D. Mariana Vitória de Bourbon, rainha de Portugal,
retrato de Miguel António de Amaral (1710-1780)
Museu Hermitage | Wikimedia Commons
Mariana Vitória de Bourbon nasceu em Madrid no dia 31 de Março de 1710, filha do rei de Espanha, Filipe V e de sua esposa D. Isabel de Parma. Prometida aos quatro anos em casamento ao futuro Luís XV de França, seu pai, desejoso de estabelecer uma aliança com a coroa portuguesa decidiu, em 1725, destiná-la a casar-se com herdeiro desta, o príncipe D. José, projecto que foi bem acolhido pelo rei de Portugal, D. João V que em 1727 enviou a Madrid o marquês de Abrantes, embaixador extraordinário, onde este obteve solenemente a mão da infanta, celebrando-se as cerimónias ante-nucpciais em 19 de Fevereiro de 1729.
Com a morte d’O Magnânimo em 1750, D. José subiu ao trono com sua esposa D. Mariana Vitória que assim se tornava na 32.ª Rainha de Portugal (5.ª da dinastia de Bragança), se exceptuarmos desta relação D. Ana Barbosa, esposa de D. António Prior do Crato cuja legitimidade como rei de Portugal é controversa. Em 1776 é D. Mariana Vitória nomeada Regente pelo marido, entretanto abalado por problemas de saúde e progressiva debilidade física que o levariam à morte no ano seguinte, sucendendo a D. José no trono de Portugal a sua filha herdeira D. Maria I, retirando-se sua mãe entretanto para Espanha e regressando a Lisboa onde feleceu em 15 de Janeiro de 1781. Jaz na Igreja de S. Francisco de Paula.
Das principais virtudes desta rainha de Portugal originária da Casa de Bourbon, destaca-se o seu espírito de temperança manifestado desde cedo e ainda em vida de D. João V, havendo na sua correspondência com seus familiares espanhóis referências reprobatórias dos gastos indevidos e excessivos do sogro. Além disso foi uma rainha menos timorata do que conciliadora empenhada em assegurar as melhores relações entre os dois Estados Ibéricos, sendo sob sua influente diligência que o 2º Tratado de El Pardo, em 1778, celebrado entre D. Maria I e Carlos III de Espanha, chegou a bom termo, estabelecendo-se o necessário consenso quanto à questão dos limites entre as duas soberanias no território da América e estipulando-se o casamento entre do infante D. João, de Portugal, com a infanta D. Carlota Joaquina, das Astúrias, e o da infanta D. Mariana Vitória Josefa com o infante D. Gabriel, irmão do príncipe das Astúrias. Julga-se que terá contribuído para atenuar algumas manifestações fanáticas alimentadas pela filha, D. Maria I, decorrentes do profundo espírito religioso desta e do traumático efeito que sobre ela exercera o atentando contra a vida de seu pai.
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