Os Claustros do Governo Civil de Vila Real receberam, dia 21 de Junho, a apresentação da obra “A República no Distrito de Vila Real”, da autoria de Joaquim Ribeiro Aires, colaborador do Notícias de Vila Real, que juntou mais de 60 pessoas que ouviram ainda uma palestra a cargo de Eurico de Figueiredo. Para o governador civil de Vila Real, Alexandre Chaves, “o autor preenche uma lacuna com este livro ao escrever sobre os republicanos do distrito de Vila Real, sobre os homens e mulheres que se notabilizaram, que levantaram a voz, que ergueram a sua estrutura ética, moral e cívica, e que engrossaram as fileiras dos cidadãos exemplares, sob o signo dos ideais republicanos”. Alexandre Chaves parabenizou a Maronesa, Comunicação Social, responsável pela edição deste livro, pelo trabalho desenvolvido na área cultural. “Felicito ainda o rosto desta empresa, o doutor Caseiro Marques, pela sua coragem empresarial e pela aposta no empreendedorismo cultural”, afirmou.
De seguida, coube ao próprio autor, Joaquim Ribeiro Aires, a responsabilidade de falar da sua obra e do percurso, repleto de obstáculos mas também de êxitos, que o conduziu até à conclusão desta obra de 400 páginas. “Este livro é um mix de história local e nacional. Não é possível falar da grande história local sem a integrar no todo nacional. Em cada momento uma e outra se entrelaçam e assim se compreende o pensamento político vila-realense fosse regenerador, progressista ou republicano”, explicou. Segundo Joaquim Ribeiro Aires, este livro “começou a nascer em 1993, quando foi publicado pela primeira vez um dos seus actuais capítulos, nos Estudos Trasmontanos, revista editada pelo Arquivo Distrital de Vila Real”.
Mas “a ideia de livro só ganhou verdadeiras raízes há dois anos”, com a aproximação dos 100 anos da República. “Desde então, o trabalho foi quase diário”, garantiu. Nos anos de investigação pausada, o autor teve de enfrentar a limitação de fontes. “Em termos políticos, tinha praticamente uma só visão, a perspectiva do lado republicano, centralizado n’O Povo do Norte. O Vilarealense, monárquico e regenerador, durante a Monarquia, desaparecera da cidade. Apenas algumas pessoas detinham na sua posse, bem guardados, alguns exemplares”, conta.
No entanto, estes obstáculos acabaram por ser ultrapassados, em primeiro lugar, graças à “boa vontade, sensibilidade e compreensão do senhor Joaquim Barreira Gonçalves que tomou mesmo a iniciativa de me facultar a consulta das suas colecções de jornais”. Em segundo lugar, a aquisição da colecção de O Vilarealense por parte da Câmara Municipal, que o colocou para consulta na Biblioteca Municipal, permitiu-lhe ter acesso ao outro lado. “Graças a estas duas ocorrências este livro hoje é aquilo que está aqui. Sem isso, era outra coisa”, salientou.
O autor explicou que o livro não dedica as suas páginas à história republicana por concelho e que todas as suas referências estão integradas no todo nacional e local. “Vila Real e Chaves eram os núcleos urbanos principais. Não por serem os maiores, o que também é uma razão, mas porque há pouca informação nos restantes”, contou. Ribeiro Aires revelou que “não existem actas camarárias na Régua, Santa Marta, Valpaços e Ribeira de Pena. Incêndios destruíram toda a documentação. Num destes casos foi um elemento da câmara que decidiu livrar-se das velharias e queimou todas as actas até 1976. Pasme-se!”.
O autor confessou que se sentiu fascinado quando começou a ler a imprensa local “pela força das convicções, pela profundidade do pensamento, pela maturidade política, pela clarividência, pelo entusiasmo, pela crítica mordaz, pela atenção ao pormenor, pela coragem do dizer, pela correcção da linguagem ou pelo seu destempero, pela riqueza do vocabulário, pelo chamar aos bois pelos nomes”. Em “A República no Distrito de Vila Real”, Ribeiro Aires mostra “a alma do vila-realense, do trasmontano”. Nem a capa foi deixada ao acaso e nela podemos ver uma ilustração de Stuart Carvalhais para o jornal A República, dirigido então por Ribeiro de Carvalho.
Nas páginas desta obra “há gente determinada, como Adelino Samardã, Antão de Carvalho, general Ribeiro de Carvalho; há pessoas altruístas, como Azeredo Antas e Henrique Botelho; há homens sem medo, como Manuel Maria Coelho e os heróis da grande guerra; há vítimas como António Granjo; há a fome e a miséria a campearem num Douro quase sempre em crise na monarquia e na república; há especuladores e mixordeiros nos anos da guerra; há republicanos contra republicanos, amigos que o foram e que deixaram de o ser; há republicanos contra monárquicos; há monárquicos monárquicos e monárquicos adesivos, republicanos por interesse; há monárquicos, talassas, esperançados no regresso da velha senhora; há prisões, destruições e mortes”.
O livro termina com 20 biografias de republicanos, aqueles de que o livro fala ao longo dos acontecimentos. Joaquim Ribeiro Aires agradeceu a colaboração de Silva Gonçalves, Elísio Neves, Albertino Correia, Ricardo Martins, Tenente-coronel Sabino e Sargento-ajudante Manuel Machado, que o auxiliaram nesta jornada. Agradeceu ainda o apoio de António Francisco Caseiro Marques que “anuiu ao projecto e ele aqui está com a chancela da Maronesa, Comunicação Social”. Seguiu-se a intervenção de Eurico de Figueiredo, que proferiu uma palestra sobre “Desigualdades de Nascença na Republica”.
Sandra Borges
In http://www.noticiasdevilareal.com/noticias/index.php?action=getDetalhe&id=8300
Foto: id.
De seguida, coube ao próprio autor, Joaquim Ribeiro Aires, a responsabilidade de falar da sua obra e do percurso, repleto de obstáculos mas também de êxitos, que o conduziu até à conclusão desta obra de 400 páginas. “Este livro é um mix de história local e nacional. Não é possível falar da grande história local sem a integrar no todo nacional. Em cada momento uma e outra se entrelaçam e assim se compreende o pensamento político vila-realense fosse regenerador, progressista ou republicano”, explicou. Segundo Joaquim Ribeiro Aires, este livro “começou a nascer em 1993, quando foi publicado pela primeira vez um dos seus actuais capítulos, nos Estudos Trasmontanos, revista editada pelo Arquivo Distrital de Vila Real”.
Mas “a ideia de livro só ganhou verdadeiras raízes há dois anos”, com a aproximação dos 100 anos da República. “Desde então, o trabalho foi quase diário”, garantiu. Nos anos de investigação pausada, o autor teve de enfrentar a limitação de fontes. “Em termos políticos, tinha praticamente uma só visão, a perspectiva do lado republicano, centralizado n’O Povo do Norte. O Vilarealense, monárquico e regenerador, durante a Monarquia, desaparecera da cidade. Apenas algumas pessoas detinham na sua posse, bem guardados, alguns exemplares”, conta.
No entanto, estes obstáculos acabaram por ser ultrapassados, em primeiro lugar, graças à “boa vontade, sensibilidade e compreensão do senhor Joaquim Barreira Gonçalves que tomou mesmo a iniciativa de me facultar a consulta das suas colecções de jornais”. Em segundo lugar, a aquisição da colecção de O Vilarealense por parte da Câmara Municipal, que o colocou para consulta na Biblioteca Municipal, permitiu-lhe ter acesso ao outro lado. “Graças a estas duas ocorrências este livro hoje é aquilo que está aqui. Sem isso, era outra coisa”, salientou.
O autor explicou que o livro não dedica as suas páginas à história republicana por concelho e que todas as suas referências estão integradas no todo nacional e local. “Vila Real e Chaves eram os núcleos urbanos principais. Não por serem os maiores, o que também é uma razão, mas porque há pouca informação nos restantes”, contou. Ribeiro Aires revelou que “não existem actas camarárias na Régua, Santa Marta, Valpaços e Ribeira de Pena. Incêndios destruíram toda a documentação. Num destes casos foi um elemento da câmara que decidiu livrar-se das velharias e queimou todas as actas até 1976. Pasme-se!”.
O autor confessou que se sentiu fascinado quando começou a ler a imprensa local “pela força das convicções, pela profundidade do pensamento, pela maturidade política, pela clarividência, pelo entusiasmo, pela crítica mordaz, pela atenção ao pormenor, pela coragem do dizer, pela correcção da linguagem ou pelo seu destempero, pela riqueza do vocabulário, pelo chamar aos bois pelos nomes”. Em “A República no Distrito de Vila Real”, Ribeiro Aires mostra “a alma do vila-realense, do trasmontano”. Nem a capa foi deixada ao acaso e nela podemos ver uma ilustração de Stuart Carvalhais para o jornal A República, dirigido então por Ribeiro de Carvalho.
Nas páginas desta obra “há gente determinada, como Adelino Samardã, Antão de Carvalho, general Ribeiro de Carvalho; há pessoas altruístas, como Azeredo Antas e Henrique Botelho; há homens sem medo, como Manuel Maria Coelho e os heróis da grande guerra; há vítimas como António Granjo; há a fome e a miséria a campearem num Douro quase sempre em crise na monarquia e na república; há especuladores e mixordeiros nos anos da guerra; há republicanos contra republicanos, amigos que o foram e que deixaram de o ser; há republicanos contra monárquicos; há monárquicos monárquicos e monárquicos adesivos, republicanos por interesse; há monárquicos, talassas, esperançados no regresso da velha senhora; há prisões, destruições e mortes”.
O livro termina com 20 biografias de republicanos, aqueles de que o livro fala ao longo dos acontecimentos. Joaquim Ribeiro Aires agradeceu a colaboração de Silva Gonçalves, Elísio Neves, Albertino Correia, Ricardo Martins, Tenente-coronel Sabino e Sargento-ajudante Manuel Machado, que o auxiliaram nesta jornada. Agradeceu ainda o apoio de António Francisco Caseiro Marques que “anuiu ao projecto e ele aqui está com a chancela da Maronesa, Comunicação Social”. Seguiu-se a intervenção de Eurico de Figueiredo, que proferiu uma palestra sobre “Desigualdades de Nascença na Republica”.
Sandra Borges
In http://www.noticiasdevilareal.com/noticias/index.php?action=getDetalhe&id=8300
Foto: id.
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