Faz hoje precisamente 100 anos que um dos mais conceituados órgãos da imprensa dos finais da Monarquia insistia no urgente aproveitamento dos recursos naturais disponíveis e na criação de outros meios necessários para a exploração daquela que se tem afigurado, até à actualidade, como uma das indústrias mais fecundas do país – o Turismo. Reminiscências ainda do espírito modernizador da Regeneração? Vejamos o artigo, tal como foi hoje publicado pelo “Jornal do Centenário” que integra a Comissão Nacional para o Centenário da República.
22 de Junho de 1910 - Portugal é uma estação de saúde
Em artigo publicado n’O Século tiveram destaque as excelentes condições naturais e climatéricas de Portugal relativamente à indústria do turismo, chamando-se à atenção para a necessidade de se investir na melhoria das condições oferecidas aos viajantes.
“Um litoral formoso, dando para um oceano depurador; uma planície suave onde as águas deslizam mansas; encostas abrigadas em que a paisagem é sedutora (…). De tudo em cada província há em tal abundância que aos olhos dos nacionais passa despercebido, desnotado e vulgar!. (…)
É preciso ressurgir desta indiferença. E alguma coisa se tem feito principalmente nas estâncias hidrológicas, que agora estão abertas para a cura de doenças, especializadas as suas aplicações. Pode dizer-se que onde brota dos rochedos um fio ‘da água milagrosa’ - lá está um hotel melhor ou pior, e em volta se forma um povoado.”
Bastar-se-ia investir na construção de algumas vias rodoviárias, na melhoria das condições de higiene e salubridade de alguns estabelecimentos hoteleiros, e numa mais eficiente propaganda, e podia o País “apresentar-se como um modelo de terra edénica.”
Fonte: O Século nº 10 244, 22 de Junho de 1910, p. 5.
In http://www.centenariorepublica.pt/conteudo/22-de-junho-de-1910-portugal-%C3%A9-uma-esta%C3%A7%C3%A3o-de-sa%C3%BAde
imagem: in Ilustração Portuguesa, edição de 18 de Julho de 1910
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