Foi em terras de Valpaços que José Teixeira da Silva essa figura imortalizada na tradição popular com o nome de Zé do Telhado e visto como um Robim dos Bosques português ou uma espécie de Guevara das guerras liberais, cometeu uma das suas mais admiráveis proezas e que um dia no cárcere da Relação do Porto haveria de relatar ao seu campanheiro de cela, o romancista Camilo de Clo. Branco. Entendido por uns como um ladrão sem escrúpulos, «filho de um capitão de ladrões, Joaquim do Telhado, que saía ao Marão», para citarmos o Padre João Vaz de Amorim que, nem por isso lhe retira o mérito de valente lidador, primeiro como lanceiro da rainha cuja bravura foi notada na Revolta dos Marechais pelo próprio Saldanha ao lado do qual combateu, o que lhe valeu ter sido dado como ordenança de Sá da Bandeira, é considerado por outros como uma figura esforçada em favor dos mais fracos e que só a postura firme e imperturbável contra as injustiças sociais cometidas por alguns «arrogantes remediados», o obrigou a fazer-se fora-da-lei e contra eles cometer alguns assaltos.
O Padre João de Amorim descreveu assim na revista Aquae Flavie a grandiosa façanha de Zé do Telhado em Valpaços:
Acompanhou a expedição de Sá da Bandeira a Valpaços, a quem foi dado como ordenança. As proezas cometidas nessa temerosa e mal sortida batalha, estão descritas nas condecorações da Torre-e-Espada, que o Visconde por sua própria mão lhe apresilhou na farda. Fora o caso de do cômoro de uma ribanceira alguns soldados do regimento traidor apontarem armas ao General, conturbado pela fumaça das descargas. ZÉ DO TELHADO arrancou a cavalo a toda a brida, toma as rédeas do cavalo do General, obriga-o a saltar um valado.
Mal deram o salto, as balas passaram poucas polegadas acima das cabeças de ambos. A este tempo três soldados de cavalaria avançaram desapoderados sobre o General. ZÉ DO TELHADO, embarga-lhes a retirada e derramando o primeiro de um golpe, fere mortalmente o segundo e persegue o terceiro, que fugia, até lhe arrancar a vida pelas costas.
Quando voltou da facção já o General tinha a medalha suspensa que o VALENTE recebeu com mais delicadeza que entusiasmo de honras.
Por: Leonel Salvado
Fonte: José Lourenço Montanha de Andrade, Valpaço-lo-Velho.
Imagem ilustrativa in http://agualisa6.blogs.sapo.pt
O Padre João de Amorim descreveu assim na revista Aquae Flavie a grandiosa façanha de Zé do Telhado em Valpaços:
Acompanhou a expedição de Sá da Bandeira a Valpaços, a quem foi dado como ordenança. As proezas cometidas nessa temerosa e mal sortida batalha, estão descritas nas condecorações da Torre-e-Espada, que o Visconde por sua própria mão lhe apresilhou na farda. Fora o caso de do cômoro de uma ribanceira alguns soldados do regimento traidor apontarem armas ao General, conturbado pela fumaça das descargas. ZÉ DO TELHADO arrancou a cavalo a toda a brida, toma as rédeas do cavalo do General, obriga-o a saltar um valado.
Mal deram o salto, as balas passaram poucas polegadas acima das cabeças de ambos. A este tempo três soldados de cavalaria avançaram desapoderados sobre o General. ZÉ DO TELHADO, embarga-lhes a retirada e derramando o primeiro de um golpe, fere mortalmente o segundo e persegue o terceiro, que fugia, até lhe arrancar a vida pelas costas.
Quando voltou da facção já o General tinha a medalha suspensa que o VALENTE recebeu com mais delicadeza que entusiasmo de honras.
Por: Leonel Salvado
Fonte: José Lourenço Montanha de Andrade, Valpaço-lo-Velho.
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