Por Leonel Salvado
D. Pedro V, aliás Pedro de Alcântara Maria Fernando Miguel Rafael Gonzaga Xavier João António Leopoldo Victor Francisco de Assis Júlio Amélio de Saxe Coburgo e Bragança, nasceu a em 16 de Setembro de 1837 no Palácio das Necessidades em Lisboa, primogénito da rainha D. Maria II e do príncipe consorte, depois rei de Portugal, D. Fernando II. Foi o 32.º monarca de Portugal.
Ascendendo ao trono em 1853 e aclamado cerda de dois meses depois, quando completou os 18 anos de idade, deu provas claras da sua exemplar vocação governativa, recebendo o cognome de O Esperançoso – outros o cognominaram de O Bem-amado ou de O Muito Amado, em conformidade e homenagem a uma das suas mais admiráveis acções enquanto soberano que foi o de ter conseguido reconciliar o povo com a Casa Real ao lograr livrar o país do ambiente de tensão e de guerra civil que marcara o reinado de sua mãe.
Foi homem de refinada formação moral e intelectual, encontrando em Alexandre Herculano – seu educador – a melhor fonte de inspiração nessa formação. Empenhou-se na modernização e no desenvolvimento cultural do Reino, promovendo, por exemplo, a introdução do telégrafo eléctrico, inaugurando o primeiro troço dos caminhos-de-ferro (entre Lisboa e o Carregado) e criando um Curso Superior de Letras, em 1859 - entendido como o embrião da actual Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa - a qual subsidiou a expensas próprias.
Mais se conta das suas virtudes que teria sido um monarca sensível aos valores humanitários ao posicionar-se, pessoalmente, como um dos adeptos europeus da abolição da escravatura, (o que terá provocado alguns embaraços nas relações diplomáticas entre Portugal e a França) e ao visitar hospitais e não se coibindo, neles, de se colocar à cabeceira dos doentes vitimados pelas temíveis epidemias de cólera e febre-amarela que então grassavam no Reino. Foi aliás na área da saúde pública que a benignidade deste monarca inspirou nos povos um sentimento de amor e veneração por ele, que há muito não se via em Portugal. A ele e à princesa Dona Estefânia, sua mulher, se deve a fundação do hospital que ainda ostenta o nome desta, entre outros hospitais públicos e instituições de caridade.
Ironicamente, D. Pedro V viria a falecer no mesmo palácio onde nascera apenas 24 anos antes, supostamente por ter contraído febre tifóide, explicação que, contudo, não impediu a que o povo se amotinasse por suspeitar que o seu Bem-Amado rei havia sido envenenado. Está sepultado no Panteão dos Braganças no Mosteiro de S. Vicente de Fora. Posto que D. Pedro V, prematuramente falecido, não deixara filhos, sucedeu-lhe no trono o seu irmão, Infante D. Luís.
A data de nascimento de D. Pedro V deve ser entendido, em Valpaços, como uma data comemorativa de relevância local, pois foi da natural disposição deste rei, de triste fado, para ouvir e acudir às necessidades dos povos que resultou a tão esperada atribuição da categoria de Vila à localidade já então sede do Município, desde 1836. Efectivamente, em resposta aos insistentes apelos dirigidos nas Cortes pela elevação de Valpaços a Vila da parte do deputado pelo círculo deste concelho, o ilustre valpacense Júlio do Carvalhal, esse acto é finalmente referendado pelo Marquês de Loulé, a 27 de Março de 1861, e confirmado por Carta Régia assinado por D. Pedro V a 4 de Abril do mesmo ano.
Para conhecer o teor do referido documento que transcrevemos da Monografia de Valpaços de A. Veloso Martins, click AQUI.
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