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Santo Antão, abade, óleo de Francisco de Zurbaran (1598 - 1664),
Palácio Pitti, Galeria Palatina, Florença, Itália
Palácio Pitti, Galeria Palatina, Florença, Itália
Santo Antão do Deserto, também conhecido como Santo Antão do Egipto, Santo Antão, o Grande, Santo Antão, o Eremita, Santo Antão, o Anacoreta, ou ainda O Pai de Todos os Monges, é comummente considerado como o fundador do monaquismo cristão.
Uma vez que o seu nome latino é Antonius, em traduções displicentes de obras onde o seu nome figura para a língua portuguesa, o nome do santo tem sido vertido como António do Deserto, do Egipto, o Grande, ... (nome que, de resto, mantém nas demais línguas europeias), mas que tem suscitado confusões, pela homonímia, com o Santo António de Lisboa. Trata-se, pois, de dois santos distintos e, para melhor diferenciá-los, é preferível optar pelo nome - de resto já consagrado pela tradição vernácula -, de Santo Antão.
A sua vida foi relatada por Santo Atanásio de Alexandria, na Vita Antonii cerca de 360. Segundo este, teria nascido em 251, na Tebaida, no Alto Egipto, e falecido em 356, portanto com cento e cinco anos de idade.
Cristão fervoroso, com cerca de vinte anos tomou o Evangelho à letra e distribuiu todos os seus bens pelos pobres, partindo de seguida para viver no deserto. Aí, segundo o relato de Atanásio, e tal como sucedera com Jesus, foi tentado pelo Diabo, mas por muito mais que os quarenta dias que durou a Jesus, não hesitando os demónios em atacá-lo. Porém, Antão resistiu às tentações e não se deixou seduzir pelas tentadoras visões que se multiplicavam à sua volta.
O seu nome começou a ganhar fama, e começou a ser venerado por numerosos visitantes, sendo visitado no deserto por inúmeros peregrinos.
Em 311 viajou até à Alexandria para ajudar os cristãos perseguidos por Maximino Daia, e regressou em 355 para impugnar a doutrina ariana. Foi considerado santo em vida, capaz de realizar milagres. Levou muitos à conversão. Morreu centenário no ano de 356.
A vida de Santo Antão e as suas tentações inspiraram numerosos artistas, designadamente Hieronymus Bosch, Pieter Brueghel, Dali, Max Ernst, Matthias Grünewald, Diego Velázquez ou Gustave Flaubert.
Os religiosos que, tornando-se monges, adaptaram o modo de vida solitário de Antão, chamaram-se eremitas ou anacoretas, opondo-se aos cenobitas que escolheram viver em comunidades monásticas.
Em 1095, foi fundada uma ordem à qual foi atribuído o seu nome: os Antonianos (Canonici Regulares Sancti Antonii - CRSA).
O mais reconhecido Padre do Deserto e um dos maiores Padres da Igreja é celebrado por todas as confissões cristãs a 17 de Janeiro.
In http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%A3o_do_DesertoO Culto a Santo Antão no concelho de Valpaços
Segundo o Reverendo Padre Jorge Fernandes, “Santo Antão, que hoje veneramos, é, a par com Santa Bárbara, dos santos mais populares e com maior veneração pelas nossas terras rurais. Tal deve-se ao facto de ser apresentado e invocado como protector dos animais domésticos, especialmente dos porcos. Conta-se nas narrativas da sua vida que o seu isolamento voluntário do mundo foi tal, que as únicas criaturas que lhe faziam alguma companhia em todo o tempo da sua fuga do mundo para viver apenas concentrado na contemplação do Criador, foram alguns animais domésticos (entre os quais, os porcos). Também por isso, a sua representação iconográfica surge muito frequentemente acompanhada por um destes animais.” *
Santo Antão é o Santo Padroeiro de Pardelinha, aldeia anexa à freguesia de Santa Valha da realização de cuja festa se diz assim, no respectivo site:
“Tem também uma Capela no centro da aldeia, e o seu Santo Padroeiro, é o Santo Antão. A festa em sua honra, sempre foi até ao início da década de 2000, no dia 17 de Janeiro. Porém, com a diminuição acentuada nesta última década dos seus habitantes, e ainda, e sobretudo, com a alteração do modo de vida das pessoas de hoje em dia, os “Mordomos da Festa” também se viram obrigados, a exemplo de outras pequenas localidades, a acompanhar a evolução dos tempos, alterando o dia festivo do Santo, para o dia de domingo imediatamente a seguir, dia de descanso, e de maior disponibilidade das pessoas da terra, familiares, amigos, e outros visitantes.”
In http://www.santavalha.com
Ainda segundo o Reverendo Padre Jorge Fernandes, “Além da grande devoção que se conhece em Pardelinha, freguesia de Santa Valha, Santo Antão é igualmente o padroeiro de Amoinha Nova, freguesia de Santiago da Ribeira de Alhariz, onde neste dia houve, decerto, sermão e missa solene, e dia santo, claro. Também noutras aldeias, muitas, ele encontra grande devoção por parte do povo, como por exemplo em Alfonge e Sadoncelho, freguesia de Ervões, existindo na Capela de Sadoncelho uma bela imagem deste Santo em lugar de destaque, como na devoção e veneração popular.” *
*Notas adicionais retiradas dos comentários diligentemente concedidas pelo Reverendo Padre Jorge a este post em 18 de Janeiro de 2011.
Para consultar a Vida de Santo Antão, escrita por Santo Atanásio, no site cristão ortodoxo “ECCLESIA”, clique AQUI.
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