terça-feira, 15 de junho de 2010

Singularidades da nossa imprensa regional


Um distinto órgão da nossa imprensa local, na sua edição de 30 de Maio de 2010, noticiou assim, ipsis verbis, a realização das actividades integradas nas Comemorações do Primeiro Centenário da República Portuguesa que tiveram lugar na Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico de Valpaços, cinco dias antes:



EM VALPAÇOS CENTENÁRIO DA REPÚBLICA,

Na Escola Secundária de Valpaços

Na Escola Secundária de Valpaços realizou-se o Programa das comemorações do Centenário da República, no dia 25 de Maio, com exposições e muita musica, tendo da parte da manhã, ás 9,30 horas o hastear da bandeira Nacional e o hino Nacional tocado pela Banda Municipal de Valpaços. Depois, ás 10,30 horas foi a visita a várias exposições que, se dividiram entre o “Pavilhão dois e o salão do Polivalente”, subordinadas ao tema: “ a implantação da República em Portugal”

Nestas exposições encontramos painéis de azulejos; com fotos alusivas a todos os Presidentes da República, (do Estado Novo) após e antes da 1ª República, até ao ano de 2010 com Aníbal Cavaco Silva; assim como “as mulheres da República” e a sua participação na história da Nação; fotos alusivas ao dia da proclamação da República em 5 de Outubro de 1910 e os republicanos ilustres que se destacaram, os que tiveram as ideias dos homens republicanos quer se destacaram desde a primeira hora, combatentes, Governantes e defensores do projecto.


PARTE DA TARDE, COMEMORAÇÕES
Na Secundária de Valpaços

Enquanto na parte da Manhã as actividades começaram à hora marcada e acabaram cedo, na parte da tarde as actividades começaram muito depois da hora, (por motivo do orador de grande gabarito que veio de Lisboa) e prolongaram-se pela tarde dentro. Estamos a falar do historiador Fernando Rosas, Professor Universitário, Deputado da AR pelo Bloco de Esquerda, mas,” dos poucos válidos” pelo menos sobre a história de Portugal e na vida. Para vos dar a conhecer a lição de história do Fascismo “ do antes e depois do 25 de Abril diria apenas algumas partes abordadas no seu longo discurso. Assim: O professor levantou-se da mesa veio para o meio das pessoas, dos alunos, como quem está a dar uma lição na sua Faculdade. Este foi, á partida, um desafio que deixou aos políticos que para falar nunca se levantam das suas poltronas e daí apenas leiam o que trazem escrito de casa. Depois, Fernando Rosas, também se esqueceu que estava a falar para alunos do 8º ao 12º anos de escolaridade e, excepto os professores da Escola, o restante público era do Povo, logo a semente da sua aula caiu em terra estéril e a sua lição não pode ter valido o esforço de vir de propósito de Lisboa, como apontaram os elogios do presidente do Concelho Executivo, com o elogio ao Coordenador Maximino Machado e também do Vice-Presidente da Câmara de Valpaços que considerou a vinda do historiador, como “ uma iniciativa arrojada e frutífera”.

Portanto, que Fernando Rosas é “testemunho precioso sobre a história de Portugal”, principalmente sobre a história depois do 25 de Abril de 1974, ninguém tem dúvidas, apenas se mantêm as dúvidas que a sua aula de história tivesse sido frutifica. (…)

Portanto, o historiador falou da « história do Estado Novo, apresentou os erros e os falhanços da Sociedade portuguesa e como “a República foi uma tentativa falhada ao querer modernizar economicamente o País. (…) “Nesta revolução tipicamente lusitana, onde quase tudo falhou, onde quase tudo saiu ao contrário, do que os republicanos planearam”. No entanto os republicanos venceram e hoje quando se diz” Viva a República, é como dizer Viva a Democracia, Viva a Liberdade e o progresso…” Esta República foi a primeira esperança, de um povo que viveu quase 50 anos acorrentado, foi uma porta histórica aberta para a Democracia, para a liberdade…” sublinhou o historiador.

Mas na sua longa lição histórica há uma parte que faço questão de sublinhar, quando fala: «Da Carbonária e dos seus efeitos como Associação secreta dos povos”; da separação da Igreja e do Estado e das provações porque passou”; da concorrência dos lugares na Administração do Estado”; do verdadeiro poder do Estado Laico, pois um estado laico não pode ter religião oficial, implica outros princípios”; do cidadão livre, veio com o registo Civil e o casamento, antes era o monopólio dos Conservadores “;o partido republicano era essencialmente urbano”» entre outros temas que o historiador deu á estampa. No entanto houve muitos temas que todos subscrevem, nomeadamente: “apareceram as Novas Profissões e novos oportunismos” , Mais de 70% eram analfabetos”, as mulheres não tinham direitos, nem o direito ao voto, hoje tem mais direitos”, apareceram as escolas Normais de formação de professores e assim o País deixou de ter na educação gente sem qualquer tipo de relação com as praticas pedagógicas.” Sublinhou o historiador.
Pires Brás
In Negócios de Valpaços, 30-05-2010

Nota: O documento é uma transcrição integral, na forma como foi publicado, sem qualquer tipo de rectificação ortográfica.

Por entendermos que esta reportagem merece algumas observações devido ao facto de o respectivo repórter, e redactor, parecer ignorar as mais elementares condições que devem presidir ao seu dever de informar, em abono da legítima liberdade de imprensa, acabando por comprometer a sua própria credibilidade e atentar contra o direito à informação que é a informação que qualquer cidadão espera e deve exigir dos jornalistas, uma informação em cumprimento de um mínimo aceitável de correcção na comunicação, na exactidão científica e na verdade dos factos, decidimos sujeitar o respectivo texto, que atrás transcrevemos, à análise e opinião dos nossos leitores.

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1 comentário:

  1. Boa tarde...

    Já não me admira nada este tipo de "trabalhos" desse senhor. Só quem não está minimamente atento ao que se passa na cidade e no concelho, não é sabedor da pouca qualidade de um jornal que envergonha os jornalistas, os verdadeiros, e que só vive para angariar dinheiro de entidades, seja a que preço for...

    É lamentável que aquelas, e os leitores, ainda lhe dêm credibilidade...

    Sugiro ainda, sobre o assunto, a leitura do texto que saiu ém A Voz de Chaves... Esse pseudo jornalista até costuma copiar lá muita coisa...mas desta vez deve ter tido outros interesses, que não os jornalisticos...

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