Partida de Pedro Álvares Cabral em 1500 | Faiança Portuguesa
Pormenor de prato da Fábrica de Alcântara, finais do século XIX, in http://memoriadosdescobrimentosnaceramica.blogspot.com
Pormenor de prato da Fábrica de Alcântara, finais do século XIX, in http://memoriadosdescobrimentosnaceramica.blogspot.com
De acordo com a tradição e a importância e grandeza da missão, o dia que antecedia a partida era vivido em ambiente festivo e cerimonioso, fazendo-se uma despedida pública com missa e comemorações, onde se destacava a presença do rei e da corte entre a imensa multidão que se juntava em Belém. Tratou-se, neste caso em particular, de uma efeméride que pela sua importância se acham referências invocativas na literatura e nas artes ao longo dos séculos que se seguiram, particularmente na faiança portuguesa, a que nos reportaremos mais adiante.
Encontrámos uma curiosa descrição sobre a Partida de Pedro Álvares Cabral que entendemos partilhar aqui em primeiro lugar:A PARTIDA DE PEDRO ÁLVARES CABRAL
Por Maria Luísa
A partida das naus era precedida por cerimónias religiosas diante da Senhora de Belém (confissões, missa e procissão), na ermida do Restelo.
Depois, a dolorosa despedida dos embarcados e dos que ficavam em terra era muitas vezes feita já perto da barra, no alto da capela da Senhora da Boa Viagem. Tanto para os que partiam como para os que ficavam, a partida era sempre triste. As incertezas eram grandes, muitos poderiam não regressar. Tempestades, ataques dos corsários, incêndios dos navios e doenças eram uma ameaça real e a viagem poderia não ter regresso...
Em tão longo caminho e duvidoso
Por perdidos as gentes nos julgavam
As mulheres c’um choro piadoso,
Os homens com suspiros que arrancavam.
Mães, Esposas, Irmãs, que o temeroso
Amor mais desconfia, acrescentavam
A desesperação e frio medo
De já nos não tornar a ver tão cedo
Luís de Camões
A 8 de Março de 1500 a maior armada até então enviada numa missão oceânica estava pronta para partir. Era constituída por 13 navios, com o dobro do tamanho dos anteriores, um bom carregamento de armas e 1500 homens. Objectivo: Índia. O capitão escolhido foi Pedro Álvares Cabral, fidalgo da Corte. Na despedida esteve presente o rei D Manuel com a sua Corte, nobreza e muita gente do povo. No interior da capela de Belém esperavam por D. Manuel a maior hierarquia da armada: o capitão-mor Pedro Álvares Cabral, seus capitães, pilotos e os que exerciam funções de destaque na viagem. D. Diogo Ortiz, Bispo de Ceuta, celebrou a missa e, depois de terminada a missa, D. Diogo lançou sua benção a Cabral e à bandeira da Ordem de Cristo que lhe foi entregue. Em seguida, D. Manuel colocou na cabeça de Cabral o barrete que o papa lhe mandara. Antes de embarcar nos batéis, o capitão-mor e os seus comandos ouviram as últimas recomendações reais e beijaram a mão do monarca. A armada passou a noite fundeada para com bom tempo ultrapassar a barra e iniciar a partida. Era 9 de Março de 1500. A rota a seguir devia ser a de Vasco da Gama. No entanto, a certa altura, de propósito ou por acaso, a armada fez um grande desvio para sudoeste. A 22 de Abril de 1500 foi avistada terra, tendo-se efectuado o desembarque na zona onde hoje fica Porto Seguro. Estava descoberto, oficialmente, o Brasil!
In http://web.educom.pt/~pr2003/1999/decc/antes/partida_de_pedro_alvares_cabral.htmOutro trabalho de divulgação bastante interessante referente à comemoração desta efeméride é o que descobrimos no blogue “A Memória dos Descobrimentos na Cerâmica Portuguesa”, que passamos a transcrever.
A MEMÓRIA DOS DESCOBRIMENTOS NA FAIANÇA PORTUGUESA
Por Mercador Veneziano, 15 de Julho de 2010
clique sobre a imagem para aumentá-la
Nº23.1: Prato Partida de Pedro Álvares Cabral em 1500 (Fábrica de Alcântara)
• Relativamente ao fabrico da peça em questão, trata-se então dum prato da Fábrica de Alcântara do final do século XIX, muito provavelmente do ano de 1899 ou 1900.
• Quanto à sua decoração, trata-se de uma peça com bastante policromia, representado o momento de partida da Armada de Pedro Álvares Cabral em que o destino seria a Índia, mas porque assim o destino quis, iria desembarcar no Brasil.
• Por baixo do desenho central apresenta a legenda: "Partida de Cabral de Lisboa em 9 de Março de 1500".
• Um pormenor que tenho vindo a reparar à medida que tenho adquirido peças relacionadas com a temática dos Descobrimentos Portugueses, é que foram produzidas muito poucas peças comemorativas do Centenário da Descoberta do Brasil, fazendo com que este e os próximos exemplares, tenham um destaque especial dentro da temática, além de apresentarem das decorações mais belas que tenho visto.
• Exemplares iguais estão patentes no catálogo do Palácio do Correio Velho "Colecção António Capucho, parte IV", pp. 117, itens 286, 287 e 288.
In http://memoriadosdescobrimentosnaceramica.blogspot.com
Razões ainda discutíveis, mas que nos ligaram,
ResponderEliminarpena que nós brasileiros ainda não descobrimos Portugal como deveríamos.
Abraços,
Paulo.
Totalmente de acordo, Paulo.
ResponderEliminarGrande Abraço