Após oito anos de negociações, acordos e declarações, a República portuguesa, obteve, final e simultaneamente, a 12 de Junho de 1985, a sua adesão à comunidade Económica Europeia (CEE) e à Comunidade Europeia de Energia Atómica (CEEA). Nesta data, Mário Soares, Rui Machete, Jaime Gama e Ernâni Lopes, assinaram em Lisboa, nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos, os respectivos tratados de adesão, com a entrada em vigor em 1 de Janeiro de 1986. Portugal tornava-se no 11º membro das Comunidades.
Os discursos que passaremos a citar, do primeiro dos subscritores, o Dr. Mário Soares, são dois documentos fundamentais da luta dos europeístas portugueses, de que esta figura foi inquestionavelmente o seu principal paladino, e exprimem, embora em contextos diferentes, os mesmos sentimentos, as mesmas preocupações, e a mesma confiança desses portugueses em relação à causa que sempre defenderam.
A 11 de Março de 1977, data do pedido de adesão de assinatura do Tratado, Mário Soares, pronunciava-se assim, num dos excertos da sua elocução:
Em primeiro lugar desafio para Portugal, pois não ignoramos de modo algum as nossas fraquezas nem as nossas actuais dificuldades. Desafio também para a Europa, pois, ao bater-lhe à porta, sentimos que exprimimos a dimensão europeia das mudanças políticas e sociais ocorridas ou em curso no Sul da Europa. Ignorar esta realidade nova só iria aumentar as diferenças que separam ainda, em termos económicos, esta Europa do sul da Europa do norte, com todos os perigos de desintegração e de ruptura para a Europa, a longo prazo.
A 12 de Junho de 1985, Mário Soares discursava assim, na cerimónia de assinatura de adesão à CEE, nos Jerónimos:
Para Portugal, a adesão à CEE representa uma opção fundamental para um futuro de progresso e modernidade. Mas não se pense que seja uma opção de facilidade. Exige muito dos portugueses, embora lhes abra simultaneamente, largas perspectivas de desenvolvimento.
Fonte: http://www.eurocid.pt
Imagem: http://www.fmsoares.pt
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