Por Manuel Terra, 6 de Outubro de 2010
A Igreja se Santo António da Polana na actualidade, foto de Aurélio Terra
Por muito que o tempo tente desgastar a saudade, a persistência da sensibilidade “conduz-me” até lá outra vez para não deixar esmorecer as emoções e paixões que não consigo esquecer. O fascínio das evocações traz-me a lembrança da magnificente beleza da Polana.
Poderá dizer-se que começava no eixo da Av. 24 de Julho com a Av. António Enes (hoje Julius Nyerere) até ao sumtuoso Bairro de Sommerschield. Uma artéria caraterizada por duas longas faixas de rodagem, pinceladas pela tonalidade rubra das acácias e jacarandás, que permitiam aos transeuntes caminhar protegidos do sol inclemente. Era a chamada parte alta da cidade onde os edifícios de altura considerável, predominavam. No cruzamento com Av. Massano de Amorim (hoje Mao Tse Tung) muito próximo da paragem do machimbombo municipal da carreira 5, situava-se o Hotel Polana uma das melhores unidades hoteleiras de África Austral, inaugurado em 1922 de invejável traça colonial, com um parque de estacionamento embelezado por um pequeno palmar e canteiros tratados a gosto. Um verdadeiro 5 estrelas conhecido sobejamente além fronteiras. Curiosamente ainda eram visíveis no asfalto daquela via os carris metálicos que serviram os elétricos, que a cidade conhecera até 1929, com paragem obrigatória frente ao hotel. Na retaguarda a partir das suas piscinas obtinha-se uma vista panorâmica que se estendia desde o Miradouro, Rampa do Caracol e a antiga Rua Trigo de Morais que ligava a Estrada da Marginal às praias arenosas e esbranquiçadas compreendidas entre o Restaurante o Dragão de Ouro( hoje já demolido) que deu lugar ao Hotel Holiday e ao Miramar(totalmente transformado). Mas a área da Polana tinha mais referências, como o Restaurante Sheik(que ricos repastos) onde se podia jantar ao som de uma orquestra . As refeições tinham quase sempre marcação antecipada. Nas suas traseiras descortinava-se o Parque José Cabral (hoje Parque dos Continuadores) uma enorme área verde arborizada, onde nas suas pistas se realizavam as provas de Atletismo e por lá passaram nomes sonantes da modalidade. No final de linha avistava-se o Prédio Bucellato encravado no excêntrico Bairro de Sommerschield, um luxuoso complexo de vivendas e mansões, que faziam o sonho dos seus moradores. Também não poderia deixar de destacar A Igreja de Santo António da Polana inserida numa superfície verdejante, vincada por um estilo de arquitetura moderna que ganhou o epitrope de espremedor de laranja, dada a sua configuração. O seu interior era iluminado durante o dia pelos efeitos especiais dos raios solares que extravasavam os vitrais coloridos do templo. Tive a felicidade de conhecer aquele belo espaço, onde as cerimónias religiosas contagiavam os fieis. São estas imagens ainda muito vivas, de uma cidade que não consigo esquecer, que me levam a constantes incursões ao passado numa espécie de desafio ao tempo e memórias.
Poderá dizer-se que começava no eixo da Av. 24 de Julho com a Av. António Enes (hoje Julius Nyerere) até ao sumtuoso Bairro de Sommerschield. Uma artéria caraterizada por duas longas faixas de rodagem, pinceladas pela tonalidade rubra das acácias e jacarandás, que permitiam aos transeuntes caminhar protegidos do sol inclemente. Era a chamada parte alta da cidade onde os edifícios de altura considerável, predominavam. No cruzamento com Av. Massano de Amorim (hoje Mao Tse Tung) muito próximo da paragem do machimbombo municipal da carreira 5, situava-se o Hotel Polana uma das melhores unidades hoteleiras de África Austral, inaugurado em 1922 de invejável traça colonial, com um parque de estacionamento embelezado por um pequeno palmar e canteiros tratados a gosto. Um verdadeiro 5 estrelas conhecido sobejamente além fronteiras. Curiosamente ainda eram visíveis no asfalto daquela via os carris metálicos que serviram os elétricos, que a cidade conhecera até 1929, com paragem obrigatória frente ao hotel. Na retaguarda a partir das suas piscinas obtinha-se uma vista panorâmica que se estendia desde o Miradouro, Rampa do Caracol e a antiga Rua Trigo de Morais que ligava a Estrada da Marginal às praias arenosas e esbranquiçadas compreendidas entre o Restaurante o Dragão de Ouro( hoje já demolido) que deu lugar ao Hotel Holiday e ao Miramar(totalmente transformado). Mas a área da Polana tinha mais referências, como o Restaurante Sheik(que ricos repastos) onde se podia jantar ao som de uma orquestra . As refeições tinham quase sempre marcação antecipada. Nas suas traseiras descortinava-se o Parque José Cabral (hoje Parque dos Continuadores) uma enorme área verde arborizada, onde nas suas pistas se realizavam as provas de Atletismo e por lá passaram nomes sonantes da modalidade. No final de linha avistava-se o Prédio Bucellato encravado no excêntrico Bairro de Sommerschield, um luxuoso complexo de vivendas e mansões, que faziam o sonho dos seus moradores. Também não poderia deixar de destacar A Igreja de Santo António da Polana inserida numa superfície verdejante, vincada por um estilo de arquitetura moderna que ganhou o epitrope de espremedor de laranja, dada a sua configuração. O seu interior era iluminado durante o dia pelos efeitos especiais dos raios solares que extravasavam os vitrais coloridos do templo. Tive a felicidade de conhecer aquele belo espaço, onde as cerimónias religiosas contagiavam os fieis. São estas imagens ainda muito vivas, de uma cidade que não consigo esquecer, que me levam a constantes incursões ao passado numa espécie de desafio ao tempo e memórias.
in http://terramagica-terra.blogspot.com
A Igreja de Santo António da Polana numa breve perspectiva de História da Arte
A Igreja de Santo António da Polana ou Igreja da Polana, foi construída em 1962 e depois restaurada passados trinta anos (1992). Foi projectada pelo arquitecto português Nuno Craveiro Lopes que foi chefe do Gabinete de Urbanização das Obras Públicas de Moçambique (1952). O seu estilo é de arquitectura modernista e faz com que seja um dos edifícios mais emblemáticos da Cidade de Maputo (Moçambique). Com a sua forma de flor invertida, é popularmente conhecida como o “espremedor de limão” devido as suas formas geométricas. Os seus vitrais coloridos que vão até a cúpula conferem-lhe no seu interior um aspecto quase mágico e de invulgar beleza. Fica Avenida Kwame Nkrumah, na intersecção com a rua Luís Cardoso. È uma das sete maravilhas desta Cidade Africana.
A Igreja de Santo António da Polana ou Igreja da Polana, foi construída em 1962 e depois restaurada passados trinta anos (1992). Foi projectada pelo arquitecto português Nuno Craveiro Lopes que foi chefe do Gabinete de Urbanização das Obras Públicas de Moçambique (1952). O seu estilo é de arquitectura modernista e faz com que seja um dos edifícios mais emblemáticos da Cidade de Maputo (Moçambique). Com a sua forma de flor invertida, é popularmente conhecida como o “espremedor de limão” devido as suas formas geométricas. Os seus vitrais coloridos que vão até a cúpula conferem-lhe no seu interior um aspecto quase mágico e de invulgar beleza. Fica Avenida Kwame Nkrumah, na intersecção com a rua Luís Cardoso. È uma das sete maravilhas desta Cidade Africana.
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