de Trascarrazedo, jurado e interrogado se esta villa é do Rei, disse que não. E disse que é de Nuno Martinj e da igreja de Sancta Leocadia e da Ordine Ospitalis e de outros cavaleiros; interrogado de onde a obteve a Ordo Ospitali e a igreja de Sancta Leocadia, disse que ouviu dizer a homens que de Donno Petro Estriga e de Sancio Gastez; interroogado há quanto tempo a têm, disse que não sabia.
E sabe que a mesma villa era residência de Ricos-Homens e davam-lhes “uidam” e ao mordomo e prestameiro e peitavam voz e coima e agora não porque não fazem dai “Forum Regi” e que a defende Nunus Martinj, o qual diz que lhe quitara o foro este Rei.

- Ffernandus Menenj de Randufy de Trascarrazedo, jurado e interrogado, disse em tudo como Menendi supradito.

- Vicencius Petri de de Randufi, jurado e interrogado, disse em tudo como Martinus Menendj.

- Menendus Fernandj (de?), jurado e interrogado, disse de igual modo como Fernandus Menendj.
E disse mais que sabe que a igreja de Sancti Jacobi de Alariz e os casais que lhe ficam próximos foram regalengos e agora os têm os filhos de Donno Poncio e não fazem daí foro”Domino Regi”.
E sabe que Arguiliz e Medones Claustrum e Sanctus Felices foram regalengas e agora tem-nas o neto de Donno Garsia Petri e não fazem daí foro “Domino Regi”.
E sabe que o Rei D. Sancho “senex” mandou-as “integrare” a Donno Garsie Petri.
E sabe que em Villela tinha o Rei um casal reguengo e agora tem-no a igreja de Sancta Leocadia que lhe deixou Rodericus Menendj, os filhos de Menendo Sobrado no tempo do pai deste Rei e não faz daí foro “Domino Regi”.
E sabe que a villa de Eruones era foreira ao Rei e agora tem-na Donnus Alfonsus Lopiz e não fazem daí foro “Domino Regi”.
E sabe que os vilãos foreiros herdadores deram a mesma igreja à Ordinj Ospitalis no tempo do pai deste Rei e a Ordo Ospitalis deu-a a Donno Alfonso Lopiz.

- Petrus Gomez de Randufi de Trascarrazedo, jurado e interrogado, disse tal como Martinus Menendj.

- Martinus Fernandi de Curros, jurado e interrogado, disse que a metade desta villa é regalenga e a outra metade é do mosteiro de Refoyos e de Donna Eluira; interrogado de onde a obteve o mosteiro de Refoyos, disse que de Donno Petro Eruilon e o mesmo mosteiro de Refoyos filhou muitos dos mesmos herdamentos régios e a mesma Donna Eluira e têm-nos em segredo.
- E sabe que os homens que habitam a villa de Jou filharam marcos a mando de Donnj … Stephanj e meteram-nos dentro do regalengo de Curros e o Senhor Rei perdeu agora muitos dos seus direitos porque eles puseram os marcos no regalendo e tiveram aí duas villas.

- Ffernandus Martinj de Curros, jurado e interrogado, disse em tudo como Martinus Fernandi, excepto que disse que não tiveram duas villas por onde puseram os marcos.

- Martinus de Curros, jurado e interrogado, disse como Fernandus Martinj.

- Donnus Siluester de Paradela, jurado e interrogado, disse que a metade desta villa é regalenga e a outra metade é da Ordine Ospitale: interrogado de onde a obteve o Ospitale, disse que não sabia.

- Ansiom Petri de Paradela, jurado e interrogado, disse em tudo como Donnus Siluester.

- Petrus Martinj de Carrazedo, jurado e interrogado, disse que sabe que Sanctis Jacobus de Alariz e os casais que lhe estão próximos foram regalengos e agora as tem Petrus Poncij e não fazem daí “Forum Regi”.
E sabe que Argiliz e Medones e Clastro e Sanctus Felicis foram “regalenga Regis” e agora tem-nas o neto de Donno Garsia Petri e os filhos de Menendo Ordoniz e não fazem daí foro régio.
E sabe que a villa de Randufi era residência de Ricos-Homens, dando-lhes “uidam” e ao mordomo e prestameiroe peitavam voz e coima e agora tem-na Nunnus Martinj de Chasin e não faz daí foro “Domino Regi”.


(PARÓQUIA DE S. SALVADOR DE VILAR DE NANTES)
Incipit parrochia Sancti Saluatoriz de Uillar de Nantes abbas noluit uenire dicere testimonium. -

(…)

(PARÓQUIA DE S. PEDRO DE RIO TORTO)
Incipit parrochia Sancti Petri de Rio Torto. –

- Petrus Aluariz, prelado desta igreja, jurado e interrogado se Rei é patrono da mesma igreja, disse que não sabia.
E disse que esta villa e a mesma igreja são de Donno Petro Poncij e do Ospitali e de Nuno Martinj de Chasin e de et suo fraternitas” e do mosteiro de Refeoyos e nada aí tem o Senhor Rei; interrogado de onde os supraditos obtiveram a mesma villa e em que tempo, disse que não sabia.

- Johannes Gunsalui de Riulo Torto, jurado e interrogado, disse tal como o prelado.
E disse mais que os supraditos cavaleiros tiveram esta villa e igreja de “suo auoengo”; interrogado de que tempo têm eles os herdamentos disse que do tempo do Rei D. Sancho, irmão deste Rei.

- Dominicus Menendi de Rio Torto, jurado e interrogado, disse tal como Johannes Gunsalui.
E disse que sabe que Clastro que foi de Donno Petro Garsie, foi regalengo e hoje têm-no os filhos e netos de Donni Petri Garsie e de Donnus Alfonsus Lopiz e nada tem nela o Senhor Rei.
Disse que sabe que Lilela foi regalenga e hoje têm-na os freires do Templo, que a obtiveram de uma Senhora no tempo do Rei D. Afonso, pai deste Rei, e agora nada tem aí o Rei.

- Joahnnes Martinj de Rio Torto, jurado e interrogado, disse que ouviu dizer de homens que sabiam que Claustrum, que foi de Donno Petris Grasie, foi regalengo.
E ouviu dizer de homens que sabiam que Lilela foi regalenga e hoje têm-na os freires “de Templi” que a obtiveram de uma “domina” no tempo do Rei D. Afonso, pai deste Rei, e nada aí tem o Senhor Rei.

- Petrus Menendi de Rio Torto, jurado e interrogado, disse em tudo como Dominicus Menedj.


(PARÓQUIA DE S. LOURENÇO DE LILELA)
Incipit parrochia Sancti Laurencij de Lilela. –

- Johannes Menendi, prelado desta igreja, jurado e interrogado se a mesma igreja é do Rei, disse que não sabia.
E sabe que a villa é da “Ordine de Templi”; interrogado de onde a obteve, disse que de Donna Bringueira; interrogado quando a obteve, disse que não sabia; interrogado de onde a obteve Donna Beringueira, disse que a obteve de um Rei, mas não sabe de qual Rei.

- Petrus Lopiz de Lilela, jurado e interrogado, disse que sabe que a mesma igreja e a mesma villa foram “Domino Regi”.
E ouviu dizer de homens que sabiam que o Rei D. Sancho, “senex” (D. Sancho I) as deu a Donna Briguere e Donna Bringueira (a mesma) deixou-as à Ordij Templi por sua alma; interrogado em que tempo, disse que não sabia.

- Michael Petri de Lilela, jurado e interrogado, disse que ouviu dizer de homens que sabiam tal como disse Petrus Lopiz.
E disse mais que as teve (a villa e a igreja) a “Ordo Templi” no tempo do Rei D. Sancho, irmão deste Rei.

- Dominicus Lopis de Lilela, jurado e interrogado, disse como Petrus Lopis.

- Petrus Garsie de Lilela, jurado e interrogado, disse que ouviu dizer de homens que sabiam que a mesma igreja e a mesma villa foram “Domini Regis”.
E ouviu dizer de homens que sabiam que o Rei D. Sancho, “senex” deu-as a Donne Bringueire e Donna Bringueyra as concedeu à Ordini Templi por sua alma; interrogado em que tempo, disse que não sabia.

- Johannes Martinj de Lilela, jurado e interrogado, disse tal como Petrus Garsie.

(PARÓQUIA DE SANTIAGO DE ALHARIZ)
Incipit parrochia Sancto Jacobi de Alariz. –

- Menendus Fernandi, capelão desta igreja, jurado e interrogado se a igreja é do Senhor Rei, disse que não sabia. E disse que ouviu dizer de homens que sabiam que a mesma villa e a mesma igreja de Alariz foram regalengas “Domini Regis” e agora têm-nas os filhos de Donni Poncij e o Senhor Rei nada daí tem.

- Vincencius Menendj de Sauto, jurado e interrogado, disse que sabe que a villa de Alariz e a igreja foram “regalenge Regis”. E ouviu dizer de homens que sabiam que o Rei deu-as a Donna Tarasie, uma senhora; interrogado qual Rei, disse que não sabia; e agora tem-nas Donnus Petrus Poncij e nada delas tem o Senhor Rei.
E sabe que a metade da villa de Sauto é regalenga “Domini Regis” e a outra metade é a metade de foreiros do Rei e a quarta parte é da “sede Bracarensis” e de Cavaleiros; interrogado de onde as obteve a “sede Bracarense” e em que tempo, disse que não sabia.
E sabe que Argiriz Meddoes Claustrum e a villa de Sancto Felice de Argiriz foram todas “regalenge Domini Regis”. E agora tem essas villas Donnus Alfonsus Lopiz e os filhos e netos de Donno Petro Garsie, excpeto Sancto Felice de Argiriz, a qual tem o filho de Menendo Ordoniz. E nada aí tem o Senhor Rei.
E sabe que a villa de Eruones era toda foreira “Domini Regis” e que peitam voz e coima e davam a fosadeira e a igreja está em herdamento foreiro da mesma villa, que era foreira. E agora as tem Donnus Alfonsus Lopiz e nada aí tem o Senhor Rei.
E sabe que (villa Noua?) foi regalenga e ouviu dizer de homens que sabiam que a deu o Rei D. Sancho, “senex”, a Menendo Sobrado e agora povoa-a o abade de igreja de Sancte Leocadie que diz que lha deu o filho de Menendi Sobrado no tempo do Rei Dom Sancho, irmão deste Rei. E agora não fazem daí foro “Domino Regi”.

- Gonsaluus Petri de Vilela, jurado e interrogado, disse tal como Vincencius Menendj, excepto de Eruones que disse que nada sabia.

- Johannes Pelagii de Alariz, jurado e interrogado, disse tal como Vincencius Menendj de Sauto.

- Dominicus Gonsalui de Sauto, jurado e interrogado, disse que ouviu dizer de homens que sabiam que a villa de Sancti Jacobi de Alariz e a igreja foram regalengas “Domini Regis” e agora as têm Donnus Petrus Poncij e seus irmãos e nada aí tem o Senhor Rei.
E ouviu dizer de homens que sabiam que Argaris e Medones e Clastro e Sanctum Felicem foram “regalenge Domini Regis” e agora as têm Donnus Alfonsus Lopiz e os descendentes de Donnj Petri Garsie, e nada aí tem o Senhor Rei.

- Ciprianus Petri de Sturanos, jurado e interrogado, disse que ouviu dizer de homens que sabiam que a villa e igreja de Alariz foram “regalenge Domini Regis” e agora têm-nas os filhos de Donno Poncio e nada aí tem o Rei.
E disse que sabe qua a villa de Sturanus é de cavaleiros e da igreja de Sancta Leocadia e da igreja de Moreiras; interrogado de onde as obtiveram a mesma villa, disse que não sabia.

- Johannes Menedj de Sturanos, jurado e interrogado, disse como Ciprianus Petri, excepto que disse que os herdamentos que aí têm Sancta Loquaya e Moreyras foram de cavaleiros que as concederam às preditas igrejas por suas almas no reinado de “Donni Afonsi Veteris”.

- Petrus Petri de Sturanos, jurado e interrogado, disse como Ciprianus Petri.

- Martinus Menedj de Sturanos, jurado e interrogado, disse como Ciprianus Petri.

- Martinus Sancij de Villa Noua, jurado e interrogado, disse que sabe que a villa e a igreja de Alariz foram do Rei. E ouviu dizer de homens que sabiam que o Rei as deu a Donne Tarasie e agora têm-nas os filhos de Donni Poncij e nada aí tem o Rei.
E disse que sabe que Villa Noua foi regalenga “Domini Regis” e ouviu dizer de homens que sabem que a deu o Rei D. Sancho, “senex” a “Menendo superato” e agora povoa-a o abade de Sancta Loquaya que diz que lha dera o filho de Menendj Sobrado no tempo do Rei D. Sancho, irmão deste Rei. E agora não tem nada aí o Senhor Rei.

- Petrus Petri de Villa Noua, jurado e interrogado, disse que ouviu dizer de homens que sabiam tal como sabe e tal como ouviu dizer de Martinus Sancij, que era assim verdade.

- Petrus Martinus de Vila Noua, jurado e interrogado, disse como Petrus Petri.

- Stephanus Martinj de Villa Noua, jurado e interrogado, disse como Petrus Petri.

- Rodericus Pelagij de Vasali, jurado e interrogado, disse que sabe que a villa e a igreja de Alariz foram “Domini Regis”.
E sabe que o Rei D. Sancho, “senex”, deu-as a donno Poncio e agora têm-nas os seus filhos e não fazem daí foro “Domino Regi”.
E sabe que a villa de Eruones foi foreira “Domini Regis” e a igreja está agora na mesma villa que foi foreira. E sabe que os homens da mesma villa litigaram com um cavaleiro de Donno Petro Garsie e os mesmos homens concederam essa igreja “in abadengo” a um freire que os ajudou contra Donno Petro Garsie e uma parte dos mesmos homens defendiam a mesma igreja e faziam o foro tal como o da mesma villa “Domino Regi”, peitavam voz e coima, davam aí a “luytosam” e “uidam” ao mordomo; interrogado quantas vezes ao ano, disse que não sabia; e iam à “trouiscadam” e à”riquiouam” e pousavam aí Ricos-Homens que tinham as terras, e agora as tem Donnus Alfonsus Lopiz e nada aí tem o Rei.
E sabe que Medones e Clastro e Algiriz e Sanctum Felices foram “regalenge Domini Regis” e agora tem as mesmas villas Donnus Alfonsus Lopiz e os filhos e netos de Donno Petro Garsie “de Bragancia” e os filhos de Menendi Ordonij, e nada aí tem o Rei.
E disse que sabe que Petrus Foromontanos, cavaleiro, deu a nutrir seu filho em Vassalj em herdamento foreiro do Rei no tempo deste Rei e disto vem dano ao “Domino Regi”.

- Michael Petri de Vasali, jurado e interrogado, disse que ouviu dizer de homens que sabiam que Argeliz e Castro e Midoes e Sanctus Fijs foram “regalenge Domini Regis” e agora têm-nas Donnus Alfonsus Lopiz e os filhos e o neto de Donnj Petri Garsie e o filho de Menendo Ordonij e agora não fazem daí foro”Domino Regi”.
E ouviu dizer de homens que sabiam que Lilela foi regalenga e agora tem-na a Ordo Templi e nada aí tem o Rei; interrogado de onde a obteve ela, disse que ouviu dizer de homens que sabiam que a deu o Rei D. Sancho, “senex”, a Donne Bringueyra e Dona Bringueira a deu à Ordinj Templi no tempo do Rei D. Sancho, irmão deste Rei.
E disse que ouviu dizer de homens que sabiam que Veiga de Lila foi “regalenge” e agora tem-na Nunus Martinj de Chasin e nada aí tem o Rei.
E ouviu dizer de homens que sabiam que de Carrapicos até Lilera (sic) foi tudo regalengo, menos a villa de Auarenta e Rio Tortum e agora tem todo o mesmo “regalengum” Donnus Alfonsus Lopiz e os descemdemtes de Donno Petro Garsie e nada aí tem o Rei.

- Petrus Martinj de Cerapicos, jurado e interrogado, disse que esta villa é toda foreira “Domini Regis”

- Petrus Suariz de Alariz, jurado e interrogado, disse que ouviu dizer de homens que sabiam que a villa de Alariz foi “Domi Regis” e a igreja está assentada no mesmo herdamento foreiro “Domini Regis”. E ouviu dizer de homens que sabiam que a deu o Rei a Donno Ponci; interrogado qual Rei, disse que não sabia; e agora tem-na Petrus Poncij (o filho) e não faz daí foro “Domino Regi”.

- Andreas Fernandi de Alariz, jurado e interrogado, disse que sabe que a villa e Eruones foi foreira “Domini Regis” e agora a tem Donnus Alfonsus Lopiz e não fezem daí foro régio.

- Dominicus Roderici de Campo de Equa, jurado e interrogado disse que esta villa é toda do Rei.
E ouviu dizer de homens que sabiam que Midoes e Algariz e Crasto (sic) e Sanctus Fijs foram “regalenge” e agora têm-nas Donnus Alfonsus Lopiz e os descendentes de Donno Petro Garsie e os filhos de Menendo Ordonij e nada aí tem o Rei.

- Garsias Petri de Campo de Equa, jurado e interrogado, disse que sabe que os homens de Algiriz, que são cavaleiros, têm herdamentos foreiros “Domini Regis” em Campo de Equa no lugar que chamam Anta e não fazem daí foro “Domino Regi”.

- Petrus Menendj de Campo de Equa, jurado e interrogado, disse como Garsias Petri.

- Martinus Ualasquiz de Algariz, jurado e interrogado, disse que esta villa é da igreja de Sancta Leocadia e da igreja de Sancti Michaelis de Nogueira e é da igreja de Sancti Juliani e de Roderici Gonsalui, cavaleiro, e dos filhos de Donne Dordie e de vilãos herdadores e não fazem daí foro “Domino Regi”; interrogado de onde obtiveram a mesma villa, disse de de “suo auoengo”.

- Menendus Garsie de Auelaela, urado e interrogado, disse que esta villa é da igreja de Sancta Leocaye e de Moreiras e de Sancto Michaele de Nogaria e de “Donnis” (Senhoras) e de Fernando Fernandj de Aluites; interrogado de onde obtiveram a mesma villa, disse que as Senhoras e os cavaleiros obtiveram-na de partes de “sua progeniey” e as igrejas dos seus quinhões de cavaleiros que lhes concederam os seus herdamentos por suas almas; interrogado em que tempo, disse que não sabia.

- Martinus Aprilis de Auelaela, jurado e interrogado, disse tal como Menendus Garsie.

- Lopus Petri de Vilela, jurado e interrogado, disse que sabe que a villa de Villela foi “Domini Regis” e foi dada a Menendo Sobrado e agora é das igrejas de Sancte Loquaye e de Moreyras a cujas igrejas deu a metade da mesma villa o filho de Menendo Sobrado no tempo do Rei D. Sancho, irmão deste Rei. E disse que sabe que a agora a outra metade da mesma villa é também destas; interrogado de onde a obtiveram, disse que não sabia.

- Petrus Pelagij de Villela, jurado e interrogado, disse como Lopus Petri.

- Alfonsus Ordonij de Paradela, jurado e interrogado, disse que esta villa é do Ospitalis e de Sancta Locquaya e da igreja de Sancti Michaeli (de Nogueira); interrogado de onde a obtiveram, disse que de cavaleiros que as tiveram de sua “progenie”.

- Menendus Nuniz de Paradela, jurado e interrogado, disse em tudo como Alfonsus Ordonij.

- Petrus Garsie de Dagay, jurado e interrogado, disse que esta villa é do Ospitale e da igreja de Sancti Michaeli e de Petro Foromontaos; interrogado de onde obtiveram a mesma villa, disse que de cavaleiros que as tiveram de seus pais; interrogado de que tempos as têm, disse que não sabia.

- Dominicus Petri de Chamuina, jurado e interrogado, disse que esta villa é “Domini Regis” com seus “terminis”.

- Menendus Pelagij de Aluites, jurado e interrogado, disse que esta villa é do Ospitalj e da igreja e Moreiras e dos filhos de Donne Sancie e dos filhos de Martinj Muniz; interrogado de onde a obteve o Ospitale e em que tempo, disse que não sabia.

- Petrus Martinj de Monseluarega, jurado e interrogado, disse que esta villa é dos filhos de Roderico Laurencij; interrogado de onde as obtive, disse que de sua “progenie”.

- Durandus Michaelis de Maseluarega, jurado e interrogado, disse como Petrus Martinj.

- Petrus Petri de Parada, jurado e interrogado, disse que esta villa é “Domini Regis”.

- Matheus Iohannis de Parada, jurado e interrogadoo, disse como Petrus Petri.

- Ffijz Petri de Suiuzenda, jurado e interrogado, disse que esta villa é do Ospitali; interrogado de onde a obteve e em que tempo, disse que a obteve de cavaleiros que a houveram de “suo auoengo”.
E disse que sabe que costumavam peitar voz e coima “Domino Regi” em Aluites e iam daí á “riquiouam” e pousava aí Rico-Homem e prestameiro, e agora é dos filhos de Fernando Aluitis e do Ospitalj e da igreja de Moreiras e não fazem daí foro “Domino Regi”.
E disse que sabe que a villa de Eruones foi foreira ao Rei e peitavam voz e coima, e agora tem-na Donnus Alfonsus Lopiz e nada aí tem o Senhor Rei.
E disse que sabe que Lamas foi “Domini Regis”, e agora tem esta villa de Lamis Donnus Alfonsus Lopiz e nada aí tem o Senhor Rei.

- Ffernandus Pelagij de Suiuzenda, jurado e interrogado, disse como Fijz Petri.


(PARÓQUIA DE S. MAMEDE DE ARGERIZ)
Incipit parrochia Sancti Mameti de Algariz. –

- Johannes Durandj, prelado desta igreja, jurado e interrogado se a igreja é do Rei ou se este é dela patrono, disse que não.
E disse que sabe que a mesma villa e a mesma igreja foram “Domini Regi”.
E ouviu dizer de homens que sabiam que as deu o Rei D. Sancho, “senex”, a Donno Garsie Petri, e agora é de sua “progenie” e nada aí é do Senhor Rei.
E disse que a villa de Midooes Sanctus Fijs foram “Domini Regis”. E ouviu dizer de homens que sabiam que o rei as deu ao predito Garsie Petri e agora são de sua “progenie” e nada aí tem o Rei.

- Ffernandus Fernandi de Algariz, jurado e interrogado, disse como o prelado.

- Joahannes Gonsalui de Algariz, jurado e interrogado, disse como o prelado.

- Joahannes Martini de Alagariz, jurado e interrogado, disse como o prelado.

- Petrus Johannis de Midones, jurado e interogado, disse como o prelado.

- Menendus Petri de Castro, jurado e interrogado, disse como o prelado.

- Martinus Petri de Castro, jurado e interrogado, disse como o prelado,

- Johannes Iohannis de Ripis, jurado e interrogado, disse como o prelado.
E disse mais que esta villa de Ripis é a metade “Domini Regis” e a outra metade é de Nuno Martinj de Chasin e do Ospitali e de outros cavaleiros; interrogado de onde a obtiveram, disse que não sabia.

- Johannes Garsie de Ripis, jurado e interrogado, disse como Johannes Iohannis.

- Donnus Gueda, “frater Ospitalis”, jurado e interrogado, disse que a igreja de Sancti Jacobi de Alariz era regalenga.
E ouviu dizer de homens que sabiam que o Rei D. Sancho, “senex”, a de a Donno Poncio, e agora têm-na os seus filhos e fazem daí foro “Domino Regi”.
E sabe que a villa de Eruones era regalenga em muito dela e foreira. E sabe que aí tinham “cellarium” os Ricos-Homens, e agora a tem Donnus Alfonsus Lopiz e não faz daí foro régio.

(PARÓQUIA DE S. MIGUEL DE NOGUEIRA)
Incipit parrochia Sancti Michaelis de Nogueira. –

- Petrus Garsie, prelado desta igreja, jurado e interrogado se o Rei é patrono da mesma igreja, disse que não sabia.
E sabe que a mesma villa de Nogaria e a igreja são da “progenie” de Menendo Guimares e de Petro Guimares e de Aluites Fidis, e nada aí tem o Rei.
E disse que sabe que a mesma igreja obteve e comprou herdamentos de cavaleiros e de outros homens que não eram foreiros, no tempo do Rei D. Sancho, irmão deste Rei e no tempo deste Rei e de seus sucessores; interrogado quantos são esses herdamentos que compraram ou obtiveram no tempo do Rei D. Sancho, irmão deste, e de seus sucessores, disse que não sabia.
E ouviu dizer a seu pai que sabia que na villa de Nantas tinha o Senhor Rei a metade de um terreno que está no casal de Carvalo e agora a tem (Dona) Maior Laurencij e não faz daí foro “Domino Regi”.
E ouviu dizer de homens que sabiam que na villa de Nantas tinha o Rei um “Conchousum” em sua “Conchosa”, e agora jaz eram e nada aí tem o Senhor Rei.

- Stephanus Menendi de Nogaria, jurado e interrogado do padroado, disse como o prelado.
E disse que ouviu dizer de homens que sabiam que na villa de Sancto Jacobo de Monte há um campo regalengo e agora tem-no o abade de nogueira e não faz daí foro “Domino Regi”; interrogado do tamanho desse terreno e onde se situa, disse que não sabia.
E sabe que na mesma villa de Nogueira há um terreno regalengo que chamam de Pereiro, antes da casa de Petrus Garsie separado do Pereiro, e daí vai até ao marco de Carvalo de Carreyra Coua, e agora tem-no a mesma igreja e não faz daí foro “Domino Regi”.

- Pelagius Pelagij de Noguaria, jurado e interrogado, do “patronato”, disse como o prelado.

- Petrus Gomez de Nogaria, jurado e interrogado, disse que ouviu dizer de homens que sabiam que Paramius foi “regalengum” e agora têm-no os filhos de Nuno Ualasquiz “et sua fraterintas” e os filhos de Martino Touaya, e não fazem daí foro “Domino Regi”.
E ouviu dizer de homens que sabiam que a metade de Monte Nigro devia ser regalenga e agora não é porque a têm os cavaleiros e as Ordens e outros herdadores que têm aí herdamentos.

- Michael Garsie de Amuynj Nouo, jurado e interrogado disse que esta villa é do Ospitali e da igreja de Sanctj Julianj e da igreja de Moreiras e da igreja de Sancta Leocaye; interrogado de onde a obtiveram, disse que de cavaleiros que a conceram por suas almas às preditas Ordens; interrogado em que tempo, disse que não sabia.

- Roy Petri de Amuy Nouo, jurado e interrogado, disse como Michael Garsie.

- Michael Martinj de Amuynj uetero, jurado e interrogado, disse que esta villa é “Domini Regis”.

- Michael Petri de Amuyinj uelo, jurado e interrogado disse o mesmo.

- Martinus Iohannis de Sandimir, jurado e interrogado, disse que a igreja de Moreyras e a igreja de Nogaria compraram nesta villa dois casais no tempo deste Rei.
E sabe que a igreja de Nogaria tem um terreno acima da sua seara que foi regalengo e não faz daí foro “Domino Regi”. E ouviu dizer de homens que sabiam que lhe deram outros em Munio Uelo.
E ouviu dizer de homens que sabiam que a metade de Monte Nigro devia ser regalengo e agora não é porque têm-na os cavaleiros e ordens que aí têm herdamentos.

- Martinus Martini de Sandimir, jurado e interrogado, disse como Martinus Iohannis, excepto do terreno que a igreja de Nogaria tem para lá de sua seara que não sabia nada de ter sido “regalengum”.

- Ffernandus Petri de Mouzoos, jurado e interrogado, disse que sabe que esta villa é da igreja de Nogaria; interrogado de onde a obteve, disse que de cavaleiros que a concederam no tempo do pai deste Rei; interrogado se antes ou depois das inquirições, disse que não sabia.
E ouviu dizer de homens que sabiam que dos marcos que estão próximos da villa de Paradellas, no lugar que chamam Petra Grande, e por um outro marco que está defronte à mesma villa do lado de Paramos, dos mesmos marcos até Paramos devia ser a metade “Domini Regis” e agora têm este termo os homens de Paradela e não fazem daí foro “Domino Regi”.
E ouviu dizer de homens que sabiam que a metade de Monte Nigro devia ser “Domino Regis” e agora não é porque a têm os cavaleiros e Ordens que têm aí herdamentos e outros herdadores. 

(PARÓQUIA DE S. PEDRO DE FRIÕES)
Incipit parrochia Sancti Petri de Freones. –

- Martini Petri, prelado desta igreja, jurado e interrogado se o Rei é patrono da igreja, disse que sabe que a metade desta mesma igreja e a metade da mesma villa é do Rei e o Rei a abada. E a outra metade é de Donno Fernando Iohannes de Galiza e de Gonsaluo Nuniz e abadam a mesma igreja com o Senhor Rei: interrogado de onde a obtiveram os mesmo a mesma villa e a mesma igreja com o Rei, disse que de “suo auoengo”.
E sabe que a mesma igreja tem herdamentos foreiros da mesmavilla; interrogado desde que tempo, disse que não sabia e que não fazem daí foro “Domino Regi”, mas fazem aqueles do que restou de sua herança do quedeixaram para a igreja.
E sabe que Donnus Alfonsus Lopiz (…) e Gonsaluus Nunis e “seus irmãos” fazem-se herdeiros desta igreja por razão de que andam acima de Quintela que é dos supraditos cavaleiros da predita igreja e fazem aos mesmos muito mal.

- Dominicus Petri de Freos (sic), jurado e interrogado, disse como o prelado.

- Johannes Martinj de Freones, jurado e interrogado, disse como o prelado.

- Martinus Petri de Fragidi, jurado e interrogado, disse como o prelado.
E disse mais que a mesma villa de Fragindi é de Gonsalus Nunis que a obteve de “suo auoengo”.
E sabe que a villa de Paasoo foi do Rei e agora é dos filhos de Laurencij Roderici e nada aí tem o Rei; interrogado de onde a obtiveram eles, disse que não sabia.
E sabe que a metade de Villar de Paramios é “Domino Regis”e que era por marcos que estão próximos da villa de Paradellas, e agora têm o herdamento os homens de Paradelas e não fazem daí foro “Domino Regi”.

- Martinus Palagij de Frugindi, jurado e interrogado, disse como Martinus Petri.

- Martinus Menendi de Celeiroos, jurado e interrogado, disse como Martinus Petri.
E disse mais que a metade desta villa é do Rei e a outra metade é da igreja de Moreiras e da igreja de Nogaria, às quais a concederam os filhos de Petro Sancij, cavaleiros; interrogado em que tempo, disse que não sabia.

- Petrus Petri de Celeyroos, jurado e interrogado, disse como Martinus Menendi.
E disse mais que em Nogaria há um campo regalengo no lugar que chamam Pereyro, antes da casa de Petro Garsie, e agora tem-na a igreja e não fazem daí foro régio; interrogado em que tempo a obteve ela, disse que não sabia.
E ouviu dizer ao arcediago de Donno Garsie que sabia que a metade de Monte Nigro devia ser “regalengum Regis” e agora não é porque a têm os cavaleiros e Ordens que aí têm herdamentos.
E sabe que Villar de Alpandi foi todo “regalengum” e agora não é senão a metade e a outra metade tem-na Petrus Laurencij e não faz daí foro “Domino Regi”.

Rodericus Iohannes de Celeyroos, jurado e interrogado, disse como Petrus Petri, excepto do terreno que jaz em Nogaria antes da casa de Petro Garsie, que não sabia que era regalengo.

- Martinus Oayris de Villarino, jurado e interrogado, disse que sabe que a metade desta villa é regalenga e a outra metade é foreira, excepto quatro casais que são de “Blagancianjs”, que peitava voz e coima e iam à “toruiscadam” uma vez ao ano e davam fossadeira e agora não vão à “toruiscadam” e fazem todo o resto do foro.

- Johannes Iohannis de Villarino, jurado e interrogado, disse como Martinus Oaris.

- Petrus Johannis, “dictus conde de Villariano”, jurado e interrogado, disse “similiter”.

- Rodericus Petri de Paazoo, jurado e interrogado, disse que ouviu dizer de homens que sabiam que esta villa foi do Rei e agora a têm os filhos e netos de Laurencio Roderici e não fazem daí foro “Domino Regi”; interrogado de onde a obtiveram eles e em que tempo, disse que não sabia.
E ouviu dizer de homens que sabiam que Villar de Alpandj foi regalengo e agora não é mais do que a metade e a outra metade têm-na os filhos de Laurencio Rodericij e não fazem daí foro “Domino Regi”.

- Petrus Petri de Paazoo, jurado e interrogado, disse que ouviu dizer a homens que sabiam que a metade desta villa foi do Rei e agora têm-na os filhos Laurencio Roderici e não fazem daí foro “Domino Regi”.

(PARÓQUIA DE S. JULIÃO DE MONTENEGRO - Chaves)
Incipit parrochia Sancti Julianj. –

(…)

(PARÓQUIA DE S. PEDRO DE VEIGA DE LILA/VEIGA DE LILA)
Incipit parrochia Sancti Petri de Lila. –

- Garsias Menendi, prelado desta igreja, jurrado e interrogado se o Rei é patrono da igreja, disse que não; interrogado quem são dela patronos, disse que esta igreja e esta villa são de Nuni Martinj de Chasin e de Roy Lopiz e de Donna Eluira Petri; interrogado de onde os supraditos obtiveram a mesma villa e a mesma igreja, disse que não sabia.

- Martinus Iohannis de Jou, jurado e interrogado, disse como o prelado.

- Michael Iohannes de Damaos, jurado e interrogado, disse como o prelado. E disse mais que a igreja e a villa de Vejga de Lila foram regalengas. E ouviu dizer de homens que sabiam que o Rei D. Sancho, “senex”, as deu a Donno Menaye Garsie por serviço que lhe fez e agora as têm Nunnus Martinj de Chasin e Roy Lopiz e Donna Eluira Petri e não fazem daí foro “Domino Regi”.

- Michael Gomez de Veiga de Lila, jurado e interrogado, disse em tudo como Michael Iohannis.

- Johannes Petri de Rego de Veyga de Lila disse “similiter”Michael Iohannis.

- Dominicus Suarij de Demaos, jurado e interrogado, disse como o prelado.
E disse mais que ouviu dizer de homens que sabiam que Cananeses e Veyga de Lila foram “regalenge” e agora o mosteiro de Refoyos tem a mesma villa de Cananeses e Nunus Martinj de Chasin tem a outra villa de Veyga de Lila e Donna T. (Eluira?) Petri, e não fazem daí foro “Domino Regi”; interrogado de onde obtiveram as mesmas villas e em que tempo, disse que não sabia.

(PARÓQUIA DE SANTA COMBA - VALES)
Incipit parrochia Sancte Columbe de Monte Orelam –

- Johannes Roderici, prelado desta igreja, jurado e interrogado se o Rei é patrono da mesma igreja, disse que não; interrogado quem são dela patronos, disse que a “progenie” de Ermigio Petri, clérigo, a quem a deu o Rei. E ouviu dizer de homens que sabiam que esta mesma igreja e a mesma villa de Valles e a villa de Zeuras, com seus termos, foram do Rei e que o Rei D. Sancho, “senex”, deu-as a Ermigio Petri, clérigo, e deu-lhe carta e “cautauit eas” (coutou-as) para si.

- Garcia Roderici da villa de Vallis, jurado e interrogado, disse como o prelado.

- Ermigius Gomez, capelão da mesma igreja, jurado e interrogado, disse “similiter” como o prelado.

- Petris Dominicj de Zeuras, jurado e interrogado, disse como Garsias Rodericj.

- Martinus Michael de Zeuras, jurado e interrogado, disse como Garsias Roderici, excepto que disse que primeiro as coutou as mesmas villas (Valles e Zeuras) e a mesma igreja o conde D. Henrique e a Rainha Dona Teresa a Egee Menendj Rumbeo e “sui fraternity” e viu a carta (de couto), e agora filharam-nas o arcebispo de Braga e enviou para aí os seus clérigos. (cf. carta de couto de 1135 por Gueda Mendes governador das terras de Panoias e de Basto do tempo de D. Teresa…)

- Petrus Martini de Zeuras, jurado e interrogado, disse como Martinus Michaelis.
E sabe que Andreas Petri tem daí a carta (carta de couto).

- Laurencius Gomes de Zeuras, jurado e interrogado, disse como Martinus Michaelis.

- Pelagius Gomez da villa de Vallis, jurado e interrogado, disse como Martinus Michaelis.

- Laurencius Roderici da villa de Vallis, jurado e interrogado, disse como Martinus Michaelis.


(PARÓQUIA DE S. JOÃO DE CORVEIRA)
Incipit parrochia Sancti Johannis de Curueyra –

- Martinus Fernandi de Curueyra, jurado e interrogado se o Rei é patrono desta igreja, disse que não; interrogado de quem é, disse que é do Ospitali e dos filhos e neto de Petro Rolanj.
E disse que a metade da villa e a metade da mesma igreja foram do Rei e o Rei D. Sancho, “senex”, trocou-as por Villarino e agora as têm o Ospitale e não tem aí o Rei nem migalha.

- Benedictius Garsie de Curueyra, jurado e interrogado do “patronato”, disse “similiter” Martinus Fernandj.
E ouviu dizer de homens que sabiam que a matade de mesma villa foi do Rei e que o Rei D. Sancho, “senex”, trocou-a com o Osptali por Villarino e nada aí tem o Rei.

- Menendus Menendi “dictus Coruos”, julgado e interrogado, disse como Benedictus Garsie.


(PARÓQUIA DE SANTA MARIA DE TAZÉM)
Incipit parrochia Sancte Maria de Taazindi –

- Donnus Vincencius de Taazindj, jurado e interrogado se o Rei é patrono desta igreja, disse que não; interrogado quem são dela patronos, disse que sabe que a mesma igreja e a mesma villa são do Ospitali; interrogado de onde as obteve o Ospitali, disse que ouviu de homens que sabiam que a a Rainha “vela Donna T(arasia)” as deu ao Ospitali e agora não fazem daí foro “Domino Regi”.

- Petrus Iohanis de Teosindi, jurado e interrogado, disse em tudo como Donnus Vincencius.

- Martino Petri de Tozindi, jurado e interrogado, disse “similiter”.

- Johannes Manendi de Rio Mao, jurado e interrogado, disse que sabe que esta villa está no termo de Tazindi que foi do Rei e o Rei tem na mesma villa de Rio Mao que está no termo de Tazindi três casais e tudo o resto é do Ospitali; interrogado de onde o obteve, disse que (a Ordem do Hospital) a povoou no tempo de D. Sancho, “senex”.

- Johannis Menendj de Rio Mao, jurado e interrogado, disse como Johannes Menendj.

- Petrus Gomez de Rio Mao, jurado e interrogado, disse como Johannes Menendj.
E disse mais que ouviu dizer a Johannj Lopiz de Pradela que lhe mostrou uma pedra de regalengo que está em Valle de Bornes e agora a tem o Ospital metida no seu herdamento e não faz daí foro “Domino Regi”.

***

Inquisitores de Mirandela. –

- Andreas Fernandj de Gulfeyres, jurado e interrogado, disse que sabe Veyga de Lira e a villa de Sancti Petri de Lira que são de Monte Nigro foram “Domini Regis” e agora tê-nas Nunus Martinj de Chasim e os filhos de Petri Stephani e os freires do Ospitali e nada daí tem o Senhor Rei; interrogado de onde obtiveram a mesma villa e a mesma Veygam, disse que não sabia.
E sabe que Sancta Columba com seu termo e igreja são “Dominj Regis” e agora tem a igreja o clérigo Johannes Roderici em desagrado dos paroquianos e sem consentimento do Rei.
 (…)

- Johannes Iohannis, clérigo de Sancta Cruce de Lamis de Orelam, jurado e interrogado, disse que ouviu dizer de homens que sabiam que a igreja de Sancte Columbe de Monte Orelam e as villas de Zeuras e de Vallis foram “Domini Regis”e ouviu dizer de homens que sabiam que alguma Rainha, que não sabiam qual, dera a igreja de Sancte Columba e Zeuras e Vallis a algum frade para aí viver e disse que viu disso cartas e agora tem a igreja supradita um certo clérigo sem ordem do Rei e em desagrado dos homens da villa; interrogado quem lha deu, disse que o arcebispo.

***

Incipit Judicatum de Lamis de Orelam xviij die Nouenbris. -/

(PARÓQUIA DE SANTA CRUZ DE LAMAS DE ORELHÃO)
Incipit parrochia Sancti Crucis de Lamis de Orelam. –

- Donnus Adam, prelado desta igreja disse que sabe que esta villa e esta igreja são “Domini Regis” e que a villa é “incartata”. E sabe que os homens da mesma villa abadam a mesma igreja e abadaram-na sempre. E sabe que a igreja tem o herdamento regalengo da villa de Lamis de Orelam, que o obteve dos homens dela no tempo do Rei D. Sancho, irmão deste Rei e de seus antecessores e não faz daí foro nem nenhum dos homens por ela.
E disse que ouvou dizer que o Rei D. Afonso, “senex”, deu a mesma villa a um frade de nome Pelagius Falcones que fez aí uma albergaria a mando do mesmo rei e coutou a mesma albergaria por sua alma e deu-lhe a villa. E sabe que mais tarde a villa se despovoou no tempo de D. Sancho, irmão deste Rei, devido a malfeitorias que então se fizeram e os homens da villa dirigiram-se a este Rei e este Rei mandou-os fazer uma fortaleza e deu-lhes maior termo de seu regalengo como antes nunca tiveram e esses homens dariam anualmente dessa villa “c” morabitinos e fez-lhes daí carta. E agora dão estes morabitinos ao Senhor Rei e a partir de então nada deram à albergaria.
E sabe que os homens dessa villa de Lamis de Orelam deram a Nuno Martinj de Chasin dois casais “regalenga” em Gulfeires e não fazem daí foro “Donno Regi”.
E sabe que Ermigius Gomecij, enquanto abade da igreja de Sancte Coumbe de Monte Orelam deu a Nuno Martinj a quarta parte da villa que chamam Franco que era “Domini Regis”(…)
E sabe que Ermigius Stephani tem a restante quarta parte do lugar que chamam Franco que é “Donni Regis”. E sabe que esse Ermigius Stephani a filhou no tempo do Rei D. Sancho, irmão deste Rei. (…)

- Petrus Judex (…), jurado e interrogado (…) sabe que a igreja Sancti Nicholay de Carrazedo de Monte Nigro e de Sancta Coumba de Monte Orelam têm herdamentos regalengos em Valle Viridi que está no termo de Lamis de Orelam e não fazem daí foro ao Rei (…).

- Johannes Iohannis, jurado e interrogado, disse que (…) sabe que o concelho de Lamis de Orelam vendeu a Sancte Columbe de Monte Orelam o lugar que chama Ffranco que era regalendo sob pacto de que não o vendessem a qualquer homem, cavaleiro ou clérigo, nem aos do concelho de Lamis de Orelam e agora, no tempo deste Rei, o predito abade de Sante Coumbe veudeu este “regalengo” a Nuno Martinj de Chasim e a Ermigio Stephani e não fazem daí foro régio. (…)

 Fonte: PMH, INQUISITIONES, vol. I, Parte II. Fasc. VIII,
 in Biblioteca Nacional Digital |Selecção, transcrição e tradução: Leonel Salvado  
*Agradecemos aos leitores que não usem a gravura acima inserida sem prévia autorização do respectivo proprietário.


NOTA FINAL: Apelamos à compreensão dos leitores para que, devido ao carácter inédito do presente trabalho, não utilizem o respectivo teor para divulgação pública sem prévia autorização que pode ser solicitada por diversos meios, incluindo a caixa de comentários desta edição, e sujeita às condições que forem propostas. 
           

9 comentários:

  1. Bem-vindo, de volta às postagens.
    Parabéns por esta sobre as Inquirições de 1258. Grande trabalho de investigação!
    Agora, força!

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  2. Prezado Amigo Euroluso
    Vejo que estranhou a longa paragem nas postagens, devida apenas à falta de disponibilidade por obrigações profissionais. Mas é por haver pessoas como o meu amigo, que continuarei a honrar o compromisso que assumi, na medida das minhas possibilidades, como é evidente. Grato pela felicitação e incentivo.
    Um abraço.

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  3. Bem-vindo!!!

    Maravilhoso este trabalho e de grande importância histórica!
    Parabéns! Amanhã voltarei aqui para reler o documento.
    cmps
    leonor moreira

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  4. Prezada Leonor Moreira:
    Vejo que continua a visitar a este espaço, o que me honra. Caso não saiba, a longa interrupção do meu trabalho foi ditada por simples falta de disponibilidade devido a funções para as quais fui nomeado na minha área profissional que têm absorvido quase todo o meu tempo. Gostaria de lhe dizer que não me esqueci da promessa que fiz a respeito do retrato do combatente na 1º Grande Guerra, seu avô. Vou falar-lhe sobre isso através do correio electrónico (email)porque se trata de um assunto particular. Obrigado, mais uma vez pela visita e apreço que manifesta pelo trabalho aqui divulgado.
    Respeitosamente,
    Leonel Salvado.

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  5. Claro que sim! Quando quiser estarei ao seu dispor.
    Fala do meu tio - o combatente António - e não avó.

    cmps
    leonor moreira

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  6. Prezado Leonel Salvado,
    Tenho especial interesse em saber a respeito das origens do apelido da minha família "Val Passos / Valle-Passos". Iniciou o meu ramo com o casamento de Manoel Antonio, valpacense, com Izabel Maria de Nogueira da Montanha. A partir daí a família adotou o apelido, que atravessou o Atlântico e permanece, principalmente, no Rio de Janeiro.
    Desde já, sou grato pela atenção.

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