O fotógrafo que à época (anos 20 do século passado) conseguiu este belo registo da então ainda vila de Valpaços não imaginava, certamente, as profundas alterações que a mão humana iria implementar alterando, também profundamente, o espaço urbano a que hoje damos a designação de centro histórico ou, se quisermos, a parte mais antiga da urbe. E também não estaria à espera que, de uma forma, diria, um pouco grosseira, alguém viesse a utlizar o seu documento fotográfico para ilustrar uma possível comparação da Valpaços desse tempo com a de hoje.
Não duvido que os mais idosos e aqueles que, por motivos de vária ordem, se interessam pela terra e pela sua evolução, procedendo, aqui e ali, a algum tipo de investigação, façam uma descrição objectiva do que a foto nos deixa observar. Mas também é fácil perceber que os menos atentos terão alguma dificuldade na interpretação do documento.
Atrevi-me, então, a colocar sobre o postal (disso se trata, afinal!) algumas referências numéricas que, sucintamente, passarei a descrever:
Aqui está o aspecto actual da zona representada na fotografia anterior. Vale a pena comparar.
1.Trata-se de um edifício que já não existe. Foi construido após a abertura da estrada para Mirandela e era pertença de Eduardo Nunes, um comerciante oriundo de Viseu, que aqui conheceu uma viúva, com quem veio a casar. O desaparecimento desta casa deveu-se a um incêndio que a destruiu, em 19/20 de Dezembro de 1930 (decorria a Feira do Peixe), e está associado ao facto de, pela primeira vez, se terem visto actuar em Valpaços duas corporações de bombeiros (Chaves e Mirandela), cada uma com um carro de combate a incêndios.
2. Este muro, que ainda resiste (uma parte dele, obviamente), serve para referenciar a rua a que serve de suporte, exactamente a Rua das Latadas (vai da Rua Dr. Francisco José de Medeiros à Rua do Tramagal).
3. Trata-se do solar de Maurite.
4. Outro solar, neste caso o dos Morgados.
Meu avô era de Valpaços, familia Rafael
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