sábado, 14 de abril de 2012

I Centenário do Naufrágio do Titanic

Por Leonel Salvado



Foi na noite e madrugada dos dias 14 e 15 de Abril de 1912, que se afundou o RMS Titanic, uma tragédia   resultou na morte de mais de 1.500 pessoas, o que levou a considerá-la como uma das piores catástrofes marítimas de todos os tempos. Desde logo, passou a fazer parte da Cultura Popular Universal, começando a servir de inspiração a muitos romances fictícios na Literatura, no Cinema e na TV, passando pela Música e vindo mais recentemente a ser explorado pelas produtoras de jogos de computadores.
Trata-se, efectivamente, de um acontecimento inesquecível que ainda suscita sentidas emoções e que nos cabe recordar aqui nesta ocasião do seu centésimo aniversário. Para tal irei transcrever um trabalho e pesquisa da autoria de Carlos Leite Ribeiro publicado no Portal “CEN – Cá Estamos Nós” que conta com a formatação de Iara Melo.

A tragédia
O Titanic era um paquete (navio transatlântico) britânico que, durante a sua primeira viagem se afundou na noite de 14 para 15 de Abril de 1912, depois de ter chocado com um icebergue a Sul da Terra Nova.



 Mais de 1500 pessoas pereceram nesse naufrágio. Em 1985, seus destroços foram localizados a 4000 metros de profundidade.
Ao anoitecer de 14 de Abril, o Comandante Smith mandou reforçar a vigia no mastro de proa (frente do navio), e fornecer binóculos.

Esses equipamentos não foram encontrados e os vigias tiveram que fazer o seu trabalho apenas com a sua visão. O Comandante Smith retirou-se para os seus aposentos e deixou no comando na ponte o Segundo Oficial Charles Lightoller, que mais tarde foi substituído pelo Primeiro-oficial William Murdoch.
A noite estava fria e calma, sem ondulação e sem vento. Somente a luz das estrelas e do Titanic iluminavam a escuridão. Às 22h30, a temperatura da água do mar era gélida, cerca de 0,5º abaixo de zero, o suficiente para matar por hipotermia uma pessoa em apenas vinte minutos.
Às 23h40, os vigias do mastro, Frederick Fleet e Reginald Lee, avistaram uma sombra mais escura que o mar à frente. A imensa sombra cresceu rapidamente e revelou ser um imenso iceberg na direcção do navio.
Imediatamente o pânico deu lugar aos reflexos e Fleet tocou o sino de alerta do mastro três vezes e ergueu o comunicador para falar com a Ponte de Comando. Preciosos segundos se perderam até que o comunicador foi atendido pelo Sexto Oficial Paul Moody onde Fleet gritou "Iceberg logo à frente". O Primeiro-oficial que ouvira e vira a imensa massa de gelo na direcção do navio, entrou na ponte de comando. Gritou, ordenando ao timoneiro Robert Hitchens "tudo a estibordo", e à casa de máquinas, "máquinas a ré toda a força".
Na ponte de comando e no mastro de proa, os tripulantes observaram inertes o imenso iceberg vindo em rumo de colisão. Na casa das máquinas, a correria foi grande. O vapor que estava a ser enviado para os motores tinha de ser fechado, a fim de parar os pistões.
Nas salas de caldeiras, os carvoeiros tiveram que parar de alimentar as fornalhas e abrir os abafadores das caldeiras. Quando os enormes pistões estavam quase parados, uma alavanca na base dos motores fora acionada para reverter os giros das hélices centrais, e então as válvulas tiveram que ser novamente acionadas para libertar o vapor para entrar nos motores que começaram a girar no sentido inverso.
A hélice central assim que fora acionado o reverso dos motores parou de funcionar, pois este não era acionado pelos motores do navio, mas por uma turbina que era alimentada pela sobra do vapor dos motores.
A proa do navio começa a deslocar-se do Iceberg, e 47 segundos após se ter visto o Iceberg, não se consegue evitar a colisão. Esta ocorre às 23h40, na Latitude 41º 46´N e Longitude 50º 14´W. Arestas do Iceberg colidem com o casco do navio, fazendo com que se soltem os rebites entre as placas de aço, resultando em pequenas aberturas no casco, tendo sido afetados mais de noventa metros de casco deixando abertos os 5 compartimentos estanques. Apenas 20 minutos depois, o convés já tinha começado a inclinar-se.
O vigia Fleet baixa-se no ninho da gávea do mastro de proa e sente o navio tremer e pedaços de gelo são arremessados ao convés da proa. O navio todo treme e na ponte de comando o oficial Murdoch aciona imediatamente o encerramento das portas estanques. Nos porões de carga do navio, a água jorra com imensa força.
Seguiu-se então um estrondo e a água do mar rompeu por toda a lateral da sala de caldeiras número seis. As primeiras vítimas foram cinco operários que lutavam para manter seguras as correspondências na sala de correios inundada logo após a colisão. Morreram todos afogados tentando salvar as cartas que rumavam para a América a bordo do navio. Com o abanão provocado pela colisão, muitos passageiros acordaram.
O Comandante Smith dirigiu-se imediatamente para a ponte de comando e foi informado do ocorrido. Ordenou imediatamente a paragem total das máquinas. Com a paragem das máquinas, um barulho ensurdecedor é ouvido na área externa do navio, devido à grande quantidade de vapor expelido. O Comandante Smith chamou o Engenheiro-chefe, Thomas Andrews, e solicitou um exame das avarias.
Após alguns minutos, Andrews selou o destino do Titanic dizendo: "O navio vai afundar, temos menos de duas horas para evacuá-lo".
Bruce Ismay, Presidente da White Star Line e o Comandante Smith mostraram-se incrédulos com o relato. "O Titanic não pode afundar" - menciona Ismay - "é impossível ele afundar".
Haviam sido atingidos 5 compartimentos estanques.

Com quatro compartimentos, o Titanic ainda conseguiria flutuar, mas o peso de cinco compartimentos cheios de água a proa inundaria, fazendo com que a água atravessasse para os outros compartimentos, por cima das portas estanques. A água do sexto compartimento passaria para o sétimo compartimento, depois para o oitavo compartimento, e assim por diante.


O colossal paquete
Origem do nome Titanic: na mitologia grega, os Titãs eram uma raça de gigantes semelhantes a deuses que eram considerados personificações das forças da natureza. Eles eram os doze filhos (seis irmãos e seis irmãs) de Gaia e Uranus. Cada filho casou-se ou teve filhos de uma de suas irmãs. Eles são: Cronus e Rhea, Lapetus e Themis, Oceanus e Tethys, Hyperion e Theia, Crius e Mnemosyne, e Coeus e Phoebe. Um dos Titãs chamava-se exactamente Oceanus.

 O RMS Titanic foi um navio transatlântico da Classe Olympic operado pela White Star Line e construído nos estaleiros da Harland and Wolff em Belfast, Irlanda. Até ao seu lançamento em 1912, ele foi o maior navio de passageiros do mundo.[...]


O Titanic provinha de algumas das mais avançadas tecnologias disponíveis da época e foi popularmente referenciado como "inafundável" - na verdade, um folheto publicitário de 1910, da White Star Line, sobre o Titanic, alegava que ele fora "concebido para ser inafundável".
Foi um grande choque para muitos que, apesar da tecnologia avançada e experiente tripulação, o Titanic ainda afundou com uma grande perda de vidas humanas. Os meios de comunicação social sobre o frenesi de vítimas famosas do Titanic, as lendas sobre o que aconteceu a bordo do navio, as mudanças resultantes do direito marítimo, bem como a descoberta do local do naufrágio em 1985 por uma equipe liderada pelo Dr. Robert Ballard fizeram a história do Titanic persistir famosa desde então.

O Titanic foi um transatlântico da White Star Line, construído nos estaleiros da Harland e Wolff, em Belfast, Irlanda destinado a competir com os navios Lusitania e Mauretania da empresa rival Cunard Line.


O Titanic, juntamente com os seus irmãos da classe Olympic, o Olympic e o ainda em construção Britannic (originalmente chamado de Gigantic), se destinavam a ser os maiores e mais luxuosos navios a operar.
Os projectistas foram William Pirrie, director de ambas as empresas Harland and Wolff e White Star, o arquitecto naval Thomas Andrews, gerente de construção e chefe do departamento de design da Harland and Wolff  e Alexander Carlisle, o projectista chefe e gerente geral do estaleiro do Titanic.
Carlise sugeriu que se usasse no Titanic turcos maiores que poderiam dar ao navio um potencial de transporte de 48 botes salva vidas; isso seria o bastante para acomodar todos os passageiros a bordo. No entanto, a White Star Line, concordando com a maioria das sugestões, decidiu que apenas 16 botes salva vidas de madeira (16 sendo o mínimo permitido pelas leis da época, baseada na tonelagem projectada do Titanic) seriam transportados (também havia quatro botes salva vidas desmontáveis) que no total poderiam acomodar apenas 52% das pessoas a bordo.
A construção do RMS Titanic, financiada pelo americano J.P. Morgan e sua companhia International Mercantile Marine Co., começou em 31 de Março de 1909. O casco do Titanic foi lançado no dia 31 de Maio de 1911, e sua equipagem foi concluída em 31 de Março do ano seguinte.


O Titanic tinha 269,10 metros de comprimento e 28 m de largura, uma tonelagem bruta de 46,328 toneladas, e uma altura da linha d'água até o deck de botes de 18 metros. O Titanic continha dois motores de quatro cilindros de expansão tripla, invertido com motores a vapor e uma turbina de baixa pressão Parsons de três hélices.
Havia 29 caldeiras alimentadas por 159 fornos de carvão à combustão que tornaram possível a velocidade máxima de 23 nós (43 km/h). Apenas três das quatro chaminés de 19 metros de altura eram funcionais; a quarta chaminé servia apenas para ventilação; foi adicionada para dar ao navio um olhar mais impressionante.
O navio podia transportar um total de 3,547 pessoas, entre passageiros e tripulação e, por transportar correio, usava o prefixo RMS (de Royal Mail Steamer), bem como SS (Steam Ship).
Ele ofereceu uma piscina a bordo, um ginásio, banho turco, bibliotecas, tanto em relação à primeira e a segunda classe, squash e um tribunal. As salas da Primeira classe eram enfeitadas com detalhes em madeira, móveis e outras decorações caras. Além disso, o Café Parisiense oferecia cozinha de primeira classe para os passageiros, com uma varanda de pôr-do-sol equipada com decorações trellis.


O navio incorporou recursos avançados tecnologicamente, para sua época. Tinha um extenso subsistema eléctrico alimentado com geradores de vapor para iluminação total do navio.
Ele também ostentou dois telégrafos Marconi sem fio, incluindo um rádio de 1500 watts de potência tripulado por operadores de rádio que trabalharam em turnos, permitindo o contacto e a transmissão de mensagens de muitos passageiros.




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