terça-feira, 20 de abril de 2010

Santa Eulália

É a Santa padroeira da freguesia de Santa Valha. A propósito deste Santa colocam-se duas questões que podem ser discutíveis. Uma tem a ver com a origem do topónimo Santa Valha, havendo quem a relacione com Santa Eulália e quem duvide desta tese, argumentando que em português arcaico já se usavam as formas de Santa Olaia, Santa Ovaia e mesmo de Santa Valha. A outra questão é a que se prende com a identidade da própria Santa Eulália, uma vez que existiram duas Santas com esse nome, pela mesma época (finais do século III e inícios do século IV), e com semelhante hagiografia, isto é, ambas virgens mártires e do Cristianismo Primitivo: Eulália de Barcelona e Eulália de Mérida. O facto de que esta cidade era então a capital da Lusitânia abona em favor da Santa Eulália de Mérida como o orago de Santa Valha, sendo neste sentido que ela é considerada no site da respectiva Junta de Freguesia, que entendemos subscrever.

Eulália de Mérida (finais do século III - inícios do século IV) é uma santa cristã, virgem e mártir, festejada a 10 de Dezembro.[…].
Foi martirizada aos doze anos por Daciano, que seguia as ordens dos imperadores Diocleciano e Maximiano. Sepultada em Mérida, capital da Lusitânia, parece que algumas das suas relíquias terão ido para Barcelona, donde a confusão com a santa homónima. É cantada na célebre cantilena de Santa Eulália (ou sequência de Santa Eulália), o primeiro texto poético em língua francesa, de fins do século IX.
Santa Eulália, filha de pais ilustres da Espanha, nasceu pelos fins do século dois. Já na meninice deu sinais inequívocos de alma privilegiada. Inimiga da vaidade e dos divertimentos geralmente queridos pela mocidade feminina, Eulália procurou unicamente agradar ao Esposo Divino e adornar a alma de virtudes cristãs.
Tendo apenas doze anos de idade deu provas de coragem admirável, na defesa da honra do divino Esposo. Quando, em 304, o imperador Maximiano encetou perseguição crudelíssima contra os cristãos, Eulália sentiu o coração tomado de ardente desejo de oferecer a Jesus o sacrifício da sua vida. Para não expor a filha ao perigo que a ameaçava, os pais procuraram moderar o entusiasmo da mesma e esconderam-na numa casa longe da cidade. Inútil foi a preocupação. O amor de Deus e o desejo do martírio eram tão fortes na alma da donzela, que esta, iludindo a vigilância dos parentes e aproveitando-se do silêncio e das trevas da noite, fez a viagem de algumas horas, para chegar à cidade. Sem demora se dirigiu ao palácio do juiz e, estando na presença do executor das ordens imperiais, invectivou-o energicamente por causa da idolatria. O Pretor, pasmo de ver tamanha coragem em uma jovem de tão pouca idade, entregou-a aos soldados para que a castigassem. Prevalecendo-lhe, porém, por um momento os sentimentos humanos na alma, já acostumados às crueldades da carnificina, procurou ganhar a simpatia de Eulália e ganhá-la para a religião oficial. Eulália, porém, em vez de responder à voz blandiciosa do sedutor, atirou para longe o turíbulo, com que devia incensar as imagens das divindades.
Foi o bastante para ser entregue à tortura. Com ferros em brasa os algozes queimaram o corpo da donzela. Esta, cheia de alegria e gratidão para com Deus, exclamou em alta voz: “Agora, meu Jesus, vejo em meu corpo os traços da Vossa Sagrada Paixão”. Tendo aplicado ainda outros tormentos, os algozes recorreram finalmente ao fogo e no meio das chamas Eulália entregou o espírito a Deus. O historiador Prudêncio, a quem devemos a narração do martírio de Santa Eulália, diz que o próprio algoz viu a alma da mártir, em forma de pomba, subir ao céu.
Eulália morreu em 304 e seu corpo repousa na Igreja de Mérida, onde sofreu o martírio.
São Gregório de Tours conta que no adro daquela Igreja existiam três árvores, que no dia da festa de Santa Eulália, se cobriam de flores aromáticas, as quais, aplicadas a doentes, deram-lhes cura das moléstias.

Fonte: texto e imagem in http://www.santavalha.com/freguesia.htm
Id. in http://www.paginaoriente.com/santosdaigreja/fev/eulalia1202.htm

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