sexta-feira, 11 de março de 2011

37.º insólito aniversário do fim da 2ª Guerra Mundial

Por Leonel Salvado
Hiroo Onoda, 1944-45 | http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Onoda-young.jpg

Fez ontem 37 anos que o último combatente japonês se rendeu aos Aliados na Segunda Guerra Mundial, isto é 29 anos após a rendição incondicional do Japão. *

Para o Segundo Tenente Hiroo Onoda, nascido a 19 de Março de 1922, oficial da inteligência do exército japonês posicionado em Lubang, uma ilha do arquipélado das Filipinas, durante a Segunda Guerra Mundial, a guerra contra os Estados Unidos da América só terminou a 10 de Março de 1974. Trata-se de um dos casos insólitos da história real de um militar que contra todas as probabilidades manteve a sua lealdade à nação imperial. É, portanto, um extraordinário exemplo de coragem e perseverança de um combatente. Comparável a Onoda, talvez só outro soldado japonês, que se refugiu numa improvisada caverna na densa selva de Guam e com uma história parecida, Shoici Yokoi. Este foi resgatado 27 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial. Quando em Fevereiro de 1945 a ilha foi tomada pelos Aliados, Onoda e três soldados sob as suas ordens escaparam à captura e à morte e refugiaram-se na densa floresta de Lubang. Acabou por perder os seus soldados, um dos quais por rendição ao exército filipino e os restantes por terem sido mortos em combate contra forças locais, em 1954 e 1972. Declarado morto no Japão desde 1960, Hiroo Onoda sobreviveu sozinho na floresta de Lubang, mantendo sua lealdade ao imperador que havia assinado a rendição 29 anos antes e recusando-se a acreditar nesta informação, até que foi  descoberto por um estudante seu compatriota. Finalmente, a 10 de Março de 1974 reconheceu a derrota nas condições que a seguir expomos, através de uma transcrição do resto desta insólita história real.

*Data indicada na Biblioteca Universal em Acontecimentos históricos

Até o último Homem
Curioso.Net, 17 Novembro 2007

Encontrado por um estudante japonês, Norio Suzuki, Onoda recusou-se ainda a aceitar que a guerra tinha acabado a menos que recebesse ordens para baixar armas diretamente de seu oficial superior. Suzuki se prontificou a ajudar e retornou ao Japão com as fotografias de si mesmo e de Onoda como a prova de seu encontro. Em 1974, o governo japonês encontrou o oficial comandante de Onoda, Taniguchi, que havia se tornado um livreiro. Taniguchi foi para Lubang e informou a Onoda da derrota do Japão na segunda Guerra e ordenou-lhe a depor armas. Assim, o tenente Onoda emergiu da selva 29 anos após o fim da segunda guerra mundial, e aceitou a ordem do oficial comandante da rendição vestindo seu uniforme e espada, com seu rifle Arisaka ainda em condições operacionais, com 500 cartuchos de munição e diversas grenadas de mão.

A rendição de Hiroo Onoda, 1974 | http://www.theage.com.au

Embora tivesse matado aproximadamente trinta habitantes Filipinos locais e engajado diversos tiroteios com a polícia, as circunstâncias destes eventos foram levadas em consideração da situação, e Onoda recebeu o perdão do presidente filipino Ferdinand Marcos.
Depois de sua rendição, Onoda se mudou para Brasil, onde se transformou um fazendeiro de gado. Publicou uma autobiografia: No Surrender: My Thirty-year war (no Brasil, publicado pela Empresa Jornalística S. Paulo Shimbum S.A. como "Os Trinta Anos de Minha Guerra"), logo após sua rendição, detalhando sua vida como um combatente de guerrilha em uma guerra há muito tempo terminada. Revisitou a Ilha de Lubang em 1996, doando $10.000 para a escola local em Lubang. Casou-se com uma japonesa e voltou para o Japão, para administrar um acampamento para crianças.
Encontram-se no Brasil ainda familiares de Hiroo
Um de seus irmãos Tadao Onoda faleceu no ano de 1991, em São Paulo, porém seus filhos ainda vivem e deixam netos que ainda carregam o sobrenome.

In Curioso.Net, 17 Novembro 2007
http://www.curiosonet.com/2007/11/at-o-ltimo-homem.html

Sem comentários:

Enviar um comentário