Stonehenge, Kieran Doherty/Reuters
Efectivamente, não cessam de surgir novas curiosidades sobre a importância e o possível significado do conjunto megalítico situado na planície de Salisbury perto a Amesbury, no condado de Wiltshire, Sul da Inglaterra que se atribui à Idade do Bronze, é Património Mundial da Unesco e foi um dos candidatos às novas sete maravilhas do Mundo. A razão da sua existência tem permanecido até hoje um mistério – centro religioso, para uns, local de consulta astrológica para outros, ou ambas as coisas, a única certeza que dele subsiste, na expressão do autor da Notícia “com História” que desta vez vamos transcrever, é «a incerteza da razão que sempre atraiu inúmeras pessoas a este local».
Desta vez trata-se de um esqueleto descoberto a menos de 5 Quilómetros do monumento.
Testes químicos realizados ao esqueleto sepultado perto de Stonehenge, mostram que o adolescente de 3550 anos cresceu junto ao Mar Mediterrâneo.
O esqueleto do «Rapaz do Colar ambar», encontrado perto de Stonehenge
Wessex Archaeology/AP Photo
Stonehenge é um dos locais mais visitados de Inglaterra. E parece que isso sempre foi assim.
O esqueleto de um jovem, de 14 ou 15 anos, sepultado há 3550 anos a menos de cinco quilómetros de Stonehenge e encontrado em 2005, veio do Mediterrâneo, o que demonstra a importância deste local como um destino "turístico". Esta foi a conclusão dos cientistas britânicos responsáveis pela descoberta.
O adolescente, apelidado de "O Rapaz do Colar Âmbar" por ter sido sepultado com uma série de contas de cor âmbar à volta do pescoço, é apenas um dos muitos restos mortais "estrangeiros" encontrados junto a Stonehenge, cuja razão da sua existência é desconhecida.
Grandes distâncias até Stonehenge
Jane Evans, do Serviço Geológico Britânico, disse hoje à Associated Press que esta descoberta, datado de 1550 A.C. "realça a diversidade daqueles que vinham até Stonehenge de toda a Europa".
Estas afirmações foram apoiadas por Timohy Darvill, um estudioso deste local, que num e-mail realça a importância deste achado. "Isto só vem reforçar a ideia de que as pessoas faziam grandes distâncias até Stonehenge, o que indica que este seria um local de culto. Percorrer grandes distâncias era mais comum do que normalmente se pensa".
O colar do esqueleto encontrado em 2005 terá sido uma das provas para o identificar como um dos visitantes. A ligação ao Mar Mediterrâneo foi feita através de uma técnica, conhecida como análise isotópica, que mediu a proporção de estrôncio e de oxigénio no esmalte dentário.
As várias regiões têm diferentes misturas de elementos que são absorvidas pelo esmalte dentário, como a água que consumimos, o que permitiu identificar este jovem como vindo do Mediterrâneo.
Mas "O Rapaz do Colar Âmbar" é apenas um dos vários visitantes de longa distância desta época. O "Arqueiro de Amesbury", encontrado junto a Amesbury com várias cabeças de seta de pedra, será do início da Idade do Bronze, e a sua descoberta permitiu encontrar alguns dos mais antigos utensílios em ouro e cobre no Reino Unido. Terá vivido há cerca de 4300 anos.
O "arqueiro" era oriundo da Europa da Leste e viajou numa altura em que a metalurgia ainda se estava a instalar no Reino Unido. "Vemos o início da Idade do Bronze como um período de grande mobilidade na Europa. Pessoas, ideias e objetos estão a viajar muito rapidamente durante um século ou dois " conta o arqueólogo Andrew Fitzpatrick à BBC.
"Na altura em que o rapaz do colar foi sepultado não havia grandes tecnologias a chegar a Inglaterra... Temos de olhar para os grupos de pessoas, porque estamos a falar de um jovem, estariam a percorrer grandes distâncias" disse o arqueólogo de Wessex, especulando que famílias viriam de longe porque Stonehenge era já na altura um sítio muito importante e incrivelmente conhecido. "Mas não sabemos isso..." concluiu.
Estas descobertas serão discutidas num simpósio organizado em Londres, que marca os 175 anos do Serviço Geológico Britânico.
Stonehenge existe há mais de cinco mil anos e é, à primeira vista, um aglomerado de menires. Certamente que cumpriu uma função cerimonial importante e à sua volta tem várias ruínas e túmulos pré-históricos.
Há quem diga que serviu como um centro de adoração do sol para algum culto primitivo, outros afirmam que seria uma espécie de calendário astronómico e depois há também quem opte pela sempre presente e fácil resposta: é obra extra-terrestre.
Por Jorge Fonte in http://aeiou.expresso.pt/, 29 de Setembro de 2010, categoria: Tecnologia e Ciência
Imagens: Id.
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