sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Manuel Buiça, o homem que alvejou o rei D. Carlos

A Câmara Municipal de Vinhais decidiu assinalar o centenário da Implantação da República com a atribuição do nome de Manuel Buíça a um largo da vila.

O transmontano é uma das mais importantes figuras ligadas à República, bem como do golpe que ditou o fim da monarquia em Portugal.
Trata-se de um largo que já existia, próximo do pavilhão onde decorre a feira do fumeiro. “O largo não tinha nome. É um acto simbólico que pode ser condenado. Para muitos o regicida é um herói nacional, mas para outros é um assassino”, afirmou o vereador do pelouro sócio-cultural da Câmara de Vinhais, Roberto Afonso.
Manuel dos Reis da Silva Buíça nasceu em Bouçoais (Valpaços), a 30 de Dezembro de 1876 e faleceu em Lisboa, a 1 de Fevereiro de 1908. Era filho do reverendo Abílio da Silva Buíça, abade de Vinhais, e de Maria Barroso.
Os seus estudos primários realizaram-se no concelho que, agora, vai baptizar uma largo com o seu nome. “Decidimos fazer esta homenagem, tanto mais que é uma figura tão ligada à República e ao fim da monarquia e tendo ele ligações a Vinhais era uma forma de assinalar o centenário”, explicou o autarca.
Na base da escolha do largo está o facto de ser o mais próximo da casa do Abade de Vinhais, pai do regicida.
A própria figura do abade é curiosa, uma vez que o clero da altura estava mais associado à monarquia.
Aliás, “foi publicada na revista Ilustração Portuguesa uma fotografia em que aparece o abade ao lado de uma menina que segura a bandeira da República”, acrescentou o vereador.
Na altura, a revista dedicou uma reportagem alargada sobre Vinhais, concretamente de um período de incursão monárquica, um ano após a Implantação da República, em 1910. “Várias pessoas vieram da zona da Sanábria, onde tinham montado um acantonamento, e entraram em Portugal pela zona de Cova de Lua. Em Vinhais ocuparam a Câmara Municipal e hastearam a bandeira monárquica durante algumas horas, até que chegaram os reforços republicanos vindos de Chaves”, relata Roberto Afonso, que tem vindo a dedicar à investigação do papel de Vinhais no derrube da monarquia.

Monárquicos ainda chegaram a hastear bandeira em Vinhais, após o 5 de Outubro de 1910

“O abade de Buíça recebeu os republicanos que vinham de fora. É curioso porque a implantação monárquica liderada por Paiva Couceiro teve associada figuras ligadas à igreja e aqui havia um abade republicano ”, acrescentou o autarca.
No concelho ainda há descendência da geração Buíça, nomeadamente em Lagarelhos, onde existe uma família com este nome. “O Armando Fernandes, consultor gastronómico, será um dos descendentes”, revela Roberto Afonso, que não deixa de achar “estranho” que aqui em Vinhais o regicídio não tenha sido muito falado. “Até há muita gente que nem sabe quem foi Manuel Buíça. É muito provável que tenha sido uma forma de apagar essa imagem”, frisou o responsável autárquico.

Fonte e imagem:
http://www.jornalnordeste.com/noticia.asp?idEdicao=336&id=14689&idSeccao=3022&Action=noticia

4 comentários:

  1. Em CASCAIS tambem ,,eu sou um deles ,e mais kuatro irmaos .gostaria de saber onde fica Lagarelhos.se alguem poder me informar agradeço ,,obrigado

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    1. Aqui em Lisboa somos mais 15
      Descendentes de dois ramos diferentes...

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  2. Lagarelhos, no caso, situa-se no concelho de Chaves. Sirva-se do link:
    http://chaves.blogs.sapo.pt/219519.html

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  3. Nota de rectificação.

    A aldeia em questão, onde existe descendência do Abade de Vinhais, Abílio da Silva Buíça, pai do regicida Manuel dos Reis da Silva Buíça, é Lagarelhos do concelho de Vinhais.
    Pois havendo três aldeias com o mesmo nome (Lagarelhos) em concelhos diferentes (Vinhais, Chaves, Cinfães), nasce a confusão da localização da mesma.

    GOOGLE MAPS:
    ( https://maps.google.pt/maps?q=lagarelhos+vinhais&ie=UTF-8&ei=k5SoUs-iOInT7Aaj1YCYBA&ved=0CAgQ_AUoAg )

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