sexta-feira, 16 de setembro de 2011

174.º Aniversário do nascimento de D. Pedro V, rei de Portugal

Por Leonel Salvado


D. Pedro V, aliás Pedro de Alcântara Maria Fernando Miguel Rafael Gonzaga Xavier João António Leopoldo Victor Francisco de Assis Júlio Amélio de Saxe Coburgo e Bragança, nasceu a em 16 de Setembro de 1837 no Palácio das Necessidades em Lisboa, primogénito da rainha D. Maria II e do príncipe consorte, depois rei de Portugal, D. Fernando II. Foi o 32.º monarca de Portugal.
Ascendendo ao trono em 1853 e aclamado cerda de dois meses depois, quando completou os 18 anos de idade, deu provas claras da sua exemplar vocação governativa, recebendo o cognome de O Esperançoso – outros o cognominaram de O Bem-amado ou de O Muito Amado, em conformidade e homenagem a uma das suas mais admiráveis acções enquanto soberano que foi o de ter conseguido reconciliar o povo com a Casa Real ao lograr livrar o país do ambiente de tensão e de guerra civil que marcara o reinado de sua mãe.
Foi homem de refinada formação moral e intelectual, encontrando em Alexandre Herculano – seu educador – a melhor fonte de inspiração nessa formação. Empenhou-se na modernização e no desenvolvimento cultural do Reino, promovendo, por exemplo, a introdução do telégrafo eléctrico, inaugurando o primeiro troço dos caminhos-de-ferro (entre Lisboa e o Carregado) e criando um Curso Superior de Letras, em 1859 - entendido como o embrião da actual Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa - a qual subsidiou a expensas próprias.
Mais se conta das suas virtudes que teria sido um monarca sensível aos valores humanitários ao posicionar-se, pessoalmente, como um dos adeptos europeus da abolição da escravatura, (o que terá provocado alguns embaraços nas relações diplomáticas entre Portugal e a França) e ao visitar hospitais e não se coibindo, neles, de se colocar à cabeceira dos doentes vitimados pelas temíveis epidemias de cólera e febre-amarela que então grassavam no Reino. Foi aliás na área da saúde pública que a benignidade deste monarca inspirou nos povos um sentimento de amor e veneração por ele, que há muito não se via em Portugal. A ele e à princesa Dona Estefânia, sua mulher, se deve a fundação do hospital que ainda ostenta o nome desta, entre outros hospitais públicos e instituições de caridade.
Ironicamente, D. Pedro V viria a falecer no mesmo palácio onde nascera apenas 24 anos antes, supostamente por ter contraído febre tifóide, explicação que, contudo, não impediu a que o povo se amotinasse por suspeitar que o seu Bem-Amado rei havia sido envenenado. Está sepultado no Panteão dos Braganças no Mosteiro de S. Vicente de Fora. Posto que D. Pedro V, prematuramente falecido, não deixara filhos, sucedeu-lhe no trono o seu irmão, Infante D. Luís.

A data de nascimento de D. Pedro V deve ser entendido, em Valpaços, como uma data comemorativa de relevância local, pois foi da natural disposição deste rei, de triste fado, para ouvir e acudir às necessidades dos povos que resultou a tão esperada atribuição da categoria de Vila à localidade já então sede do Município, desde 1836. Efectivamente, em resposta aos insistentes apelos dirigidos nas Cortes pela elevação de Valpaços a Vila da parte do deputado pelo círculo deste concelho, o ilustre valpacense Júlio do Carvalhal, esse acto é finalmente referendado pelo Marquês de Loulé, a 27 de Março de 1861, e confirmado por Carta Régia assinado por D. Pedro V a 4 de Abril do mesmo ano.

Para conhecer o teor do referido documento que transcrevemos da Monografia de Valpaços de A. Veloso Martins, click AQUI.

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