terça-feira, 26 de abril de 2011

363.º Aniversário do nascimento de D. Pedro II, rei de Portugal

Por Leonel Salvado

Retrato de D. Pedro II, rei de Portugalhttp://pt.wikipedia.org

D. Pedro, nascido a 26 de Abril de 1648, foi o terceiro varão dos sete filhos do rei D. João IV e da rainha Dona Luísa de Gusmão. Posto que o seu irmão primogénito, D. Teodósio, vocacionado para o exercício do poder faleceu aos 19 anos, vítima de uma tuberculose pulmonar, havia ascendido ao trono o segundo varão na ordem de filiação, D. Afonso – Afonso VI de Portugal. O reinado de D. Afonso VI decorreu formalmente entre 1656 e 1683. Efectivamente, só exerceu a prática governativa durante pouco mais de 5 anos por ter sido antecedida, devida à sua menoridade, pela regência de sua mãe até de 28 de Junho de 1662 e interrompida, por insanidade mental e inépcia para a governação e consumação do seu casamento, pela regência de D. Pedro, a 24 de Novembro de 1667.
Após a morte de D. Afonso VI, em 1683, D. Pedro II passou a ser o 24.º monarca de Portugal, o 3º da dinastia de Bragança, e o seu reinado perdurou cerca de 23 anos, até à data da sua morte, aos 58 anos de idade, ocorrida a 9 de Dezembro de 1706 na Quinta de Alcântara ou Palácio de Palhavã, devido a uma apoplexia.
É descrito em documentos coevos como um rei de elevadas qualidades físicas e mentais, exaltando-se-lhe ainda como uma das suas maiores qualidades, dita ironicamente como “um dos seus maiores defeitos”, a sua disposição para ouvir os outros e ver-se esclarecido junto dos seus conselheiros quanto aos mais ínfimos pormenores acerca dos assuntos em discussão.
Empenhado em reconstruir o País, abalado pelas guerras da Restauração, mostrou ser um rei à altura dessa responsabilidade, usando da maior prudência e sensatez que lhe era peculiar. Assim foi pela sua dedicação ao estabelecimento ou reatamento de relações diplomáticas com as cortes europeias que constituíam as principais peças do xadrez político e económico do seu tempo, sobretudo com a Inglaterra mas também com a Espanha que ele restabelecera ainda enquanto Regente em 1668 e em memória de cujo acto se lhe atribuiu o cognome de “O Pacífico”.
Nem por isso deixou de se preocupar com as defesas do Reino que procurou melhorar reforçando as guarnições nas fronteiras, determinando a realização das obras e provimentos que fossem necessários nos castelos das mesmas fronteiras e nos fortes marítimos, bem como no desenvolvimento de frotas para a protecção dos navios da carreira da Índia e do Brasil.
Não descurou também a economia do Reino e as medidas que deviam ser tomadas no sentido de assegurar o controlo do império colonial. Foi nesse sentido que em 1671, por exemplo, concedeu liberdade de comércio aos comerciantes ingleses estabelecidos em Portugal e introduziu no reino as primeiras manufacturas têxteis. Foi também nesse sentido que empreendeu no Brasil um conjunto de reformas na sua organização eclesiástica, bem como no seu ordenamento administrativo e procurou restringir os privilégios dos Jesuítas, cujo poder nos sertões do Norte vinha em crescendo sem que disso tirasse o reino os devidos benefícios. Com a descoberta de ouro no Brasil D. Pedro II intensificou o seu controlo sobre a colónia.
Do seu primeiro casamento com a cunhada, Maria Francisca Isabel de Sabóia, concretizado a 2 de Abril de 1668, confirmada por bula papal a 24 de Março desse ano a anulação do anterior casamento desta princesa de Nemours com D. Afonso VI, teve D. Pedro II uma única filha, a belíssima, Isabel Luísa Josefa de Bragança, “Princesa da Beira”, de saúde frágil e de triste fado, já que viria a falecer aos 21 anos com o epíteto de “a sempre noiva”.  A rainha faleceu a 27 de Dezembro de 1863, três meses depois do seu primeiro marido, vitimada por uma hidropisia. Do segundo casamento com Maria Sofia, condessa palatina de Neuburgo, falecida em Lisboa a 4 de Agosto de 1699, teve D. Pedro II mais seis filhos, o segundo dos quais D. João, futuro D. João V.
D. Pedro II jaz no Panteão dos Braganças, no Mosteiro de S. Vicente de Fora em Lisboa.

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