Sebastião Lucas da Fonseca, Matateu,
in http://belenensesilustrado.blogspot.com
Dois dias após o 58.º Aniversário de Eusébio, a 27 de Janeiro de 2000, falecia no Canadá, aos 72 anos, esta outra grande “lenda” do futebol português de origem moçambicana que foi Sebastião Lucas da Fonseca (ou Lucas Sebastião da Fonseca), conhecido como Matateu, alcunha que, a crer no que foi publicado a 27 de Maio de 2009 no blogue “Os Belenenses”, deriva da expressão em landim “Ma’ Tateu” cujo significado literal é “crosta de pele” e que talvez lhe tenha sido atribuída devido às marcas que costumava ter em consequência dos “pelados da bola”, as suas “primeiras “medalhas” nos desafios do bairro. Matateu foi, na verdade o primeiro grande jogador português nascido em Moçambique, aliás na mesma cidade de “o Pantera Negra” – Lourenço Marques (Maputo), a 26 de Julho de 1927, e é considerado como um dos maiores jogadores de topo de sempre, quer ao serviço do Belenenses, quer da Selecção Portuguesa de Futebol, com a curiosa particularidade de ser comparado ao legendário futebolista britânico Stanley Matthews, devido à sua longevidade – jogou até aos 50 anos de idade. Foi um dos quatro filhos de Lucas Matambo, tipógrafo, e de Margarida Heliodoro, nascidos no bairro pobre do Alto Mahé. Do seu sangue, destacou-se ainda no futebol do Belenenses o também conhecido Vicente, o mais novo dos seus irmão, que ingressou no mesmo clube com o epíteto de ”Matateu II”, a 30 de Junho de 1954 e, com apenas 19 se estreou, juntando-se ao irmão e honrando a estirpe familiar, encantando com ele “os Belenenses, o País e o Mundo”, mas insistindo junto dos seus fãs que o tratassem por Vicente e não por "Matateu II".
Matateu, menino-prodígio do futebol português dos anos 50, recordado com saudade pelos portugueses e em especial pelos adeptos do Belenenses, quando esta era então a terceira maior equipa da capital, foi descoberto por um antigo jogador desta equipa nacional e campeão de Portugal em 1932, João Belo, quando Matateu jogava no 1º de Maio, a equipa local laurentina que viria a transformar-se na filial africana do Belenenses, e logo em 1951, com 24 anos, a jovem promessa moçambicana assinou e passou a jogar na equipa de Belém. Foi nesta fase áurea da sua carreira que adquiriu a reputação, que ainda hoje perdura entre os mais orgulhosos adeptos do clube azulado, de ter sido, talvez, “o melhor ponta-de-lança português de sempre”. No decurso dos anos 60, numa fase descendente da sua carreira, passou por diversos clubes de menor importância, tais como o Atlético Clube de Portugal que foi, segundo se conta, graças a ele que ascendeu à I Divisão, e o Amora que com a sua participação logrou chegar a campeão distrital e chegar à III divisão. Em 1970 partiu para o Canadá, onde continuou a jogar até à idade de 50 anos. Entretanto de 1953 a 1960, serviu na Selecção Nacional em vários jogos amigáveis e de qualificação para as taças do mundo e europeias, designadamente para a Copa do Mundo de 1958, em que a Itália foi batida por 3 – 0, no Estádio do Jamor, e nas Qualificações para o Euro 1960, contra a Alemanha Oriental (em Berlim-leste) e a Jugoslávia (no Jamor), a 21 de Junho de 1959 e a 8 de Maio de 1960, respectivamente. Este foi o seu último jogo ao serviço da Selecção, aos 32 anos de idade.
Existe uma biografia, em 110 páginas da autoria de Fernando Correia editada em 2006 pela Sete Caminhos. Para conhecer a ficha técnica, sinopse ou as condições para aquisição desta obra, clique AQUI.
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