A chegada das ordens religiosas de Cluny, Cister e das Ordens Militares no
âmbito do processo da Reconquista da Península Ibérica levaram à criação dos
reinos ibéricos cristãos e nomeadamente à organização do território de
Portugal.
Foi o factor religioso, mais do que
qualquer outro, que contribuiu para a europeização e difusão dos elementos que
permitem definir o conceito de estilo românico, embora também haja edificações
de carácter civil e militar, na arquitectura românica.
(para melhor visualização clique nas imagens)
O sistema construtivo que caracteriza a
arquitetura românica começou a ser definido pouco antes dos meados do século
XI, nas regiões da Borgonha, Languedoc, e Auvergne.
No final do século XI, o estilo românico
surge em Portugal, no âmbito de um fenómeno amplo de influência da cultura
europeia, que trouxe para a Península Ibérica a reforma monástica de Cluny e a
liturgia romana.
A conquista de Coimbra aos mouros, em
1064, por Fernando Magno de Leão, deu maior segurança às regiões do Norte.
Esta época é marcada por um crescimento
demográfico, por uma muito mais densa ocupação do território e por um habitat
mais estruturado.
A expansão da arquitectura românica, em
Portugal, coincide com o reinado de D. Afonso Henriques. Foi nesta época que se
iniciaram as obras das Sés de Lisboa, de Coimbra e do Porto e que se construiu
o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
Sendo uma arquitectura predominantemente
religiosa, o românico está muito relacionado com a organização eclesiástica
diocesana e paroquial e com os mosteiros das várias ordens monásticas, fundados
ou reconstruídos nos séculos XII e XIII.
Em Portugal, a arquitectura românica
concentra-se, essencialmente, no Norte e no Centro, sendo contemporânea do
período em que se estrutura a ocupação do território, criação de freguesias e
toda a organização de aldeamentos. A expansão do estilo românico coincide com a
Reconquista, mas, essencialmente, corresponde à reorganização do território. As
dioceses dividem-se em paróquias que têm, no Entre-Douro-e-Minho, uma rede muito
densa.
Nesta região apareceu ainda um românico
com características próprias, o do Vale do Sousa, que será tratado noutra
mensagem.
*Edição/versão original: VIAGEM PELA ARTE I, 12 de Maio de 2012
Sem comentários:
Enviar um comentário