Este pequeno folhetim de divulgação ilustrada das efemérides e datas comemorativas da História de Portugal já devia ter sido publicada em Outubro passado. Ainda que tal não tenha sido possível, não deixa de ter sentido fazê-lo agora, aproveitando o facto de se encontrarem a decorrer, por toda a parte, as Comemorações do I Centenário da República. Propomos que seja um primeiro passo para as actividades que se seguirão.
Da Monarquia à República
Portugal viveu a monarquia durante cerca de 770 anos, isto é, aproximadamente entre 1139 e 1910. A monarquia portuguesa foi substituída pela Primeira República Portuguesa após a Revolução de 5 de Outubro de 1910, mas os primeiros passos para a sua implantação já tinham sido dados em 1891, no Porto, e com o regicídio, em 1908.Em 1926 um golpe de estado pôs fim à 1.ª república e instaurou-se uma ditadura militar que vigorou até 1930 com a entrada em cena de António de Oliveira Salazar que em 1930 foi nomeado presidente do Conselho (chefe do Governo), dando início ao novo regime a que se deu o nome de Estado Novo que só viria a ser derrubado com a Revolução de 25 de Abril de 1974.
Nos finais do século XIX aumenta a vontade de mudança devido a uma série de factores: A crise do Ultimato inglês, a débil situação económica pelo facto de o país continuar a ser essencialmente agrícola, a fraca industrialização que se limitava a alguns sectores e às zonas de Lisboa e Porto, a falência dos bancos e de muitas pequenas e médias empresas. Tudo isto fez aumentar o descontentamento social, não só dos operários, com salários baixos e ameaçados pelo desemprego e dos camponeses na extrema pobreza, mas também de largos sectores da burguesia que se organizam em sociedades secretas (a Maçonaria e a Carbonária) e iniciam uma intensa campanha contra a monarquia. Tudo parecia ser culpa da Monarquia!
Os antecedentes da queda da Monarquia
O descrédito perante a Monarquia já se fazia sentir em 1880, aquando do Tricentenária da Morte de Camões.
Durante essas comemorações os populares davam vivas à República, manifestando o seu repúdio pela Monarquia, enquanto os intelectuais republicanos aguardavam ansiosamente por uma melhor oportunidade para derrubar o regime.
Durante essas comemorações os populares davam vivas à República, manifestando o seu repúdio pela Monarquia, enquanto os intelectuais republicanos aguardavam ansiosamente por uma melhor oportunidade para derrubar o regime.
Em 31 de Janeiro de 1891 surge na cidade do Porto a primeira tentativa de derrube da Monarquia. Mas a revolta falhou, dela resultando 12 mortos e 41 feridos entre os revoltosos.
Entretanto, o rei decide nomear João Franco como Ministro das finanças para tentar resolver a grave crise financeira e amenizar a situação. Mas João Franco instaura um regime ditatorial, fazendo crescer ainda mais a contestação.A impopularidade crescente do rei e o clima de contestação gerado pela ditadura de João Franco, contribuíram para o regicídio.
No dia 1 de Fevereiro de 1908, o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe, são assassinados no Rossio, quando a família real se deslocava de coche por entre a multidão. Depois disso esperava-se a todo o momento a Revolução.
Ela surgiria dois anos depois!
A implantação da República
Enfim, a Revolução decisiva! Durante todo o dia de 4 de Outubro de 1910 se ouviram tiros nas ruas de Lisboa.
A população amotinou-se em cada esquina, improvisando barricadas. A Marinha interveio em favor dos republicanos, e logo pela manhã do dia 5 de Outubro as tropas fiéis ao rei, aquarteladas no Rossio, rendiam-se.
A população amotinou-se em cada esquina, improvisando barricadas. A Marinha interveio em favor dos republicanos, e logo pela manhã do dia 5 de Outubro as tropas fiéis ao rei, aquarteladas no Rossio, rendiam-se.
Proclamada a República, nessa manhã, foi nomeado um governo provisório sob a presidência de Teófilo Braga que elaborou as primeiras leis da 1.ª República.
A família real embarcou para o exílio e a notícia foi chegando dias depois, semanas depois, em alguns casos, aos vários cantos do País.
Alguns dias depois, talvez em Valpaços…
Texto e ilustrações de Leonel Salvado
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