sábado, 2 de outubro de 2010

Novidades sobre Stonehenge, uma constante insuperável


Stonehenge, Kieran Doherty/Reuters

Efectivamente, não cessam de surgir novas curiosidades sobre a importância e o possível significado do conjunto megalítico situado na planície de Salisbury perto a Amesbury, no condado de Wiltshire, Sul da Inglaterra que se atribui à Idade do Bronze, é Património Mundial da Unesco e foi um dos candidatos às novas sete maravilhas do Mundo. A razão da sua existência tem permanecido até hoje um mistério – centro religioso, para uns, local de consulta astrológica para outros, ou ambas as coisas, a única certeza que dele subsiste, na expressão do autor da Notícia “com História” que desta vez vamos transcrever, é «a incerteza da razão que sempre atraiu inúmeras pessoas a este local».
Desta vez trata-se de um esqueleto descoberto a menos de 5 Quilómetros do monumento.


Esqueleto encontrado em Stonehenge veio do Mediterrâneo
Testes químicos realizados ao esqueleto sepultado perto de Stonehenge, mostram que o adolescente de 3550 anos cresceu junto ao Mar Mediterrâneo.


O esqueleto do «Rapaz do Colar ambar», encontrado perto de Stonehenge
Wessex Archaeology/AP Photo

Stonehenge é um dos locais mais visitados de Inglaterra. E parece que isso sempre foi assim.
O esqueleto de um jovem, de 14 ou 15 anos, sepultado há 3550 anos a menos de cinco quilómetros de Stonehenge e encontrado em 2005, veio do Mediterrâneo, o que demonstra a importância deste local como um destino "turístico". Esta foi a conclusão dos cientistas britânicos responsáveis pela descoberta.
O adolescente, apelidado de "O Rapaz do Colar Âmbar" por ter sido sepultado com uma série de contas de cor âmbar à volta do pescoço, é apenas um dos muitos restos mortais "estrangeiros" encontrados junto a Stonehenge, cuja razão da sua existência é desconhecida.


Grandes distâncias até Stonehenge
Jane Evans, do Serviço Geológico Britânico, disse hoje à Associated Press que esta descoberta, datado de 1550 A.C. "realça a diversidade daqueles que vinham até Stonehenge de toda a Europa".
Estas afirmações foram apoiadas por Timohy Darvill, um estudioso deste local, que num e-mail realça a importância deste achado. "Isto só vem reforçar a ideia de que as pessoas faziam grandes distâncias até Stonehenge, o que indica que este seria um local de culto. Percorrer grandes distâncias era mais comum do que normalmente se pensa".
O colar do esqueleto encontrado em 2005 terá sido uma das provas para o identificar como um dos visitantes. A ligação ao Mar Mediterrâneo foi feita através de uma técnica, conhecida como análise isotópica, que mediu a proporção de estrôncio e de oxigénio no esmalte dentário.
As várias regiões têm diferentes misturas de elementos que são absorvidas pelo esmalte dentário, como a água que consumimos, o que permitiu identificar este jovem como vindo do Mediterrâneo.


O Arqueiro é mais antigo

Mas "O Rapaz do Colar Âmbar" é apenas um dos vários visitantes de longa distância desta época. O "Arqueiro de Amesbury", encontrado junto a Amesbury com várias cabeças de seta de pedra, será do início da Idade do Bronze, e a sua descoberta permitiu encontrar alguns dos mais antigos utensílios em ouro e cobre no Reino Unido. Terá vivido há cerca de 4300 anos.

O "arqueiro" era oriundo da Europa da Leste e viajou numa altura em que a metalurgia ainda se estava a instalar no Reino Unido. "Vemos o início da Idade do Bronze como um período de grande mobilidade na Europa. Pessoas, ideias e objetos estão a viajar muito rapidamente durante um século ou dois " conta o arqueólogo Andrew Fitzpatrick à BBC.
"Na altura em que o rapaz do colar foi sepultado não havia grandes tecnologias a chegar a Inglaterra... Temos de olhar para os grupos de pessoas, porque estamos a falar de um jovem, estariam a percorrer grandes distâncias" disse o arqueólogo de Wessex, especulando que famílias viriam de longe porque Stonehenge era já na altura um sítio muito importante e incrivelmente conhecido. "Mas não sabemos isso..." concluiu.
Estas descobertas serão discutidas num simpósio organizado em Londres, que marca os 175 anos do Serviço Geológico Britânico.


O mistério das pedras

Stonehenge existe há mais de cinco mil anos e é, à primeira vista, um aglomerado de menires. Certamente que cumpriu uma função cerimonial importante e à sua volta tem várias ruínas e túmulos pré-históricos.
Há quem diga que serviu como um centro de adoração do sol para algum culto primitivo, outros afirmam que seria uma espécie de calendário astronómico e depois há também quem opte pela sempre presente e fácil resposta: é obra extra-terrestre.

Por Jorge Fonte in http://aeiou.expresso.pt/, 29 de Setembro de 2010, categoria: Tecnologia e Ciência
Imagens: Id.

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