Por Leonel Salvado
O Abade de Baçal | foto ipmuseus,
in http://montalvoeascinciasdonossotempo.blogspot.com |
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arranjo gráfico: Leonel Salvado
Francisco Manuel Alves, o abade de Baçal, nasceu nesta aldeia transmontana do distrito de Bragança no dia 9 de Abril de 1865 e faleceu também aí a 13 de Novembro de 1947, aos 82 anos de idade. Ordenado sacerdote a 13 de Junho de 1889 e tornado pároco, primeiramente de Mairos e depois da sua paróquia natal, que paroquiou até ao fim dos seus dias, foi um dedicado autodidacta no domínio da investigação histórico-arqueológica e etnológica e apesar de ter falecido há perto de 64 anos e de alguns críticos o acusarem de alguma rusticidade, falta de sistematização e de poder interpretativo, continua a ser uma referência praticamente obrigatória para historiadores arqueólogos e etnólogos de formação científica da actualidade. Há quem atribua esta paixão do Abade de Baçal “pelas antiguidades” à influência exercida sobre ele por uma sua tia, Luzia Alves (Infopédia). Dedicou a sua vida às funções inerentes ao seu múnus, prestando os necessários cuidados aos seus paroquianos, mas reservou uma grande parte da sua energia também à lavoura e à investigação histórica e arqueológica, e quando foi preciso defender os interesses da Igreja, em especial da sua diocese, interveio energicamente em seu favor. Foi, pelas suas aptidões na área da investigação arqueológica, membro da “Associação dos Arqueólogos Portugueses” (fundada em 1863) e da “Academia de Ciências” (instituída em 1779), vogal da comissão de História Militar e membro de vários intitutos académicos estrangeiros (Bragança net) Em 1925 foi nomeado director-conservador do “Museu Regional de Bragança”, que a partir de 1935 passou a ostentar o seu nome e neste mesmo ano foi condecorado com o “Grande Oficialato da Ordem de Santiago”. Para além de uma vasta colaboração na imprensa, legou um vasto leque de obras de grande valor científico de que a mais conhecida e recorrida, e efectivamente considerada a sua obra principal, se intitula “Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança” composta por onze volumes e considerada como uma “fonte incontornável para o estudo da vida, história e valores do nordeste transmontano” (Id.) e em cujo labor, o Abade de Baçal dedicou 38 anos (1909 – 1947).
Existe uma síntese biográfica e uma relação das obras do Abade de Baçal, de grande interesse publicados no Bragança Net que recomendamos a leitura. Também há uma edição com o mesmo teor e outros complementos informativos publicados no site da Câmara Municipal de Mirandela que também aconselhamos a leitura. Se estiver interessado em seguir as nossas sugestões clique nos respectivos ícones.
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