sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

113.º Aniversário do nascimento de Vasco Santana

Vasco Santana, in http://clubevinhosportugueses.wordpress.com

Vasco António Rodrigues Santana nasceu em Lisboa a 28 de Janeiro de 1898 e faleceu na mesma cidade a 13 de Junho de 1958, sendo hoje recordado como um dos maiores actores portugueses de sempre. É um daqueles actores, a par de outros da sua época como António Silva e Beatriz Costa, para nos cingirmos apenas aos que sempre se afiguraram como os mais populares, cujo encanto, na “sétima arte” parece imortal, como tenho visto pela sentida confissão de muitos portugueses, sobretudo das gerações menos jovens, de que não se cansam de rever os seus filmes e que quando revêem, vezes sem conta, algumas das suas cenas clássicas mais conhecidas, reencontram o mesmo entusiasmo com que as viram pela primeira vez.

Não há dúvida de que Vasco Santana “marcou para sempre a comédia à portuguesa” e quase 53 anos após a sua morte “ainda faz rir Portugal”, como é referido no site “Movimento Cidadãos por Góis”, onde descobrimos uma interessantíssima reportagem em sua homenagem que passamos a transcrever:


Vasco Santana

«Era um actor de génio, ao nível dos maiores do mundo. Vasco Santana marcou para sempre a comédia à portuguesa. Com grande sensibilidade e dotado de invulgares técnicas teatrais, transforma-se num mito do cinema nacional. É impossível esquecer a sua famosa dupla com Laura Alves ou as célebres frases “Ó Evaristo, tens cá disto?” e “Candeeiro, dás-me lume?”. Tornou-se imortal. “Era um daqueles actores que chegavam ao público com enorme força”, diz o historiador Vítor Pavão dos Santos.
Sobre Vasco Santana - e a sua obra na rádio, no cinema e no teatro -, centenas de imagens e sons atropelam-se em desordem. Milhares de linhas acerca da sua vida não valem uma cena de um dos seus filmes. “Vasco Santana é uma figura que nunca morre”, diz um dos seus maiores admiradores, o actor Fernando Mendes. É impossível esquecer o nome deste grande actor quando se fala na história da rádio, do teatro e do cinema português. As artes correram-lhe sempre nas veias, razão pela qual desiste do curso de arquitectura e se dedica a uma paixão que fomenta desde criança - a pintura -, levando-o a frequentar a Escola de Belas-Artes. Mas não foi desenhando ou pintando telas que Vasco Santana alcançou o sucesso e fez do seu nome um marco incontornável. Foi na arte da representação.
Com 19 anos, e depois de ver repetidamente a peça “O Beijo”, de Arnaldo Leite e Carvalho Barbosa, no Teatro Avenida, Vasco Santana é solicitado para substituir o actor Artur Rodrigues e faz assim a sua primeira estreia teatral pública, com o papel de Palavreado. Devido ao seu inesgotável talento, a representação não podia ser outra coisa senão um êxito. Daí em diante nunca mais parou. Com as suas habituais manobras de genialidade no palco, levava ao delírio centenas de admiradores.
Vasco Santana abandona o curso de belas-artes e dedica-se exclusivamente à carreira dramática, fazendo longas temporadas no Teatro S. Luiz e viajando ao Brasil nas “tournées” das companhias em que trabalhava.
Destacou-se na comédia e alcançou o estatuto de estrela no cinema, protagonizando filmes como “A Canção de Lisboa”, de 1933, em que contracena com Beatriz Costa e António Silva; “O Pai Tirano”, em 1941, em que faz dupla com Ribeirinho e no qual domina a acção e cria situações brilhantes de humor; e “O Pátio das Cantigas”, em 1942, em que concebe alguns dos seus mais bem sucedidos momentos cinematográficos, como o monólogo com o candeeiro ou os diálogos de trocadilhos com António Silva.
Devorado por uma energia imparável, jamais estava quieto. No teatro nunca deixou de trabalhar e, cada vez que subia ao palco, levava consigo uma aura de alegria e boa-disposição. “Ver a Laura ou o Vasco Santana era uma festa. Hoje, achamos extraordinário como eles faziam duas sessões sempre esgotadas. Aquilo era melhor que um Benfica-Sporting!”, testemunha o encenador Filipe La Féria, fazendo referência à célebre dupla que o actor fazia com Laura Alves.
Mas Vasco Santana não fez só comédias. Entrou também em algumas peças dramáticas, como “Três Rapazes e Uma Rapariga”. Brilhou de igual maneira e transmitiu grande humanidade às personagens. Tinha talento nato, mas também dominava as técnicas de representação e sabia como ninguém improvisar. “Havia um charme, uma delicadeza a dizer as coisas. Bem ditas e bem representadas”, refere Fernando Mendes.
O multifacetado actor também conheceu o sucesso na rádio, criando personagens engraçadas como o Zequinha, da série “O Zequinha e a Lelé”, nos anos de 1947 e 1948.
Nasceu e morreu em Lisboa e foi pai de outro conhecido actor português, Henrique Santana. Para sempre adorado pelo público, Vasco Santana será, para a eternidade, uma referência obrigatória na arte da representação. Quase 50 anos [53 anos] após a sua morte, ainda faz rir Portugal.»

In http://cultura.portaldomovimento.com | categoria: Cinema

Vasco Santana em cena


Excerto do filme Canção de Lisboa, por ciclídeo, 31 de Maio de 2007

1 comentário:

  1. Para mim, conjuntamente com António Silva, são os dois maiores actores de sempre...a magia destes Senhores era sublime e inimitável...os seus diálogos eram maravilhosos e puros...nunca vão morrer!

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